A tensão estava no ar enquanto eu caminhava em direção a Astrid. Jason havia me dado uma pequena injeção de coragem, mas as dúvidas ainda zumbiam em minha mente. O que eu estava prestes a fazer era novo e assustador. Nunca havia falado sobre meus sentimentos de maneira tão direta. Era fácil lutar contra inimigos, mas enfrentar meus próprios sentimentos? Isso era outra história.
Astrid estava encostada em uma parede, rindo com Dick sobre algo que ele havia dito. O som do riso dela era como música para meus ouvidos, mas, ao mesmo tempo, me deixava nervoso. Ela tinha uma presença que iluminava o ambiente, e eu me sentia um pouco opressivo em comparação. As palavras de Jason ecoavam em minha mente: "Você não pode correr disso para sempre."
Eu me aproximei, sentindo meu coração disparar. Astrid virou a cabeça e seus olhos se encontraram com os meus. Instantaneamente, a conversa parou. Ela sorriu, e a maneira como seus lábios se curvaram fez meu estômago se revirar.
— Oi, Damian! — ela disse, o tom de sua voz doce e convidativo. — Estávamos apenas falando sobre o treino.
— Sim... — eu murmurei, tentando encontrar as palavras. O que eu deveria dizer? O que eu poderia dizer que não pareceria idiota?
— Eu vi que você e Jason estavam indo bem juntos. — Ela inclinou a cabeça, observando-me com interesse. — Você realmente tem um bom jeito de treinar.
— Ele estava apenas me irritando — respondi, tentando desviar o foco de mim. A verdade era que Jason havia feito algo mais: ele havia me motivado a vir até aqui e a falar com ela.
Astrid riu suavemente. Havia algo na forma como ela olhava para mim que me fez sentir um pouco mais à vontade.
— Eu não consigo imaginar como deve ser treinar com o Jason. Ele deve ser bem difícil — ela disse, um sorriso travesso brincando em seus lábios. — Mas você parece lidar bem com isso.
Isso era verdade. Eu lidava com a pressão e a provocação de Jason, mas o que eu estava prestes a fazer era uma pressão muito diferente. Inspirei fundo, decidindo que era hora de agir.
— Astrid... — comecei, a voz um pouco mais firme do que eu esperava. — Precisamos conversar.
Ela me olhou com uma expressão curiosa, um pouco confusa, mas disposta a ouvir. O que eu estava fazendo era arriscado. Poderia acabar mal. Mas algo dentro de mim estava determinado a não deixar essa oportunidade passar.
— Sobre o que? — perguntou ela, gentilmente.
— Sobre nós — disse, ainda hesitando, mas finalmente decidi que não podia me esconder. — Eu... eu sinto que há algo entre nós. E eu não posso ignorar isso mais.
A expressão dela mudou, uma mistura de surpresa e algo que parecia expectativa. Eu não sabia se ela iria rir ou se afastar. Meu coração estava na boca, e eu quase senti como se estivesse em uma batalha.
— Damian... — ela começou, e eu me preparei para o que quer que ela dissesse. Meu corpo estava tenso, pronto para qualquer reação.
— Não, deixa eu terminar — interrompi, sentindo que essa era a minha única chance. — Eu não sou bom com palavras ou sentimentos, mas... você é diferente. Você não é como as outras pessoas. Você me entende de uma maneira que ninguém mais consegue, e isso me assusta.
Astrid ficou em silêncio, observando-me atentamente. Eu podia ver que ela estava processando o que eu havia dito.
— Eu... também sinto algo por você — finalmente, ela disse, a voz suave e hesitante. — Eu só não sabia se você se sentia da mesma maneira.
Uma onda de alívio e felicidade me inundou. A tensão que estava me esmagando começou a se dissipar.
— Então... você não se importa que eu tenha sido um completo idiota, certo? — tentei brincar, mas a verdade era que eu estava morrendo de medo. O que mais eu poderia dizer? Como poderia descrever o que sentia?
Ela riu levemente, e o som foi como um bálsamo para minha alma.
— Não, você definitivamente não foi um idiota. Na verdade, eu achei que você era bastante... você.
A simplicidade de suas palavras me tocou. Era isso que eu sempre quis, ser eu mesmo na presença dela. Uma ideia surgiu em minha mente.
— Se você quiser, podemos tentar. Eu quero que isso funcione. — Era a primeira vez que eu estava me oferecendo a alguém, me permitindo ser vulnerável.
Astrid sorriu, um sorriso genuíno e iluminador que fez meu coração acelerar.
— Eu adoraria isso, Damian.
E naquele momento, tudo parecia mais claro. Eu não precisava ser o "filho do Demônio" ou o "Wayne durão." Eu podia ser Damian, um garoto que se importava e estava disposto a lutar por algo que valia a pena.
Jason e Dick observavam de longe, um sorriso satisfeito em seus rostos. Eu podia sentir a aprovação deles, mas, mais importante, eu estava pronto para enfrentar o que viria. Essa era uma nova batalha, e, dessa vez, eu estava lutando por nós dois.
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A Guarda de Damian Wayne
FanfictionQuando a detetive Astrid Drake é contratada por Bruce Wayne para proteger seu filho, Damian, ela não sabe que está entrando em um mundo de segredos e perigos. Mantendo as aparências como herdeiro de um império bilionário, Damian tem muito mais a esc...