⁵⁶O início da tempestade

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As sombras de Gotham pareciam mais densas à medida que deixávamos o armazém, a sensação de que algo grandioso e aterrorizante estava por vir pesando sobre nós. Damian e eu nos movíamos em silêncio, evitando ser vistos enquanto nos dirigíamos para o ponto de encontro com os outros membros da Liga.

Assim que chegamos à sede da Liga, a atmosfera estava tensa. Todos os rostos estavam sérios, e as vozes eram baixas enquanto discutiam os últimos planos. Bruce estava em pé na frente de uma grande tela que mostrava um mapa de Gotham com várias áreas marcadas.

- Precisamos dividir as nossas forças em grupos - disse ele. - Sombras não atacará apenas um lugar. Ele espalhará seu terror por toda a cidade.

Diana interveio. - Eu posso liderar uma equipe para o porto. Se ele estiver planejando uma invasão, é lá que devemos estar.

Jason cruzou os braços, um sorriso irônico nos lábios. - E quem vai nos avisar quando as coisas ficarem perigosas? Vamos precisar de alguém que possa se infiltrar.

Damian olhou para mim, seu olhar grave. - Eu e Astrid podemos ser os olhos em campo. Agora que sabemos que ele está tramando um ataque em massa, podemos nos infiltrar nas áreas mais críticas.

Bruce olhou para nós, avaliando a proposta. - É arriscado, mas se vocês puderem trazer mais informações sobre o que Sombras planeja, podemos nos preparar melhor.

- Eu quero ir - insisti, sentindo a adrenalina correr por minhas veias. - Não posso ficar de fora.

Damian assentiu, sua mão envolvendo a minha por um breve momento. - Juntos, somos mais fortes. Vamos.

Depois de algumas discussões, decidimos que iríamos nos concentrar na área central de Gotham, onde várias atividades suspeitas tinham sido reportadas. O objetivo era coletar o máximo de informações possível e relatar de volta antes que o ataque ocorresse.

Jason e Dick se preparavam para se juntar a nós, mas Bruce os deteve. - Vocês ficarão na retaguarda, prontos para nos dar apoio caso as coisas saiam do controle. Precisamos de um plano de fuga.

Jason fez uma careta, mas não argumentou. Ele sabia que a decisão de Bruce era baseada na experiência e na necessidade de proteger todos nós.

Assim que saímos da sede, a atmosfera mudou. O ar estava pesado e carregado de eletricidade, como se o próprio Gotham estivesse segurando a respiração. Eu e Damian nos movíamos pelas ruas, a cidade vibrando com a energia de uma tempestade prestes a desabar.

- Estamos nos aproximando da zona crítica - Damian murmurou, seus olhos escaneando cada canto. - Se Sombras estiver mesmo aqui, ele deve ter um plano em andamento.

- E precisamos descobrir qual é esse plano - respondi, sentindo meu coração acelerar.

Enquanto caminhávamos, percebi que ele parecia mais concentrado do que nunca, como um gato prestes a pular. Ele sempre foi assim, mas agora havia uma profundidade em seu olhar que eu não havia notado antes.

Finalmente, chegamos a um beco escuro onde o som de vozes ecoava. Sem fazer barulho, nos esgueiramos até uma fresta na parede, espiando o que estava acontecendo. Um grupo de figuras encapuzadas estava reunido em círculo, e no centro estava Sombras.

- O plano está em andamento - disse Sombras, sua voz profunda e ressonante. - Gotham sentirá nosso poder em breve. O medo deles será nossa força, e assim que os heróis estiverem ocupados, nós tomaremos a cidade.

Uma das figuras se destacou. - E se eles nos descobrirem? O que faremos?

Sombras sorriu, um sorriso frio. - Eles não podem nos deter. E mesmo que o façam, temos um trunfo na manga.

Meu coração disparou. Era o momento que precisávamos. Precisávamos saber qual era esse trunfo.

- O que você está planejando? - perguntei em voz baixa, segurando a mão de Damian.

- Aguarde - ele sussurrou de volta, seus olhos nunca se afastando de Sombras.

Enquanto escutávamos, as palavras de Sombras começaram a se cristalizar em uma imagem clara. Ele estava prestes a fazer algo terrível, e precisávamos agir antes que fosse tarde demais.

- Precisamos voltar e informar a Liga - sussurrei para Damian. - Não podemos deixar isso acontecer.

Ele assentiu, mas sua expressão era de concentração. - Precisamos de mais informações sobre esse trunfo. O que ele tem em mente?

Eu hesitei, olhando para as figuras encapuzadas. - Mas e se for uma armadilha?

- A única maneira de saber é se aproximar mais. - A decisão estava sendo tomada, e eu podia ver a determinação nos olhos de Damian. Ele não hesitaria.

Com um aceno de cabeça, decidimos nos aproximar mais, usando a escuridão como nossa aliada. Enquanto isso, os murmúrios se tornavam mais altos, e percebi que Sombras estava fazendo uma demonstração de poder. Ele estava prestes a ativar alguma coisa.

- O que você está fazendo? - uma das figuras perguntou, nervosa.

- A única maneira de garantir que os heróis sintam nosso poder é mostrar a eles a verdade do medo - Sombras respondeu, e um brilho maligno apareceu em seus olhos.

- Vamos - sussurrei para Damian, puxando-o para trás enquanto nos afastávamos do grupo. - Precisamos avisar os outros agora.

Corremos pelas ruas, as sombras nos envolvendo enquanto nos dirigíamos de volta à sede da Liga. O coração pulsava em meus ouvidos, e a adrenalina tomava conta de mim. Sabia que o tempo estava se esgotando.

Quando chegamos, Bruce e os outros estavam reunidos em torno da mesa, discutindo.

- O que vocês encontraram? - Bruce perguntou, seus olhos fixos em nós.

- Sombras está planejando um ataque em massa, e ele mencionou um trunfo - disse Damian, minha mão ainda segurando a dele. - Precisamos descobrir o que é antes que seja tarde demais.

Os rostos ao nosso redor se tornaram sérios, e a sala encheu-se de uma determinação coletiva.

- Então precisamos agir agora - disse Diana, sua voz firme. - Jason, Dick, vamos investigar o que Sombras está escondendo.

- E eu e Astrid estaremos em campo, prontos para qualquer coisa que ele lance em nós - Damian acrescentou.

Bruce assentiu. - Se formos atacar, devemos ser rápidos e decisivos. A cidade não pode cair nas garras de Sombras.

As luzes da sala diminuíram enquanto o clima se tornava ainda mais sério. Estávamos prestes a entrar na batalha mais importante de nossas vidas.

- Lembrem-se, estamos juntos nisso - disse Jason, um sorriso corajoso nos lábios. - E não importa o que aconteça, lutaremos como uma equipe.

Eu olhei para Damian, meu coração cheio de esperança e medo ao mesmo tempo. A tempestade estava chegando, mas juntos, nós estávamos prontos para enfrentá-la.

A Guarda de Damian WayneOnde histórias criam vida. Descubra agora