— Precisamos conversar — diz ele com a voz impenetrável.Eu ainda permaneço encarando-o, parada no mesmo lugar, como uma estátua, com o coração na boca, sem saber o que realmente tenho que fazer: fugir ou ficar? Ele está aqui na minha frente como um poste. Eu não sei o que mais ele quer com uma pessoa que fez o que fez com ele. Como ele consegue me achar tão facilmente? Não queria encontrar com ele.
Eu me obrigo a voltar a mim e me acalmo.
— Não temos nada pra conversar — digo, controlando todas as minhas emoções que querem sair de mim quando o encaro, mas não consigo manter por muito tempo; a culpa me queima e me consome como um verme, um maldito verme me corroendo por dentro.
Eu volto a caminhar, pronta para evitá-lo a qualquer custo, sentindo as minhas pernas pesadas no processo.
Ver o Devon é muito para mim. Não era algo que eu esperava hoje.
Sinto aqueles dedos fortes se apertarem na minha pele; o contato é direto e me faz sentir tudo o que sempre quis ignorar quando estava com ele. Sua mão puxa o meu braço, me fazendo virar para ele. Eu só quero fugir dele.
— Você querendo ou não, vamos conversar agora — seu tom de voz é autoritário e nada delicado, um alerta severo para não o contrariar.
Eu puxo o meu braço, mordendo os lábios, eu não consigo ficar perto dele depois do que fiz, eu não posso. Uma parte de mim sabe que ele nunca se atreveria a me machucar, porque sei que, apesar de todas as mentiras que vivemos, ele me ama de verdade. A outra parte ainda é receosa e desconfiada; essa parte é a que mais me domina no momento.
— Eu não quero conversar com você, não tenho nada pra dizer — digo em tom rude.
Noto que ele respira fundo, tentando manter a calma. Os dedos se enlaçam nos fios de cabelo e, quando fixa os olhos em mim de forma dura, sei que não será tão fácil me livrar dele. Não importa o quanto eu fuja, ele sempre me encontrará.
— Então você vai forçada mesmo? — questiona de forma sugestiva, deixando um "quê" no ar.
Me vejo encurralada quando ele dá um passo à minha frente, acabando com os poucos centímetros de dignidade que me restavam. De repente, seus braços se envolvem em mim, me levantando do chão e segurando-me em seu colo. Eu franzo o rosto, irritada, enquanto ele me carrega, sei lá pra onde, como se eu fosse um saco de batata.
— O que você está fazendo? Me solta!
Ele me ignora, atravessando a rua. Então, ali avisto o carro dele e, encostado no capô, está Ricky, com os braços cruzados. Mas logo que nos nota, ele passa a mão pelo rosto, parecendo em descrença. Acho que não estou diferente.— Que isso agora? — indaga Ricky enquanto eu tento me desvencilhar de Devon, que me agarra mais a ele; seus braços são fortes pra caramba.
— Abre a porta do carro — ordena.
Suspirando, Ricky faz o que ele manda, abrindo a porta do banco dos fundos.
Minha mão se posiciona contra o seu peitoral firme na tentativa fracassada de me afastar dele. Será que ele não entende que está engolindo todo o meu ar?
— Se você não me solta, eu juro que vou gritar — ameaço.
Enfiando-me dentro do carro, a porta se fecha e ficamos confinados no pequeno espaço do veículo, aposto que ele pode escutar o som do meu coração acelerado contra o meu peito.
— Não, você não vai — sibila. Nossos olhares se cruzam, e noto a frieza nos dele; eu me encolho como uma criança irritada.
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Acordo Perigoso
Romance🔞 Devon Montenegro está acostumado a ter tudo o que quer e não mede esforços para conseguir. Um dia seu caminho se cruza com uma mulher, fica encantado imediatamente pela bela Nicole Franco, uma mulher de 22 anos que tem que fazer de tudo para sobr...