PEDRO TÓFANI.
28 de junho de 2019. — viajar para a praia.— Toc toc! - brinco, batendo na porta de João. Ele ri enquanto abre, me dando passagem para entrar com meus pertences. — Ansioso?
— Oi pra você também, Pedro. - reclama, emburrado enquanto fecha a porta atrás de si.
— Oi, meu amor. - sorrio, depositando um selinho em seus lábios. — Tá lindo com essa roupa.
— Escolhi pra você! - exclama, segurando meu rosto para me dar outro selinho. — E sim, estou muito ansioso. Já pode me dizer onde vamos?
— É surpresa, mas você vai gostar muito dessa praia. Já colocou suas coisas no carro? - questiono, pegando minha mochila que eu havia colocado no chão.
— Uhum.
Falo com os gatos e caminho até a garagem junto com João, colocando meus pertences no banco de trás do carro.
— Eu dirijo? - pergunto, mesmo já sabendo a resposta. Estava há tempo suficiente com João para saber que ele gosta de ficar no passageiro, me olhando dirigir e recebendo carinho na coxa.
— Óbvio, e eu escolho a playlist.
— Charlie Brown Jr. - murmuro, sorrindo. Ele assente com a cabeça em afirmação.
Entramos no carro e partimos para uma praia distante, mas localizada em Barcelona. Eu estava ansioso, em mim prevalecia o sentimento de que essa viagem será maravilhosa para nós dois. Um tempo completamente a sós e sem preocupações.
O caminho foi feliz e tranquilo, João cochilou em alguns momentos enquanto eu dirigia calmamente pelas ruas ensolaradas de Barcelona. Ao invés de pegar um hotel, preferi alugar uma casa na beira da praia, um lugar só nosso para criar memórias bonitas.
Quando chegamos, estaciono o carro na sombra e tiro o cinto, me virando para acordar João. Poucos beijos em seu rosto são o suficiente para que ele acorde com um leve sorriso, com os olhos entreabertos.
— Chegamos? - pergunta preguiçoso. Eu murmuro em resposta e nos preparamos para sair do carro, levando as coisas para dentro da casa.
— Gostei do quarto. - eu digo, quando entramos. Havia uma cama de casal no centro, um armário antigo e alguns itens decorativos, além de uma passagem para o banheiro.
— É lindo. - ele diz, se jogando na cama. — Careta demais eu pedir pra ficarmos de preguiça?
— Demais, amor. Estamos na praia! Vai se trocar. - exclamo, rindo ao me jogar por cima dele.
— Me dá um beijo e eu vou. - ele pede, me rodeando com seus braços e me prendendo contra ele.
— Vai mesmo? - questiono desconfiado. Ele faz um biquinho. — Tudo bem, podemos ficar um pouco aqui.
João acaricia minhas costas com a pontinha dos dedos quando meus lábios alcançam os seus. É uma dança gostosa de línguas que se encaixam perfeitamente, como se fossem feitas uma para a outra.
Nossos beijos sempre são apaixonados, cheios de amor e carinho em cada movimento. Mas esse era um pouco diferente. Nossos toques eram mais profundos, os dedos de João brincavam na minha cintura, descendo lentamente e de maneira quase imperceptível. Meu corpo se arrepia por completo quando seus dedos tocam minha coxa, apertando o local com propriedade.
Arrisco deixar meu corpo cair um pouco mais por cima dele, desgrudando nossos lábios para morder seu pescoço. João fica imóvel.
Sua reação me faz recuar, apoiando meu corpo em um dos braços enquanto eu o encaro, preocupado.
— Você quer que eu pare? - questiono, acariciando sua bochecha avermelhada.
— Vamos perder o pôr do sol. - ele murmura, olhando para a janela.
— Eu não me preocupo em perder o pôr do sol com você, isso acontece todos os dias. - sussurro, mordendo seu lábio inferior e o puxando para mim. — Você não me respondeu, quer que eu pare?
— Nunca.
Uma risada baixa escapa de meus lábios, e eu volto a tê-lo para mim. Minha mão direita segura seu rosto enquanto desço beijos pelo pescoço do loiro, marcando sua pele com meus lábios.
Ele é todo meu.
— Lindo. - ele chama, incerto. Levanto meu olhar para o seu rosto.
— O que foi? - questiono, preocupado. Ele estava recuando. — Amor, fala.
Me retiro de cima dele e deixo que meu corpo caia ao seu lado, apoiando meu rosto em um dos braços.
— Você pode falar tudo pra mim.
— Eu não sei se isso é certo. - ele diz, com os olhos fechados.
João sempre deixou claro indiretamente como ele é. Ele gosta de ir com calma, respeitando os limites e fazer tudo no seu tempo com a pessoa certa. Passamos pela fase do abraço, beijo na bochecha, selinho e beijos apaixonados. Achei que hoje, estávamos entrando na fase de beijos quentes e íntimos, mas ele recuou antes do esperado.
— Como assim? - pergunto, sem entender.
— Deixa pra lá. - resmunga. — Eu não me sinto bem pra isso agora, você entende? Eu tô uma bagunça.
— Claro que entendo, lindo. Ainda aquilo com seu pai? Isso tá mexendo com sua cabeça, você precisa tentar esquecer.
— Não dá pra esquecer. - ele choraminga, se aninhando em meus braços. — Eu.. ah, eu não quero falar sobre isso.
— Tudo bem, então vamos para a praia? Podemos jogar uma altinha, ir no mar e relaxar a cabeça, você tá precisando.
— Eu quero.
— Então vamos, vai trocar essa bermuda e eu te encontro lá fora. - digo, mandão. Ele ri, se levantando lentamente e caminhando até o banheiro.
João se veste e descemos correndo pela areia quente da praia. O dia estava perfeito para pegar um sol e curtir com pessoas queridas.
Passamos protetor juntos, jogamos uma altinha mal feita, competimos quem terminava de comer a batata frita primeiro e nos beijamos no mar, muitas vezes.
Quando escurece, nos sentamos na areia que já estava fria e encaramos o céu, em silêncio. João não parecia querer conversar, e eu não queria pressiona-lo.
Talvez essa viagem seja importante para ele espairecer a mente.
— Quer jantar pizza? Deixo você escolher o sabor. - pergunto, com a cabeça deitada em seu ombro.
— Quero de calabresa. - pede, encarando as estrelas. — O céu tá lindo.
— Tá lindo mesmo, mas eu prefiro olhar pra você. - sorrio, cheirando seu pescoço com manha.
— Bobão.
Voltamos para casa e comemos a pizza que eu havia pedido, jogados no sofá enquanto passava algo desinteressante na televisão.
João ainda estava aéreo, mas parecia ter se acalmado um pouco após o nosso dia legal.
Eu queria conseguir resolver essa situação por ele, e mostrar que se afundar na tristeza não era a solução.
Talvez ele só precise de um tempo para organizar a mente.
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N/a: ESPERO que vocês tenham entendido a mensagem do capítulo dessa vez hein.
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Entrelinhas De Barcelona | pejão
Fanfictionjoão romania é um jornalista esportivo muito aclamado, uma inspiração para todos de sua empresa e um exemplo a ser seguido. entretanto, críticas direcionadas a um certo jogador do barcelona, podem prejudica-lo.