A Guarda de Damian Wayne

¹⁶A verdade nas sombras

A sala de treino estava silenciosa, exceto pelo som de nossos passos e respirações. O sol da tarde filtrava-se pelas janelas, criando padrões de luz e sombra que dançavam ao nosso redor. Damian estava ainda ofegante do treino, seus músculos tensos, evidência de seu treinamento rigoroso. Olhei para ele, tentando encontrar um ponto de conexão em meio à tensão que pairava entre nós.

— Precisamos ser claros sobre isso, Damian — comecei, minha voz firme e decidida. — Bruce me disse o que está em jogo, e eu quero entender completamente como posso ajudar.

Damian ergueu uma sobrancelha, seu olhar desafiador. — E por que eu deveria confiar em você agora? Ontem à noite, você quase nos comprometeu.

Eu respirei fundo, tentando controlar minha frustração. — Eu entendo sua desconfiança. Mas o fato é que estamos em um jogo muito maior e mais perigoso do que imaginamos. Se eu vou proteger você, eu preciso estar mais envolvida. E para isso, precisamos aprender a trabalhar juntos.

Damian se endireitou, seus olhos verdes brilhando com uma intensidade calculada. — Não é apenas sobre trabalhar juntos. É sobre saber o que está por trás de cada movimento, cada decisão. E, por mais que eu não goste, você é parte disso agora.

Eu acenei com a cabeça, reconhecendo a verdade em suas palavras. — Concordo. Então, vamos começar com o básico. O que você pode me dizer sobre as ameaças que enfrenta? Como posso preparar melhor nossa abordagem?

Damian suspirou, seu olhar se tornando mais sério. — A cidade é um campo de batalha constante. Não é apenas sobre bandidos comuns; enfrentamos organizações e indivíduos que têm seus próprios motivos e objetivos. E o problema é que muitas vezes, não sabemos quem é o próximo inimigo até que seja tarde demais.

Eu comecei a entender a magnitude da situação. — E quais são as ameaças mais recentes? Como posso ser mais útil para você?

Damian fez uma pausa antes de responder, como se estivesse avaliando se deveria ou não compartilhar essas informações. — Recentemente, há um grupo que está tentando expandir sua influência na cidade. Eles têm recursos e contatos que os tornam muito perigosos. A nossa prioridade é impedir que eles ganhem poder. E para isso, precisamos ser rápidos e eficientes.

Eu assenti, absorvendo a informação. — Então, o que precisamos fazer agora?

Damian caminhou até um painel de informações na parede e começou a mostrar alguns mapas e dados. — Aqui estão as áreas de interesse e as pessoas com quem estamos lidando. A partir de agora, você precisa estar preparada para agir a qualquer momento. E, para isso, precisaremos de uma coordenação impecável.

Olhei para os mapas e dados, tentando absorver o máximo possível. — Entendi. E quanto ao treinamento? O que mais eu preciso saber?

Damian olhou para mim, seu olhar sendo um misto de respeito e desconfiança. — Vamos trabalhar juntos em alguns exercícios específicos para melhorar nossa coordenação. Não é só sobre habilidade física; é sobre a sincronia entre nossos movimentos e decisões.

Começamos a trabalhar em exercícios de coordenação e combate, tentando encontrar um ritmo que funcionasse para nós dois. Cada movimento, cada ação estava sendo ajustada para maximizar nossa eficácia. Durante o treino, consegui perceber o quanto Damian estava dedicado, mesmo que sua atitude às vezes fosse frustrante.

Enquanto nos preparávamos para uma nova sessão, Alfred entrou na sala com um olhar preocupado.

— Senhor Wayne, temos um problema — disse Alfred, sua voz tensa. — Recebemos uma ameaça anônima que parece estar diretamente ligada ao grupo que você mencionou.