A sereia e o surfista - Yasmin Brunet e Gabriel Medina

Capítulo 71

" Pov Gabriel"

Estou dando uma cochilada no sofá, até que ouço o celular da Yasmin que está carregando no aparador tocando sem parar. Ainda meio zonzo de sono atendo a ligação, era do hospital dizendo que a mãe dela estava internada e pediu pra que ela fosse lá. Eu não entendi absolutamente nada, subi as escadas e fui pensando em como falar com a Yasmin. Eu tinha que ter muito cuidado, eu não queria assustar ela mas ao mesmo tempo estava confuso por não saber direito o que aconteceu.

— Linda, acorda meu amor. Eu preciso que você acorde.. - Digo dando vários beijinhos no pescoço dela tentando a fazer acordar.

— Lindo? O que foi? - Ela acorda ainda meio assustada, desfazendo o coque do cabelo.

— Meu amor, olha pra mim.. - A encaro.

— Eu não gosto desse tom de voz, o que tá rolando caralho?

— Linda, calma. A gente vai pro Rio tá bom? Ligaram do hospital, sua mãe quer você lá.

— Como é que é? O que aconteceu com a minha mãe? - Ela diz começando a chorar, aquilo me quebrou por dentro.

— Eu não sei o que houve, só falaram pra você ir pra lá.

— Eu vou me trocar, me arrumar rapidinho e vamos. Avisa a Lia pra arrumar a Luna e uma mala pra ela por favor lindo.

— Claro, eu aviso!

Nos arrumamos rapidinho e embarcamos direto até o Rio de Janeiro, chego ao hospital ao lado da Yasmin que está desesperada pra saber o que houve com a mãe. Eu tento a acalmar sem sucesso, finalmente encontramos o quarto dela e eu me choco ao me deparar com o rosto dela. Estava com um roxo enorme e algumas marcas nos braços, ela e Yasmin se abraçam e começam a chorar. Ela nos conta então tudo o que aconteceu.

— Mãe, porquê você tá assim? O que houve?

— Meu amor fica calma, você tá grávida.. não pode ficar nervosa assim. Eu fui agredida, meu namorado me deu um tapa e segurou meu braço depois de uma discussão nossa. - Ela diz com a voz trêmula, embora quisesse tentar parecer calma.

— Como é que é? Filho da puta, se eu pego um cara desses eu não sei nem do que eu sou capaz.

— Eu sinto muito por você mãe, que horror! Você vai na polícia denunciar esse desgraçado né? - Yasmin encara Luiza, ela desvia o olhar.

— Não filha, eu não vou. Eu estou morrendo de vergonha de saberem disso, vão falar que a culpa foi minha. - Ela começa a chorar, aquilo me compadeceu de um jeito impressionante.

— É claro que você vai mãe, você não deixar isso passar batido. Agressão é crime, ele tem que pagar por isso.

— Eu não consigo filha, não tenho coragem. - Diz ela prestes a chorar.

— Eu imagino como você tá se sentindo. Vem cá, eu estou aqui com você tá bom? - Yasmin fala em meio as lágrimas abraçando Luiza, elas ficam assim por um bom tempo.

Alguns dias se passam, e Luiza ainda está no hospital. Yasmin vai todos os dias para ficar com a mãe, enquanto eu aproveito o Rio de Janeiro com a Luna. Vamos à praia e visitamos alguns amigos. De repente, Yasmin aparece de surpresa na praia para nos ver, o que acaba gerando novos rumores.

— Você adorou "mergulhar" com o papai, né, Luninha? Sabia que essa é a cidade onde a mamãe nasceu, princesa? - digo, olhando para ela sentada na cadeira de praia com a toalha enrolada em seu pequeno corpo. Ela sorri, como se entendesse o que eu estava dizendo. Vejo alguns fotógrafos ao redor e os cumprimento com simpatia. Logo, fotos minhas e da Luna em Ipanema já estão em todos os sites.

De repente, tudo fica escuro. Sinto mãos taparem meus olhos e, por um segundo, penso que é Yasmin. E acerto! Fico feliz por ela ter aparecido de surpresa, já que precisava distrair a mente dos problemas.

— Amor? Yasmin? — pergunto, tentando adivinhar quem era, mas o perfume já me entregava que era ela.

— Surpresa, lindo! Achou mesmo que eu ia perder uma tarde de praia com vocês? Nunca! - ela responde, sorridente.

— Que surpresa incrível, a gente amou! Vem cá, quem te contou que estávamos aqui? - digo, sorrindo, enquanto a puxo pela cintura e a beijo.

— A Lia. Ela me disse que você saiu todo animado, falando que ia levar a Luna à praia. Você passou filtro solar nela? Usou repelente? Reaplicou o filtro? - ela me olha preocupada.

— Claro que sim, amor. Não sou louco de não fazer isso. Imagina se ela pega uma insolação ou coisa pior?

— Que bom que deu tudo certo. Está na hora da frutinha dela, né, filha?

— Vai dar um mergulho, eu fico aqui com a Luna e depois a gente dá a frutinha dela.

— Acho melhor não, lindo. Tem fotógrafo por aqui... vai que eles percebem minha barriga.

— Ah, não tem nada a ver. Vai lá, tá calor demais pra você só ficar olhando. Depois, a gente nega tudo.

— Ok! Eu vou então - Ela diz tirando o vestido e indo com seu maiô que estava por baixo da roupa até o mar. Ela parecia uma criança feliz e saltitante, ali eu tinha certeza que a minha sogra teve alta do hospital e a Ya achou um jeito de comemorar.

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