22 - O dia

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Abro os olhos sentindo a claridade da luz do dia me atingir em cheio. Minha cabeça está latejando de dor. Esfrego as mãos nas têmporas por instinto e logo em seguida tento me levantar da cama. Nem faço ideia de como cheguei aqui. Minha cabeça está girando.  

— Toma isso, vai ajudar na dor de cabeça — a voz de Devon me pega de surpresa. Olho na sua direção, ele está sentado sobre a cama, com um copo de água em uma mão e a outra com um comprimido.

Seus olhos me analisam como se quisesse ter certeza de que estou bem.  
Relutante, eu aceito, pegando o copo da sua mão e o comprimido, e engulo tudo de uma vez, devolvendo o copo para ele.  

— O que aconteceu ontem? — pergunto para ter certeza de que não fiz nenhuma besteira. Tudo que me recordo agora é de eu indo para um bar e ter enchido a cara; depois, tudo está meio que um borrão.  

Nunca mais eu bebo na minha vida, só essa dor de cabeça tá me matando.  

— Bom, além de você ficar muito bêbada, me morder e vomitar em mim, não aconteceu nada entre nós, se isso é o que você quer saber.

Graças a Deus, esperaí... eu mordi ele e vomitei? Que o céu me engula agora mesmo, nunca mais vou encostar uma gota de álcool na minha boca. Me deito novamente, tampando o meu rosto. 

— Desculpa — digo envergonhada. 

Ouço ele rir, então seus dedos puxam minhas mãos do rosto para eu olhá-lo. 

— Tá tudo bem, você quase fez um show de strippers pra mim, foi a parte boa da noite — minhas bochechas queimam, não é possível que tenha feito isso, e ele ri ainda mais. 

Jogo um travesseiro nele, que ele consegue segurar no ar. 

— Eu vou te matar, Devon, mentiroso — seus lábios se esticam em um sorriso malicioso.

Eu tento jogar outro travesseiro nele, mas ele segura meus pulsos, ficando bem próximo de mim. Meu coração começa a bater um pouco mais forte. 

— Acha que eu estou mentindo, ursinha? — provoca. 

— Sim — minha voz sai rouca.

Mais perto um pouco mais, e eu prendo a respiração porque ele está quase a um centímetro do meu rosto, e então ele se afasta, me soltando.

Solto o ar do pulmões.

— Mas você quase fez.  

— Te odeio.  

Ele ri.

Meus olhos se prendem no seu pescoço, e há uma marca de mordida ali.  Toco ali quase inconsciente, vejo-o estremecer com o meu toque.  

Ele se afasta um pouco pra longe de mim, coisa que ele nunca faz, acho um pouco estranho, mas estou tão cansada que não consigo pensar em nada, o comprimido está ajudando a passar a dor de cabeça.  

— Quer que eu traga café da manhã aqui pra você? — pergunta, agora em pé.

Ele está sem seus ternos habituais, com uma camisa preta e uma calça do mesmo tom, o cabelo impecável como sempre.  

Acordo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora