⁸Entre a fúria e a aliança

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A noite estava fria, e a lua cheia lançava uma luz prateada sobre os edifícios altos e escuros de Gotham. Apesar do caos que havia acontecido, a cidade continuava seu ritmo habitual, alheia ao perigo iminente que pairava sobre ela. Damian e eu estávamos em um momento tenso, com a diferença entre nossos mundos se tornando cada vez mais evidente. Mas o que começou como um conflito de egos precisava se transformar em uma colaboração.

A manhã seguinte trouxe um cenário de trabalho em equipe forçado, mas necessário. Damian e eu estávamos na sala de treinamento da mansão, que estava equipada com uma vasta gama de equipamentos. Eu estava ajustando um dos aparelhos de combate, enquanto Damian estava em um canto, verificando os dispositivos de monitoramento.

— Então, qual é o plano agora? — Damian perguntou, sem olhar para mim. Sua voz era carregada de um tom desafiador, mas havia uma pitada de curiosidade. Ele estava tentando se aproximar da ideia de trabalho em equipe, mesmo que não gostasse de admitir.

— A prioridade é entender a ameaça que enfrentamos — respondi, tentando manter um tom profissional. — Precisamos analisar o que sabemos sobre a Liga das Sombras e os possíveis próximos passos que eles possam ter.

Damian finalmente se virou para mim, seus olhos verdes brilhando com uma intensidade que combinava com sua personalidade. — E por onde começamos? O que você tem em mente?

Antes que eu pudesse responder, Alfred entrou na sala com uma expressão séria. — Senhor Wayne, Astrid, temos uma atualização sobre o invasor que capturaram. A análise inicial revelou algo preocupante.

Damian franziu a testa e caminhou até Alfred. — O que descobrimos?

Alfred entregou um arquivo a Damian. — Os símbolos e as informações obtidas indicam que o grupo que está atrás de você é mais organizado do que imaginávamos. Eles têm uma rede extensa de agentes e contatos em várias cidades. Além disso, recebemos informações de que um novo ataque pode estar se preparando.

— Ótimo — disse Damian, com uma pitada de sarcasmo. — Então, qual é o plano?

— Precisamos preparar um contra-ataque e garantir que todas as nossas vulnerabilidades sejam abordadas — respondi. — Temos que começar com uma análise completa das ameaças e reforçar a segurança em áreas-chave.

Damian balançou a cabeça, como se estivesse considerando a proposta. — E como você sugere que façamos isso?

Eu respirei fundo e comecei a explicar minha estratégia. — Vamos criar um mapa de risco das áreas mais vulneráveis, identificar possíveis alvos e estabelecer um sistema de vigilância aprimorado. Também precisamos de um plano de contingência caso algo saia do controle.

Damian, aparentemente interessado, começou a fazer perguntas detalhadas sobre como implementar o plano. — E quanto à inteligência? Precisamos saber mais sobre os planos da Liga das Sombras.

— Sim, vou entrar em contato com algumas fontes para obter informações adicionais. Além disso, precisamos garantir que as comunicações sejam seguras para evitar vazamentos de informação — respondi, focada no planejamento.

Enquanto trabalhávamos, a tensão entre nós começou a diminuir, embora não fosse completamente eliminada. O trabalho forçado em equipe estava nos obrigando a encontrar um terreno comum. Mas, para que essa aliança funcionasse, precisávamos aprender a confiar um no outro.

Depois de várias horas de planejamento e ajustes, decidimos fazer uma pausa para o almoço. Alfred preparou uma refeição simples, mas deliciosa, que nos deu uma breve oportunidade para relaxar e tentar diminuir a tensão entre Damian e eu.

Durante o almoço, Damian parecia estar mais relaxado do que antes, mas ainda era evidente a frustração em seu rosto. — Então, Astrid, o que você faz quando não está protegendo herdeiros de bilionários?

Eu sorri levemente, pegando um pedaço de pão. — Gosto de passar tempo com meus amigos e manter a forma. Também tenho um gosto por esportes e alguns hobbies. E você, Damian? O que faz para se distrair?

Damian fez uma careta. — Treino, estudo, e às vezes me envolvo em projetos que não têm nada a ver com a vigilância.

A conversa foi breve, mas marcou o início de uma leve conexão. Eu podia ver que Damian estava começando a se abrir, ainda que de forma sutil.

Quando a refeição acabou, decidimos retomar o trabalho. O dia seguinte trouxe novas descobertas sobre a Liga das Sombras. Descobrimos que o próximo alvo poderia ser uma importante reunião de negócios que aconteceria em Gotham, onde uma nova tecnologia seria revelada.

— Se eles forem atacar a reunião, é uma oportunidade para um grande golpe — disse Damian, enquanto analisava as informações. — Precisamos garantir que isso não aconteça.

— Concordo. Vamos precisar de um plano sólido para proteger o evento e, ao mesmo tempo, rastrear qualquer movimento da Liga — respondi. — Vou coordenar com as equipes de segurança e garantir que tudo esteja pronto para o evento.

A noite antes do evento foi preenchida com preparação intensa. Damian e eu passamos horas discutindo estratégias e finalizando os detalhes. Mesmo com nossas diferenças, o foco no trabalho fez com que a colaboração fosse mais produtiva.

Finalmente, o dia do evento chegou. O centro de conferências estava repleto de convidados importantes, e as medidas de segurança estavam em pleno vigor. Damian estava vestido formalmente, mas seus olhos estavam atentos, e eu sabia que ele estava pronto para agir se necessário.

Enquanto observava o evento de uma posição estratégica, o peso da responsabilidade caía sobre meus ombros. Sabia que qualquer falha poderia ter consequências graves. Damian estava ao meu lado, seu olhar fixo na multidão, e a tensão entre nós parecia ter diminuído, substituída por um entendimento mais profundo da situação.

— Vamos ficar de olhos abertos — disse ele, olhando para mim. — A Liga não perde tempo.

— Concordo — respondi, observando atentamente o ambiente ao nosso redor. — Estamos prontos para qualquer coisa.

O evento avançava sem problemas, mas a sensação de alerta era palpável. A expectativa era alta, e a preocupação com a ameaça da Liga das Sombras fazia com que cada segundo parecesse mais longo.

De repente, um alarme começou a soar, e o caos se instalou. As portas foram abertas, e uma equipe de invasores entrou rapidamente no local. Damian e eu reagimos instantaneamente, nossas habilidades combinadas para lidar com a situação. O planejamento e o treinamento haviam dado frutos.

Com a ajuda das equipes de segurança, conseguimos conter a ameaça e garantir que o evento fosse protegido. A ação foi rápida e eficaz, mas a luta ainda não estava totalmente resolvida.

Quando o tumulto finalmente se acalmou, Damian e eu nos encontrávamos de frente para frente, ambos ofegantes, mas vitoriosos.

— Isso foi mais intenso do que esperávamos — disse Damian, com um olhar de cansaço e alívio.

— Mas conseguimos — respondi, tentando controlar a respiração acelerada.

Damian fez um gesto para se afastar e falou, com um tom mais ameno do que o habitual. — Obrigado por sua ajuda hoje. Não seria fácil sem você.

Eu sorri, um pouco surpresa pela sua sinceridade. — De nada, Damian. Estou aqui para isso.

Com o evento terminado e a ameaça neutralizada, parecia que estávamos começando a encontrar um equilíbrio em nossa parceria. No entanto, a Liga das Sombras ainda representava um perigo constante, e sabíamos que o trabalho estava longe de terminar.

A Guarda de Damian WayneOnde histórias criam vida. Descubra agora