CAPÍTULO 34

748 87 119
                                    

"Acho que você percebeu que duas vezes dois sempre equivale a um. Sonhadores são tão egoístas quando tudo se resume a isso. Eu espero que um de vocês volte pra me lembrar quem eu era quando eu estiver partindo, em meio àquela boa noite. Eu estou aguentando tudo por nós, tudo. Fazendo tudo isso por amor." - Labrinth


ROBERTO

Desci do carro e estiquei as costas, caminhando com meus chinelos até o porta-malas do veículo. Rafa também pulou e veio até mim, com sua mochila nas costas. Ele usava a camisa do Mané Garrincha que Betta lhe deu semana passada e eu usava a minha camisa 10 com meu apelido estampado atrás. Dia de Flamengo e Botafogo no Maracanã, mas meu filho e eu assistiremos à partida na casa da minha sogra, acompanhados da família da minha namorada. A nossa família.

— Você vai pedir ela em casamento hoje? — Rafa perguntou pegando duas sacolas do porta-malas

— De onde tirou isso, garoto? — eu ergo uma sobrancelha e abaixo o tom de voz

— Eu vi as alianças que você comprou.

Passo as mãos pelos cabelos.

— Você se opõe? — o encaro

— Não. — ele ri — Acho até que já passou da hora.

Eu sorri e apoiei minha mão em seu rosto, em um gesto de carinho.

— É, eu quero pedir hoje. — concordo sentindo a caixinha pesando no bolso da minha bermuda — Mas vê se fica de bico calado, que eu quero pedir depois do almoço, antes do jogo começar.

— Por que antes do jogo?

— Vai que o Botafogo ganha do time dela e ela fica de mau humor. — dou de ombros, pegando as outras sacolas plásticas e batendo o porta-malas — Melhor evitar, né?!

Ele dá risada e promete que ficará quieto. Atravessamos a rua e já podemos ver que Luan está no quintal, instalando a televisão do quarto de Elisabetta sobre a mesa, enquanto sua esposa está ajudando a pequena Eloísa a catar seus brinquedos espalhados e colocá-los em um baú.

— Oh, de casa! — falo alto

— Tio Beto! — Eloísa grita empolgada ao me ver

Ela vem correndo na direção do portão e abre o trinco da garagem, embora o portão seja pesado para ela puxar. Eu empurro o portão de grades e a baixinha se joga em mim, fazendo com que eu me abaixe e a pegue no colo com a mão livre. Ela me dá um beijo molhado na bochecha e abraça meu pescoço com seus bracinhos.

— Eu tava com saudades. — ela admite

— O tio também tava. — digo entrando — Olha quem eu trouxe hoje.

— Rafael! — ela sorri e se joga pro meu filho, que a pega de um jeito desengonçado

— Oi, princesa. — Rafa sorri quando ela o beija na bochecha

Nós entramos pela garagem e subimos a rampa do quintal, após eu fechar o portão. Eu pego as duas sacolas que estão com Rafa, tentando evitar que ele deixa a menina cair e, ao me aproximar de Luan e Tatiana, deixo as bolsas sobre a mesa, perto da televisão.

— Fala, cunhado. — Luan me cumprimenta com um aperto de mão e um abraço, seguido de tapinhas amistosos nas costas

— E aí? — sorri — Oi, Tati.

— Oi Beto. — ela me cumprimenta com um abraço singelo, mas logo se afasta — Coloca lá dentro pra mim? — ela me oferece o baú com os brinquedos da Eloísa

Amores de EliteOnde histórias criam vida. Descubra agora