18 - Atrapalho

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                         Devon

Momento como esses, eu me imagino matando Ricky por atrapalhar o que estava acontecendo entre mim e Nicole. Finalmente, quando as coisas iriam para outro nível, ele atrapalhou tudo com essa mensagem idiota de que temos um problema.  

— Você parece irritado — constata ele, me olhando de relance enquanto dirijo o carro. Nem consigo disfarçar a minha irritação quando o encaro.  

— Eu espero que você tenha uma boa razão pra estragar o meu momento com Nicole.  

Ele ri, o desgraçado está rindo.  

— Eu não acredito muito nisso — zomba. Reviro os olhos — foi mal, mas temos problemas maiores que isso. O idiota do nosso prisioneiro conseguiu fugir do galpão e ainda tentou queimar os estoques de armas.  

Uno as sobrancelhas em descrença, passando a mão na têmpora.  

— O que?  

— Isso mesmo, por sorte não conseguiu. 

Fecho os olhos, respirando para não enlouquecer.  

Saímos do carro; todos incompetentes estão parados ao invés de procurarem aquele merda.

Não acredito que a primeira vez que vou usar uma arma será com as pessoas que deveriam ser meus aliados. Me sinto tentado a matar todos eles só pela incompetência.  

— Como isso foi acontecer?! Vocês são mais de cinquenta pessoas, porra! Ele é um e vocês deixaram ele escapar? — esbravejo, e todos se encolhem.  

— É porque você é um incompetente? — Vitor aparece andando e batendo palmas.  

— E você veio fazer o que aqui? — pergunto.  

— Não sei se você sabe, mas eu também faço parte dessa merda.  

Embora a parte suja nunca vá para ele, esse idiota não faz porra nenhuma além de ficar sentado em uma cadeira o dia todo, fingindo que trabalha.  

— Alguns revirem esse lugar, e outros procurem do lado de fora até encontrá-lo — ordeno aos outros.

Tomara que esse imbecil não tenha ido muito longe daqui. 

Eles saem e eu fico sozinho com o idiota do meu primo.  

— Eu conversei com sua amada Nicole. Ela te falou? — provoca, e me viro para ele, que está com um sorriso no rosto.

Estreito os olhos em sua direção.

— Conversou o quê? Duvido muito que ela iria conversar com um retardado como você.  

— Então ela não falou, mas enfim, falamos coisas, como ela está caidinha por mim.  

Sinto meu corpo ferver de raiva, aperto a garganta dele, fazendo seu corpo se chocar contra a parede.
 
— É melhor você ficar bem longe dela, porque eu sou capaz de te matar — digo, apertando ainda mais sua garganta até o seu rosto ficar vermelho; isso não o impede de rir.  

— Eu adoraria ver isso — desdenha, tentando livrar-se das minhas mãos. Ele começa a tossir, e acabo soltando o desgraçado. — Vai achar seu cachorrinho antes que outro dono o encontre, e aí vamos estar ferrados, priminho.  

Isso não pode acontecer; aquele idiota tem informações sobre nós, sobre mim, e pode usar isso.

Já cheguei em casa; já era a hora de ir para o hotel. Bom, não conseguimos encontrar o idiota; ele conseguiu fugir e tenho certeza de que vai ser mais um problema para eu resolver. Entre Nicole e eu, não aconteceu nada porque, quando cheguei, ela já estava dormindo como um anjo. Vou matar o Ricky; no fim, saí daqui para nada.

Acordo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora