A Guarda de Damian Wayne

⁶¹Consequências da batalha

As luzes da sede da Liga da Justiça brilhavam intensamente, iluminando os rostos cansados e marcados pela batalha. A cidade de Gotham, ainda coberta por um manto de sombras e destruição, parecia respirar pesadamente, como se estivesse se recuperando das feridas deixadas por Sombras e seu exército.

Damian e eu nos sentamos à mesa, cercados por nossos companheiros. Bruce estava em pé, seus braços cruzados, com uma expressão sombria enquanto olhava para o mapa da cidade, agora marcado por áreas de combate e resistência. A tensão pairava no ar, e todos sabiam que, embora tivéssemos derrotado Sombras, as consequências daquela luta ainda reverberavam.

— Precisamos falar sobre o que aconteceu — disse Bruce, sua voz grave. — A cidade está em ruínas, e muitos cidadãos estão traumatizados. Temos um longo caminho pela frente para restaurar a ordem.

Diana, sempre forte e resoluta, interveio. — Nós também precisamos cuidar dos nossos. Muitos de nós foram feridos, física e emocionalmente. Esta batalha não afetou apenas a cidade; afetou a nós.

Jason, que estava encostado na parede com uma expressão pensativa, olhou para todos nós. — É verdade. O que aprendemos com isso? O que podemos fazer para garantir que algo assim não aconteça novamente?

A pergunta pairou no ar. Cada um de nós refletiu sobre a luta que travamos. Damian, com os olhos fixos na mesa, quebrou o silêncio.

— Aprendemos que a escuridão sempre encontrará uma maneira de se infiltrar em nossas vidas. Precisamos estar sempre vigilantes — disse ele, a determinação evidente em sua voz.

— Vigilantes e unidos — acrescentei, sentindo a necessidade de reforçar a ideia. — Se não estivermos juntos, corremos o risco de cair novamente.

Bruce assentiu, seu olhar se suavizando. — Concordo. Precisamos trabalhar como uma equipe, mas também devemos cuidar de nós mesmos. O que aconteceu na batalha nos afetará de maneiras que ainda não compreendemos.

A conversa prosseguiu, e todos começaram a compartilhar seus pensamentos e sentimentos. Dick falou sobre suas inseguranças e a pressão de estar à altura do legado do Batman. Jason revelou suas lutas internas, confessando que, apesar de sua fachada confiante, ele também sentia medo. Até mesmo Diana, a guerreira indomável, mencionou como o peso das perdas a afetava.

— Somos mais do que apenas heróis — disse ela, sua voz suave, mas firme. — Somos uma família, e devemos estar prontos para nos apoiar, não apenas nas vitórias, mas também nas derrotas.

Nesse momento, percebi que a batalha não tinha sido apenas uma luta contra Sombras; ela havia revelado as fragilidades e a força de cada um de nós. O que antes parecia um mero combate tornou-se um ponto de inflexão em nossas vidas.

— Precisamos também pensar no futuro — disse Bruce, mudando o foco da conversa. — O que faremos com a cidade agora que Sombras foi derrotado? Como podemos ajudar a restaurar a confiança dos cidadãos?

As ideias começaram a fluir. Diana propôs iniciar uma campanha de ajuda humanitária, enquanto Dick sugeriu realizar eventos comunitários para unir as pessoas. Damian e eu oferecemos nosso apoio para trabalhar nas áreas mais afetadas, onde o medo ainda pairava.

Após uma longa discussão, concordamos em um plano. Iríamos dividir nossos esforços: enquanto alguns se dedicariam à reconstrução, outros continuariam a monitorar possíveis ameaças que poderiam surgir do vazio deixado por Sombras.

— Não podemos esquecer que ainda há vilões à espreita — disse Jason, com um olhar cauteloso. — Se não formos proativos, eles podem aproveitar essa vulnerabilidade.

— Então, precisamos agir rapidamente — respondi, sentindo a adrenalina voltar a circular em minhas veias. — Podemos usar o que aprendemos para fortalecer a cidade.

Bruce sorriu levemente, um sinal de aprovação. — Bem dito, Astrid. Estamos juntos nisso, e é hora de mostrar a Gotham que somos mais do que apenas os defensores da cidade; somos sua esperança.

A reunião terminou com uma sensação renovada de propósito. De alguma forma, a luta que travamos nos uniu ainda mais. Saímos da sede da Liga, prontos para enfrentar o que quer que o futuro nos reservasse.

A cidade estava em pedaços, mas nós éramos a luz que poderia guiá-la na escuridão.