²⁷Novos aliados, velhos inimigos

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A sensação de pânico se apoderou de mim enquanto a porta do galpão se fechava com um estrondo, o som ecoando pela sala. Damian imediatamente se posicionou na frente, seus olhos verdes penetrando as sombras à nossa volta. Ele estava em alerta máximo, e eu sabia que era apenas uma questão de tempo até que os capangas do Espantalho fizessem sua entrada.

— O que está acontecendo? — sussurrei para Damian, tentando manter a voz firme apesar do medo crescente.

Damian não respondeu, mas o jeito como ele se movia indicava que estava analisando a situação com a máxima concentração. Eu segui seus movimentos, tentando absorver cada detalhe do ambiente. O galpão estava escuro, com apenas algumas lâmpadas piscando aqui e ali. As sombras dançavam nas paredes, criando um cenário que parecia sair de um pesadelo.

Um som de passos pesados fez com que ambos nos virássemos para a entrada principal. A porta se abriu com um rangido, revelando um trio de figuras encapuzadas. O primeiro a entrar foi um homem alto com um traje de combate escuro e uma máscara azul. O segundo era um homem com uma capa preta e uma postura imponente. O terceiro era mais jovem, com um capuz vermelho e uma expressão dura.

— Prepare-se, — murmurou Damian, suas mãos já agarrando as armas que ele carregava.

Antes que eu pudesse responder, o homem de capa preta avançou, e Damian se lançou contra ele com precisão. Eu corri para o lado, tentando me posicionar para enfrentar o capanga que estava vindo em minha direção. Meu coração batia forte no peito, a adrenalina inundando minhas veias.

— Quem são eles? — perguntei a mim mesma enquanto me preparava para a luta. Eu nunca tinha visto esses caras antes, mas sua presença indicava que eram aliados do Espantalho, e isso era o suficiente para que eu me mantivesse alerta.

O homem com a capa preta era ágil e experiente. Cada movimento dele era calculado, e eu tinha que me esforçar para acompanhá-lo. Quando ele tentou me atacar com uma série de socos, eu consegui bloqueá-los e contra-atacar com uma combinação de socos e chutes. Ele recuou um pouco, claramente impressionado com minha habilidade, mas logo voltou à carga.

Enquanto lutava, percebi que Damian estava enfrentando o homem com o traje de combate escuro. A luta entre eles era intensa, um verdadeiro espetáculo de força e técnica. O homem de capuz vermelho estava lidando com os capangas restantes, seus movimentos eram rápidos e brutais.

No meio do caos, o homem com a capa preta fez um movimento ousado e conseguiu me derrubar no chão. O impacto foi forte, e a respiração me faltou por um momento. Antes que pudesse me recuperar, ele estava sobre mim, prestes a desferir um golpe final. Mas, antes que ele pudesse agir, um grito cortante ecoou pelo galpão.

— Atrasados, como sempre. — A voz era firme e confiável, e eu reconheci a figura imponente que se aproximava.

Era um homem alto com um uniforme azul e preto, um símbolo de morcego no peito. Seus movimentos eram precisos e calculados, e eu imediatamente percebi que ele estava do nosso lado. Seu impacto na luta foi imediato e devastador.

— Asa Noturna, — sussurrou Damian, seu tom de voz carregado de desdém. — Pensei que você estava em Blüdhaven.

— Eu estava, — respondeu Asa Noturna, seu tom casual escondendo a seriedade do momento. — Mas ouvi sobre o Espantalho e decidi dar uma mãozinha. Parece que Gotham precisa de todo o apoio possível.

Enquanto Asa Noturna entrava na batalha, o homem de capuz vermelho se aproximou de mim. Ele estava visivelmente cansado, mas ainda lutava com determinação.

— Você está bem? — Ele perguntou, sua voz carregada de preocupação, mas também de um certo desconforto. — O Espantalho não é uma brincadeira.

— Eu estou, — respondi, levantando-me com dificuldade e ajustando minha postura. — Preciso saber mais sobre vocês. Quem são?

— Capuz Vermelho, — ele respondeu. — E você é Astrid Drake, certo? Damian falou sobre você.

A informação me pegou de surpresa. Damian nunca mencionara ninguém com essas características. E agora, estava claro que havia muito mais em jogo do que eu imaginava.

O combate continuou, e a presença dos novos aliados trouxe um equilíbrio à batalha. Asa Noturna e Capuz Vermelho trabalharam em sintonia com Damian e comigo, cada um usando suas habilidades de forma complementar. Juntos, conseguimos neutralizar os capangas do Espantalho.

Quando a poeira finalmente assentou, todos nós estávamos ofegantes e exaustos. O galpão estava em caos, e o cheiro da toxina ainda pairava no ar.

— Obrigada, — disse a Damian e aos novos aliados, tentando recuperar o fôlego. — Eu não sei o que teria feito sem vocês.

Damian, ainda com a postura rígida, apenas assentiu. Asa Noturna se aproximou e ofereceu um sorriso amigável, enquanto Capuz Vermelho permanecia mais reservado.

— O Espantalho está se preparando para algo grande, — disse Asa Noturna, seu tom de voz grave. — Temos que descobrir o plano dele antes que seja tarde demais.

— Concordo, — respondi. — E precisamos de todas as informações possíveis.

A batalha havia sido intensa, e as novas revelações só complicaram ainda mais a situação. Damian e eu ainda tínhamos uma longa jornada pela frente, e agora, com a chegada de novos aliados, era claro que a luta contra o Espantalho estava longe de acabar.

Enquanto começávamos a deixar o galpão, eu olhei para Damian. Havia algo diferente em sua postura, um reconhecimento silencioso de que, apesar de todas as nossas diferenças, éramos uma equipe. E, de alguma forma, o fato de termos novos aliados ao nosso lado parecia trazer uma nova esperança.

O futuro ainda estava incerto, mas uma coisa era certa: estávamos todos juntos nisso, enfrentando o caos que Gotham havia se tornado. E, enquanto a noite caía sobre a cidade, sabíamos que as tempestades internas estavam longe de acabar.

A Guarda de Damian WayneOnde histórias criam vida. Descubra agora