Capítulo Setenta e quatro.

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PEDRO TÓFANI.
13 de agosto de 2019: último dia sonhando.

O sol da manhã filtrava-se pelas cortinas do quarto, iluminando-o com um brilho suave.
Eu estava sentado na beira da cama, o olhar perdido na vista da cidade que havia chamado de lar durante esses últimos dias. Meu coração batia rápido, uma mistura de excitação e de nervosismo. A mudança para o Brasil, a proposta do Corinthians, e a nova vida que estava prestes a começar me deixavam muito apreensivo.

João ainda estava enrolado em um lençol, me encarando com um sorriso suave.

— Ei, você está pensando demais - disse ele, me puxando para mais perto. — Estamos juntos nessa.

— Eu sei - respondi, encontrando os olhos dele. — Mas é tudo tão... repentino. De repente, estou deixando tudo o que conheço. E se não der certo?

João acariciou meu rosto com seu toque leve e reconfortante. Eu amo isso.

— A vida é cheia de incertezas. Mas você tem que lembrar que não está sozinho. Eu estou aqui. Sempre estarei.

— E se eu sentir falta de Barcelona? Do meu time? Dos meus amigos?

— Você vai sentir falta, claro - João diz, seu tom sério, mas gentil. — Mas isso não significa que você não pode construir novas memórias. E, pensa no que podemos fazer juntos. Imaginar você jogando no Corinthians é para ser algo incrível, não?

Eu rio, nervoso.

— E você, como jornalista solo? Está pronto para essa mudança também?

— Estou mais do que pronto - ele responde, com um brilho nos olhos. — Sempre quis contar histórias que importam, e agora vou fazer isso de um jeito novo. E quem sabe, podemos fazer tudo isso juntos. Você no campo, eu nas arquibancadas, narrando cada momento.

A ideia fez meu coração acelerar de uma forma diferente.

— Isso seria incrível - disse, com um sorriso em meu rosto. — Ver você ali, escrevendo sobre o que estou vivendo.. não sei explicar o que sinto.

— Sim - concordou, segurando minha mão com firmeza. — E não esqueça, somos uma equipe. O que um faz, o outro faz também. Nós vamos conquistar essa nova fase lado a lado, lindo.

Fechei os olhos por um momento, permitindo-me imaginar a nova vida que estava por vir. O calor da mão de João e a certeza de que estaríamos juntos, acalmava minhas ansiedades.

— Você realmente acredita que podemos fazer isso funcionar?

— Com toda a certeza - João disse, olhando profundamente nos meus olhos. — Amo você, e isso é mais forte do que qualquer medo ou dúvida. Vamos nos apoiar, e vamos ser felizes.

Um sorriso genuíno surgiu imediatamente em meu rosto.

— Você sempre sabe o que dizer para me fazer sentir melhor. Suas palavras bonitas me encantam desde que nos conhecemos. Eu te amo tanto, João.

— Eu também te amo - ele fala, inclinando-se para me dar um beijo leve. — Estamos apenas começando.

Enquanto nos perdíamos no momento, a incerteza começou a se dissipar. A ideia de uma nova vida em São Paulo já não parecia tão assustadora. Com João ao meu lado, sentia que poderia enfrentar qualquer desafio. Estávamos prontos para o que viesse, juntos.

Depois disso, decidi que precisava de um pouco de ar fresco.

— Que tal uma café? — perguntei, sabendo que café é uma das coisas que meu namorado mais gosta no mundo.

Entrelinhas De Barcelona | pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora