16 - É agora ou nunca

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— Eu posso ir com você para a empresa? — pergunto a Devon.

Ele está arrumando a gravata de frente para o espelho, e seus olhos encontram os meus no reflexo.  

Eu cruzo as pernas sobre a cama, juntando as mãos sobre o colo.  
Não sei como devo me comportar na frente dele, se não como alguém que o odeia.

— Você quer ir? — retruca, virando-se para mim, com as sobrancelhas se erguendo.

Vou ver se consigo colocar essa cantada em prática hoje, quem sabe funciona.

— Sim, você mesmo disse que eu poderia ir um dia conhecer. Eu estou entediada nesta casa — digo, usando um argumento válido, até porque ele já disse uma vez que talvez me levaria um dia para conhecer.

Penso que ele vai fazer objeções, mas assente agora, pegando o terno jogado no sofá e o vestindo.

— Tá bom, pode ir. Vou te apresentar à empresa.

Forço um sorriso agradecida. Mordeu a isca.

— Obrigada.

Ele está estranho comigo e não sei dizer se devo desconfiar de alguma coisa ou não. Ele não está fazendo suas brincadeirinhas idiotas como sempre.

Agarro a minha bolsa, onde estão a escuta e a mini câmera, e sigo para fora da casa. O motorista abre a porta para mim e para Devon entrar. Assim que chegamos à empresa, fico um tanto fascinado com o tamanho dela.

— Então, a empresa é um conglomerado, o que significa que tem vários ramos, mas o hotel Montenegro é o que mais controla as ações, então é o principal. As outras empresas ficam em outros bairros e outras cidades — informa Devon enquanto caminhamos para dentro.

Então, o hotel é o centro de tudo.

Já ouvi falar sobre o hotel Montenegro. Ele é bem famoso e caro, o mais caro do país, o tipo de hotel que só pessoas da alta classe podem pagar, então não é para qualquer um.

Ele me leva para outra direção, onde há uma lojinha com roupas esportivas. Tivemos que pegar o elevador porque ficava em outro andar. Funcionários passam por nós e nós os cumprimentamos.

— Essa é a parte onde ficam os setores de roupas, suplementos esportivos e cosméticos.

Tudo é meticulosamente planejado, caro e bem protegido por segurança em todos os lugares.

— Vou te levar para a área onde os funcionários de alto escalão trabalham. Quanto maior o nível, mais altos esses andares ficam. Infelizmente, não posso te levar à sala do Presidente, que por acaso é meu avô, porque ele não está e não gosta que entrem na sala dele sem autorização.

Assimilo a informação. Interessante.

Pegamos o elevador de novo e saímos em direção a uma sala. Óbvio que aqui também há seguranças. Devon abre a porta e eu o sigo, entrando na sala. O ambiente é bem claro e não há nada de tão grandioso; é um escritório comum, com uma mesa, cadeira giratória e um sofá, quadros decorativos, plantas. Avanço um pouco para a enorme janela de vidro, daqui dá para ver o mar, que é uma visão magnífica.

Acordo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora