Capítulo Sessenta e seis.

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PEDRO TÓFANI.
7 de agosto de 2019: 7 dias sonhando.

João dorme em meus braços como o anjo mais lindo já visto. Seus cabelos estão bagunçados e suas bochechas vermelhinhas, seu nariz empinadinho também está vermelho, indicando frio. Sua respiração está suave e calma, seus lábios levemente roxos e machucados e suas costas nuas. Eu acaricio os cabelos do loiro com cautela para não acorda-lo, agradecendo mentalmente por ter sido tão sortudo na vida.

Após alguns resmungos, João abre os olhos lentamente e me encara com um sorriso de orelha a orelha.

— Eu acho que dormi sem querer. - murmura, procurando com os olhos algum relógio. — Já é de manhã?

— Sim, é de manhã. - respondo, um pouco rouco. — Cansou?

— Já estou melhor se você quiser de novo. - responde, sorrindo de canto.

— Pelo amor de Deus! - murmuro, abraçando forte o corpo nu do meu namorado. — Infelizmente, temos afazeres.

Ele protesta em um resmungo e se aconchega em mim, colocando o rosto na voltinha do meu pescoço.

— Minhas costas estão ardendo. - reclama, manhoso.

— Desculpa, talvez eu tenha me empolgado. - digo, fazendo carinho em seu rosto. — Vamos levantar? Ainda está tendo café da manhã.

— Só levanto se você me der um beijo.

— Amor, estamos com bafo matinal. - falo, preguiçoso. — Assim que escovarmos os dentes eu te dou um beijo.

— E daiiiiiií? - ele insiste, me apertando. — Eu preciso de algo que me dê vontade de levantar.

— Me beijar só vai te dar mais vontade de ficar aqui. - retruco, implicante.

— Ainda são sete e meia, Pedro Tófani. Para de ser chato.

— Tô tentando ser certinho que nem você. - justifico, rindo baixinho. —Tô me saindo mal?

— Estamos viajando, não precisamos ser certinhos. - ele faz uma careta, deitando completamente em cima de mim. — Podemos ficar de preguiça mais meia hora, por favor?

— Tudo bem, você venceu. - suspiro, como se fosse uma castigo passar a manhã na cama com o amor da minha vida.

— Bobo. - ele ri, segurando meu rosto para me dar um selinho. — Sua boca tá roxa.

— A sua também, besta. - implico, apertando meus dedos na cintura do loiro. — Não só a sua boca como o seu pescoço.

— Estamos combinando, então. - ele diz, com os lábios grudados nos meus. — Se você quiser eu resolvo o pescoço.

— Achei que você tava com preguiça hoje. - irônico, eu respondo. Ele me imita, fazendo bobagens.

— Pra você eu nunca estou preguiçoso.

Ele sorri e eu sorrio de volta, retribuindo os vários selinhos que ele deposita em minha boca, como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Todo o tempo de espera valeu a pena para ter esse homem em meus braços agora.

João se aconchega em meu corpo e nós aproveitamos os minutos restantes na cama, trocando selinhos e carícias, de vez em quando com sorrisos canalhas e mãos mais fortes.

— Eu passaria o dia inteiro aqui. - ele diz, raspando o nariz dele no meu.

— Eu passaria uma semana aqui. - respondo, deslizando minha mão pelas costas nuas do loiro.

— Eu passaria um ano aqui. - rebate, mordendo meu lábio inferior.

— Eu passaria toda a minha vida. Ganhei.

Entrelinhas De Barcelona | pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora