CAPÍTULO 39

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"Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar. E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer. Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio, não vou me esquecer. Eu que não sei quase nada do mar, descobri que não sei nada de mim." - Ana Carolina


ROBERTO

Com a geladeira aberta, eu encarei todos os ítens presentes ali dentro, enquanto pensava.

Dizem que se encarar demais, uma torta de morango surge.

Eu solto um riso abafado ao ouvir a voz de Elisabetta dentro da minha mente. Sempre que eu estava agoniado, eu vinha até a geladeira. Às vezes pra beber água, às vezes só pra ficar olhando. Eu não via Elisabetta pessoalmente há um mês, mas sabia que fazia parte da jornada. Eu escolhi dar a ela o poder de escolher e, agora que estou sentindo toda essa angústia, me dou conta de que, realmente, eu impus muita coisa sobre ela. Não quero ser esse tipo de cara. Quero ser um homem bom e digno do amor e da escolha dela. Quero que ela me escolha porque me ama e por querer estar ao meu lado.

— Ser evoluído é um saco. — bufo batendo a porta da geladeira

Caminho de volta para a sala, encarando a televisão no mudo. Um filme de animação passava, mas não me interessava. Lá pras onze da noite, recebi uma mensagem do meu filho Rafael que me tirou o fôlego. Elisabetta foi sair com Diogo Fraga e alguns antigos colegas de faculdade, mas a foto que ele me enviou era a dela sorrindo com uma menininha bebê no colo. Eu me surpreendi, perguntando de onde ele tinha tirado aquela foto e ele me disse que Fraga mandou pra mãe dele há pouco tempo. Encaro aquela foto e sinto meu coração acelerar. A mensagem a seguir é um baita apoio. Rafa diz que mal pode esperar para que o bebê nos braços dela seja irmão dele, nosso filho. Meu filho. Meu com ela. Eu acabo sorrindo, ainda encarando a foto. Eu também mal posso esperar.

Jogo o celular sobre o sofá e fico caminhando de um lado para o outro no apartamento escuro

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Jogo o celular sobre o sofá e fico caminhando de um lado para o outro no apartamento escuro. Eu devia ter ido dormir no apartamento dela, mas fiquei com medo dela aparecer e achar que eu estava forçando a barra. Mas quando estou sozinho no meu, quase não consigo dormir. É a cabeça cheia de trabalho, já que eu estou no comando da inteligência da investigação do paradeiro de Bradock e também o meu coração que espera pacientemente, mas não sem me deixar agoniado.

O interfone do apartamento ligou e eu franzi o cenho. Quase meia noite e o porteiro estava me ligando.

Seu Roberto, boa noite. — ele diz gentil

— Boa noite, seu Carlos.

Desculpe a hora, é que tem uma coisa estranha acontecendo. — ele diz e eu franzo o cenho — A dona Elisabetta chegou aqui, há uns quarenta minutos, mas não entrou. Tá sentada na escadaria, parece pensativa e um pouco alterada. Eu perguntei se ela queria entrar, já que o senhor liberou o acesso dela, mas ela não me respondeu.

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