— Sobe para o quarto — Devon ordena, autoritário, parecendo nervoso e inquieto, o que, consequentemente, me deixa do mesmo jeito. Não faço ideia do que ele viu no celular, só sei que ficou estranho desde então.— O que foi? — pergunto.
Ele esfrega a têmpora, ainda apertando os dedos no celular, e, de repente, segura o meu braço, me puxando com ele em direção às escadas. Eu franzo o rosto, sem entender porra nenhuma.
— Eu só quero que fique no quarto e não me faça perguntas — subimos as escadas. Estou começando a ficar mais nervosa, puxo o meu braço bruscamente e o cruzo, esperando uma explicação dessa atitude tão repentina e estranha.
— Devon, fala logo o que tá acontecendo? — exijo.
Já estou farta de segredos. Eu sei que ele esconde coisas de mim e que, ultimamente, anda muito estranho, como se estivesse preocupado o tempo todo.
— Depois tá bom? — ele abre a porta do quarto e me puxa para dentro.
Observo enquanto ele vai até a cômoda, abre uma gaveta e tira de lá uma arma. Arregalo os olhos, um tanto assustada. Que merda está acontecendo? Por que ele está com uma arma? A última vez que o vi segurando uma arma foi para matar Álvaro, ou só pode significar uma coisa...
— O que está acontecendo? — imploro por uma explicação, meus nervos à flor da pele.
Devon coloca a arma no quadril e anda até mim com uma expressão séria, pondo as mãos nos meus ombros.
— Você não pode sair desse quarto por nada. Me promete que não vai sair, não importa os sons que escutar lá embaixo... Não saia daqui por nada — instrui.
Franzo o rosto e um lampejo de memória invade a minha mente.
— ...mas você tem que me prometer, Nicole, que não vai sair daqui por nada, mesmo que escute barulhos. Não saia daqui, ok?
Era a voz do meu pai.
Pisco os olhos, voltando a olhar para Devon, que me observa com uma expressão preocupada.
— Nicole, esta entendendo? não é pra você sair daqui. Tranque a porta e não abra. — Suas mãos vão para a minha bochecha, seus lábios tocam o meu rosto e ele me solta, andando para fora do quarto. Eu ando até a porta no automático, mas Devon fecha a porta e manda eu trancá-la de novo.
Eu não sei que merda está acontecendo, mas tenho noção de que não deve ser nada bom ele levar uma arma e parece tão perturbado. Eu não posso mais lidar com estresse e não consigo deixar de me sentir estressada e apavorada, seja lá com o que merda esteja acontecendo.
Como se bastasse que tudo o que estou passando já não fosse suficiente, há menos de três dias tive que enterrar o meu pai. Vê-lo pela última vez, enterrando tudo do passado e do presente, é o que me dói. O meu pai não morreu em coma; eu suportaria mais se ele tivesse morrido assim, sem sentir dor alguma. Quando eu nem tinha tanta esperança, seria mais fácil deixá-lo ir e suportar essa dor. Mas não, ele morreu quando estava bem acordado, quando iria se recuperar, quando estava pronto para viver. Isso é tão injusto. Eu não vou conseguir suportar mais nada.
Estou um poço de sentimentos; nenhum deles é bom. Eu luto comigo mesmo para não ceder à tentação de abrir a porta e sair para ver que merda está acontecendo, mas eu penso na minha bebê e não, eu vou ficar aqui e esperar, torcendo para que não seja nada ruim. Mas ele saiu com uma arma e mandou eu ficar e não sair.
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Acordo Perigoso
Romantiek🔞 Devon Montenegro está acostumado a ter tudo o que quer e não mede esforços para conseguir. Um dia seu caminho se cruza com uma mulher, fica encantado imediatamente pela bela Nicole Franco, uma mulher de 22 anos que tem que fazer de tudo para sobr...