CAPÍTULO 43

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"Porque tem homem da lei que vira homem mau, quando ele vem pra atirar, quando ele caga no pau, quando ele vem pra salvar e sai matando geral." - Leandro Sapucahy e Marcelo D2


ROBERTO

O Fraga denunciou o desaparecimento da jornalista e essa porra já está em tudo quanto é noticiário. Elisabetta ficou com a Margot, ajudando a cuidar da pequena Elis, enquanto Deco ajuda a amiga a enfrentar o caos que vem acontecendo. É óbvio que ela e o fotógrafo que estava com ela já estão mortos, mas devido ao ano de eleição, o sistema está encobrindo a milícia e dizendo pro povo que é só um caso de desaparecimento, sem evidências de assassinato. Luan, Betta e eu estávamos sem saber pra cima de quem o sistema iria, mas o Fraga puxou toda a atenção dos caras pra ele.

— Valmir, mais alguém tem essa gravação aqui? — eu encaro meu assistente

— Não, senhor. — ele nega — Mas se o senhor quiser, eu...

Eu viro as costas e guardo o gravador no bolso interno do meu paletó. Pego minha arma e saio do escritório, disposto a encontrar o Diogo. Passo por Formoso no caminho, mas não respondo seu cumprimento. Eu já tô de saco cheio desses filhos da puta me tratando de falsidade. Eu tenho a gravação da ligação comigo, mas os caras com certeza têm o celular da jornalista e sabem que ela ligou pro deputado. Vai ser de um jeito ou de outro e esses caras não ligam pra quem tá por perto. Meu filho e minha melhor amiga podem rodar se eu não fizer alguma coisa.

Na saída do prédio da SSI, eu me surpreendo ao ver Elisabetta na porta, descendo de seu carro.

— Tá fazendo o que aqui? — franzo o cenho, surpreso

— Beto! — ela atravessa a rua correndo, vindo na minha direção — Eu preciso falar com você.

— Aqui não. — a encaro — Escuta, vai ser o Fraga.

Ela arregala os olhos.

— Betta!

Nós dois viramos para onde a voz chama. Cristiano está descendo de sua moto e vindo apressado até nós.

— Porra, você ainda me segue? — Betta grita — Vai se foder, Cristiano! Péssima hora pra falar comigo!

— Eu preciso que você me escute, caralho! — ele grita

— Vaza! — eu grito — Sai daqui agora, seu idiota!

Não mando ele sair daqui só por não querer que ele fique perto dela, mas sim porque ele é o segundo da lista de queima de arquivo.

Porra, eu adoraria estar errado agora.

Um carro preto passa em alta velocidade, mas dessa vez ninguém é atropelado. O vidro do passageiro desce apenas um pouquinho, para revelar o bico de uma submetralhadora HK MP5. Os disparos ecoam na rua, assustando as pessoas que passam. A população se esconde.

— Elisabetta! — Cristiano grita

Ele corre na direção dela, mas cai no chão ao ser alvejado com vários tiros por segundo. Eu agarro Elisabetta e me jogo no chão, esperando por mais disparos, mas depois que Cristiano caiu, nenhuma bala a mais foi disparada. O carro vai embora e os seguranças da SSI começam a isolar a portaria do prédio, enquanto acionam a polícia do batalhão local.

— Você tá bem? — olho para Elisabetta

— Cris! — ela grita ao ver o antigo melhor amigo caído

Ela foge dos meus braços e corre na direção dele, se ajoelhando ao seu lado e colocando seu corpo em seu colo. Cristiano foi metralhado no peito e na barriga, mas ainda respira. Suas últimas lufadas de ar. Eu me aproximo dos dois, me abaixando ao lado dela.

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