"Ontem é história e amanhã é um mistério. Posso ver você olhando de volta pra mim, mantenha seus olhos em mim. Amor, mantenha seus olhos em mim, porque eu não quero perder você agora. Eu estou olhando diretamente para a minha outra metade." - Justin Timberlake
ROBERTO
Eu sentia minha cabeça rodando e não conseguia focar em algo por muito tempo. Tentei me concentrar apenas no barulho estridente da recepcionista do andar teclando no teclado do computador, tentei focar no barulho que os ponteiros faziam ao marcarem os minutos no relógio da parede, tentei focar no barulho que meu filho fazia enquanto batia o dedo na cadeira, mas nada me mantinha preso por mais de dois minutos. Toda vez que eu ouvia passos, eu me agitava, pensando se tratar do médico que atendeu Elisabetta, mas eu sempre me frustrava.
— Beto. — ouvi me chamarem
Luan surgiu no corredor, ainda usando as mesmas roupas normais que usava no almoço. Ele parecia agitado, tinha a barra da regata suja de sangue e se aproximou de mim apressado. Minha sogra e minha cunhada, que estavam sentadas ao lado do meu filho, se agitaram ao vê-lo. Eloísa ficou em casa com a vizinha.
— Como é que ela está? — ele pergunta ao vir direto até mim
— Eu não sei. — respondo no automático
— O que você fez, filho? — minha sogra perguntou nervosa ao vê-lo sujo de sangue
— Nada, tia. — ele nega
— Você tá ferido, irmão? — Fernanda perguntou
Ele encarou a barra de sua blusa, parecendo só agora se dar conta do sangue.
— Não. — nega — Estou bem.
Ele segura meu braço e me puxa para um ponto mais afastado do corredor, onde os outros não podem me ouvir.
— Eu passei os caras. — ele diz — Os tiros que eu dei pegaram no carona e o Cristiano pegou o motorista.
— E o que aconteceu? — pergunto sério — Me diz que isso não foi encomendado.
— Eu ainda não sei se foi encomendado. — responde aflito — Eu não sei de nada, mas disseram que o carro foi roubado há quatro dias e o Cristiano disse que viu esse carro no mesmo lugar que ela estava antes.
Respiro fundo, tentando me controlar.
— Isso quer dizer que ele também estava seguindo ela. — as palavras saem da minha boca quase em um rosnado de raiva
— Beto, eu ainda não sei o que está acontecendo, mas conversei com o Comandante pelo telefone, no caminho pra cá. — me avisa — A gente vai descobrir.
Aceno com a cabeça e vejo Cristiano na outra ponta do corredor, me observando. Ele tem cara de cachorro sem dono, como se estivesse realmente preocupado com Elisabetta, mas tudo o que eu quero agora é arrastá-lo para fora daqui.
— A Tati entrou com ela? — Luan pergunta
— Entrou. — confirmo — Já tem mais de meia hora e ninguém me fala nada.
— Pai, ali o médico! — ouço Rafael falar
O médico que assumiu o caso dela quando chegamos de ambulância se aproxima ao lado de Tatiana. A esposa de Luan tem os olhos fundos e inchados, parece verdadeiramente abalada e é isso que faz com que meu coração erre suas batidas. Se ela estava abalada, isso significava que Elisabetta não estava bem.
— Vocês são a família da Major Lima, correto? — o médico pergunta quando todos nos reunimos ao seu redor
— Como é que a minha filha está, doutor? — Ana Helena pergunta aflita
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Amores de Elite
FanfictionO coronel do Batalhão de Operações Especiais Roberto Nascimento estava acostumado a viver com o sangue nas mãos. Conhecido por ser impiedoso e nada tolerante, ele se vê desafiado quando recebe a missão mais arriscada de sua vida, capaz de lhe entreg...