Capítulo Cinquenta e sete.

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PEDRO TÓFANI.
29 de julho de 2019.

Minha cabeça doía um pouco em razão do tempo curto em que passei dormindo, mas nada era tão ruim assim ao lado de João.

— Nosso primeiro dia inteiro como namorados, espero que tenha pensado com carinho no que vamos fazer para aproveitar. - sorrio para o loiro que estava deitado em meu peito.

— Dormir e beijar, serve?

— Muito engraçadinho, mas eu quero sair de casa. Você vai ter que lidar com o fato de que escolheu um namorado romântico. - respondo, sorrindo com preguiça.

— Um namorado. - ele sussurra, um pouco manhoso. João se aninha em mim, me prendendo com as pernas. — Não sei, amor. Podemos ir tomar sorvetes com sabores estranhos, como daquela vez que saímos.

— Eu gosto da ideia, mas não sei se quero provar esses sabores estranhos de novo. - eu faço uma careta. — Eram terríveis.

— Ah, eu até gostei do meu. - ele joga os ombros, não se importando muito. — Mas podemos pedir sabores normais então!

— Então levanta pra ir tomar um banho, tá muito cedo pra tomar sorvete.

Empurro ele com leveza na cama e ele ri, apertando mais ainda suas pernas em meu corpo. O pego desprevenido quando faço cócegas em sua barriga e pescoço, fazendo com que ele me
solte imediatamente e se contorça de tanto dar risada. Meu som favorito.

— Vai tomar banho, sujinho!

— Ei! Não sou sujinho! Você vai ter que me dar um beijo e vai ter que me levar pra tomar banho. - pede, esticando os braços.

— Nada disso! Se eu te levar, você não toma. Vou fazer um café da manhã bem gostoso pra nós dois enquanto você toma banho. Depois, podemos
ficar na sala vendo filme.

— Eu topo, mas ainda quero o beijo. - responde, marrento.

— Um selinho e você vai. - falo me rendendo ao seu pedido, me esticando um pouquinho para beijar seus lábios. Ele acaricia minha bochecha com leveza e, quando nos soltamos, se dirige ao banheiro do quarto.

Já vim tantos dias na casa de João, que já me sinto em casa também. Falo com os gatinhos que encontro no caminho e preparo nosso café da manhã favorito novamente: Pão com tomate.

Para quem mora no Brasil isso pode até ser um pouco estranho, mas quando eu me mudei para Barcelona, se tornou meu lanche preferido de todas as horas. João também adora.

Preparo o café da manhã e espero ele por alguns minutos, enquanto ele se veste e se arruma. João senta na cadeira em minha frente apenas com uma bermuda pequena e uma blusa regata, contradizendo o clima de hoje.

— Que gatinho! - sorrio, entregando o prato com o pão para ele. Ele sorri.

— Sou seu. - joga os ombros, se achando.

— Oficialmente.

Sorrimos um para o outro e comemos em um silêncio confortável, aproveitando a companhia matinal um do outro.

Em seguida, lavamos a louça juntos e fizemos uma pequena guerra de sabão com esponjas e muito detergente.

— João Vitor! Meu cabelo! - reclamo, tentando desviar de seu abraço molhado.

— Você me sujou todo e eu nem estou reclamando, eu acabei de tomar banho!

— Eu não sujei seu cabelo, eu não seria capaz de acabar com os meus cachos. - retruco, mostrando a língua para ele enquanto tento desviar.

— Meus cachos, você quis dizer. - fala segurando em meu pulso, me obrigando a rodea-lo pela cintura.

— Não, os nossos. - provoco, apertando meus braços ao redor dele. — São meus também.

— Você é muito chato, sabia?

— Me dá um beijo que passa. - respondo, sorrindo com o canto dos lábios.

Ele faz uma careta, fingindo não gostar da minha fala. Não tenho tempo de refutar, ele avança em meus lábios rapidamente como se não fizesse isso há dias.

Sorrio em meio ao beijo e me entrego, aproveitando o momento com o meu namorado. Em poucos momentos da minha vida me senti tão feliz. Ultimamente, ao lado de João, conheci uma versão minha que estava trancafiada há muito tempo.

Eu sou mais eu com ele.

Nos separamos em alguns selinhos lentos, apertando um pouco nossos corpos em um abraço apertado. Acaricio os cachos dele com minha mão suja de sabão, mas nesse momento, ele parece não se importar com mais nada.

Eu também não me importo com mais nada além de nós dois.

— Banho juntos e depois filminho com sorvete? Acho que agora eu quero ficar em casa. - sussurro, o fazendo rir baixinho.

— Eu também quero. Depois do banho eu peço o sorvete.

Assinto com a cabeça e beijo a testa do loiro antes de nos separarmos, terminando de lavar a louça para tomar banho com ele em seguida.

Ele me abraça por trás e encosta o queijo em meu ombro, observando com atenção cada movimento meu com os pratos e copos.

Consigo sentir seu coração batendo rapidamente em minhas costas.

                                          ✶

N/a: curtinho pra matar a saudade de vocês e conversar um pouco. leiam, é rapidinho. 💘

como alguns já sabem (porque estão no grupo de atualização), eu estou passando por um momento um pouco complicado e, por isso, as atualizações diminuíram. eu não desisti da fic e muito menos deixarei ela de lado, mas estou tentando focar em mim por uma quantidade maior de tempo.

terminar um relacionamento de muito tempo é difícil, e fãs do jão sabem bem como é 🫠

então escrever nesse momento é um pouco mais tenso do que deveria ser. espero que compreendam. amo vocês.

Entrelinhas De Barcelona | pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora