CAPÍTULO 42

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"A gente faz amor por telepatia. No chão, no mar, na lua, na melodia. Mania de você de tanto a gente se beijar, de tanto imaginar loucuras." - Rita Lee Jones


ELISABETTA

Não consigo respirar. Estou presa entre o céu e o inferno, não há nada além de mim mesma e meus sentidos embaralhados. Os olhos vendados, as mãos algemadas acima da minha cabeça e o corpo exposto ao perigo. Aos perigos dos dedos e lábios experientes do Coronel Roberto Nascimento. Ele pressiona e esfrega o vibrador em minha vulva, fazendo meu corpo pulsar e vibrar junto, em um ritmo desesperador, vulnerável e frenético. Eu mal tive tempo de me recuperar dos dois últimos orgasmos, mas ele estava disposto a me levar ao limite mais uma vez. Ao esgotamento.

Com as mãos e a visão fora da jogada, o que me restava era a audição, o olfato e o tato. A pele que sentia os objetos se aproximando de mim, os ouvidos que ouviam as canalhices ditas por ele e o nariz que sentia seu cheiro de perfume e suor. Eu estava totalmente entregue, à mercê de seu juízo. Ele podia fazer o que quisesse comigo e eu não podia reivindicar o controle. Meu corpo era dele.

— Ah, meu Deus! — gritei ao sentir os tremores de outro orgasmo me deixarem mole — Meu Deus!

Com a boca seca, eu puxei o ar com força, sentindo-o machucar minha garganta. Ele queria me ver implorar, queria que eu pedisse pra sair.

Para de blasfêmia, Diaba. — sua voz alcançou meu ouvido e seus dentes se fecharam no lóbulo da minha orelha, me arrepiando — Você não tá aguentando mais. Pede, Diaba.

Mordo meu lábio inferior com força, me recusando a isso. Ouvi sua risada grave e ofeguei quando ele me virou na cama, sem grandes dificuldades. Ele esbofeteou minhas nádegas e colocou travesseiros sob meu quadril, me deixando na posição em que queria. As algemas se apertaram e beliscaram a pele dos meus pulsos, mas o incômodo causado ali não foi nada comparado a necessidade que eu sentia de tê-lo dentro de mim.

O sinto deitando por cima de mim, sua ereção descansando entre as minhas nádegas e roçando no meu traseiro. Ele beija minhas costas e morde a parte de trás das minhas costelas, me fazendo gemer. Ele se mexe, subindo para meu pescoço e morde minha nuca em um ponto de tensão, causando uma dor prazerosa.

Eu não misturo vida pessoal com profissional. — ele diz e eu franzo o cenho ao ouvir as palavras que eu dizia no início, para mantê-lo afastado — E depois deu pro coronel, chorou querendo gozar e tá aqui, agora, querendo um filho meu. Diz que tava errada.

Afundo o rosto no colchão, mordendo o estofado.

Qual é, Major. — o ouço desdenhar — Assume que eu sou a melhor exceção de todas.

Me mantenho em silêncio, tentando manter o mínimo de dignidade possível na situação em que me encontro.

Não? — ele murmura

Sinto suas mãos afastando minhas nádegas e sua glande brincando em minha intimidade, passando de ponto em ponto, me causando tremor e mais necessidade.

Então tá bom. — o ouço ofegar, como se tentasse manter seu controle — Eu tenho tempo. Temos a noite toda pela frente.

Eu ouço o barulho do vibrador sendo ligado e bufo frustrada. Quando sinto o tremor contra minha virilha, ergo a cabeça da melhor maneira possível.

— Beto, por favor! — minha voz soa esganiçada e desesperada

O que? — o ouço rir

— Seu filho da puta, cretino. — o xingo

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