¹²Sobre guardas e guardiões - Damian

41 4 0
                                    

Eu não era exatamente um fã de ter conversas sérias com meu pai, mas a situação estava se tornando inevitável. À medida que a ameaça da Liga das Sombras crescia, a conversa sobre uma guarda-costas começou a parecer cada vez mais plausível. Ele, com seu tom sempre grave e decidido, não me deixou alternativa.

— Damian, a situação está ficando mais complicada — começou Bruce, sua voz carregada de preocupação. — A ameaça está se tornando real e constante. Preciso que você esteja protegido, e para isso, vamos ter que contar com alguém externo.

Eu arqueei uma sobrancelha. — Eu posso me cuidar sozinho. Não preciso de uma guarda-costas.

Meu pai me lançou um olhar firme. — Eu sei que você é capaz, mas não podemos subestimar o perigo. Ter alguém para garantir sua segurança pode ser vital, especialmente com a Liga das Sombras em movimento.

Eu sabia que ele tinha um ponto válido, embora não fosse fácil admitir. — Quem você tem em mente?

— Astrid Drake — respondeu ele, como se fosse a escolha óbvia. — Ela é uma detetive excepcional no GCPD. Além disso, ela não sabe nada sobre nós, o que é ideal.

Eu pensei na proposta por um momento. Astrid era conhecida por sua competência e discrição. Embora a ideia de ter alguém por perto fosse desconcertante, parecia ser uma medida prudente. — Se você acha que é o melhor, eu confio em sua decisão.

Bruce assentiu, aliviado por minha aceitação. — Ótimo. Vou fazer os arranjos necessários e você se encontrará com ela em breve para discutir os detalhes.

Depois da conversa, eu deixei o escritório de Bruce com sentimentos mistos. A ideia de ter alguém para me proteger era estranha, mas a situação em Gotham estava tão volátil que era compreensível. A presença de Astrid, uma profissional fora do nosso círculo, poderia de fato trazer um novo nível de segurança.

No dia seguinte, eu conheci Astrid Drake pela primeira vez. A reunião foi agendada para a Mansão Wayne, onde meu pai havia providenciado um encontro. Quando ela chegou, parecia focada e profissional, com um semblante que indicava uma mente afiada.

— Damian Wayne? — ela perguntou, seus olhos castanhos examinando o ambiente ao meu redor com curiosidade.

— Sim — respondi, tentando manter um tom casual. — Prazer em conhecê-la, Astrid.

Ela apertou minha mão com firmeza, um sinal de que estava pronta para o desafio. — O prazer é meu. Bruce me informou que você está enfrentando algumas ameaças sérias. Estou aqui para ajudar no que for necessário.

A conversa entre nós foi direta e ao ponto. Explicamos o que esperávamos um do outro e como a proteção seria implementada. Apesar de ser uma profissional, havia algo que eu não conseguia desconsiderar — a ideia de ter alguém constantemente por perto, observando cada movimento.

Naquela noite, vesti meu traje de Robin e me preparei para minha rotina noturna. A cidade de Gotham estava tranquila, mas eu sabia que a calma era apenas uma fachada para o que poderia vir a seguir.

Enquanto eu me movia pelos telhados e becos de Gotham, uma parte de mim estava ansiosa para a nova dinâmica com Astrid. Saber que ela estava lá fora, em algum lugar, pronta para me proteger, era uma ideia que eu ainda estava tentando aceitar.

Durante minha patrulha, verifiquei locais estratégicos na cidade, mantendo um olhar atento para qualquer sinal de atividade suspeita. A noite estava escura e silenciosa, exceto pelo ocasional som distante de carros e o sussurro do vento.

Em um beco estreito, vi um grupo de indivíduos se reunindo em segredo. Decidi observar discretamente. A conversa deles estava baixa, mas era claramente importante.

— O plano está em andamento? — perguntou um homem, com uma voz carregada de tensão.

— Sim, tudo está conforme o planejado. — Respondeu outro, sussurrando. — Estamos apenas esperando a confirmação final.

Essa conversa confirmou minhas suspeitas. A Liga das Sombras estava, sem dúvida, planejando algo grande. Precisávamos estar preparados para o que estava por vir.

Após essa observação, retornei à Mansão Wayne e entrei pela entrada secreta. Alfred estava na sala de comando, esperando por mim. Meu pai estava ao lado dele, com um olhar de expectativa.

— Como foi a patrulha? — Bruce perguntou, seu tom sempre controlado.

— Encontrei um grupo da Liga das Sombras planejando algo, mas não consegui obter muitos detalhes — respondi, tentando manter a calma.

— Bom trabalho, Damian. — Bruce elogiou. — Precisamos continuar monitorando a situação e estar prontos para qualquer eventualidade. A informação que você coletou pode ser crucial.

Eu assenti, ciente de que a luta contra a Liga das Sombras estava apenas começando. A responsabilidade era grande, mas eu estava preparado para enfrentar o que viesse.

A noite estava quase no fim quando fui para o meu quarto. O dia havia sido longo e cansativo, e eu sabia que o que estava por vir seria ainda mais desafiador. A presença de Astrid e a constante vigilância sobre Gotham eram apenas uma parte da complexa rede de responsabilidades que eu carregava.

Enquanto me deitava, refleti sobre os eventos do dia e o futuro. Gotham estava em jogo, e eu estava determinado a proteger a cidade, não importa o custo. A vida como Robin não era fácil, mas era minha escolha, e eu estava pronto para enfrentar cada desafio que surgisse no caminho.

A Guarda de Damian WayneOnde histórias criam vida. Descubra agora