⁵⁸O trunfo de sombras

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A tensão pairava no ar enquanto nos preparávamos para a batalha. O plano estava definido: Jason e Dick iriam em busca de pistas sobre o trunfo de Sombras, enquanto Damian e eu ficaríamos em alerta na área central de Gotham, prontos para qualquer movimento. As ruas estavam silenciosas, mas a eletricidade da iminente luta era palpável.

Assim que a equipe se dispersou, olhei para Damian. Seu rosto era uma máscara de determinação, mas em seus olhos havia uma chama de preocupação. Ele sempre foi o mais focado, mas eu sabia que a situação o afetava mais do que queria demonstrar.

— Você está pronto para isso? — perguntei, tentando disfarçar minha própria ansiedade.

Ele assentiu lentamente. — Precisamos descobrir o que Sombras está planejando. Não podemos deixar Gotham nas mãos dele.

Nosso plano era monitorar as áreas críticas onde havia relatos de atividades suspeitas. A primeira parada era uma antiga fábrica no centro, um lugar onde o crime sempre encontrou abrigo nas sombras. O céu estava encoberto por nuvens escuras, e a atmosfera estava carregada de uma expectativa inquietante.

Caminhamos pelas ruas desertas, cada passo ecoando como um aviso. O ar estava frio e pesado, e a cidade parecia estar em um estado de espera, como um predador que se prepara para atacar. Ao chegarmos à entrada da fábrica, as sombras se tornaram ainda mais densas, e eu senti um calafrio percorrer minha espinha.

— Devemos ser cautelosos — sussurrou Damian, sua voz baixa e intensa. — Ouvimos rumores de que Sombras tem seguidores aqui. Eles não hesitarão em nos atacar se perceberem nossa presença.

A fábrica estava em um estado de abandono, com janelas quebradas e portas rangendo. A escuridão era quase palpável, mas isso não nos impediu. Usamos a habilidade de nos movermos em silêncio, as sombras se tornando nossas aliadas. Eu sentia a adrenalina pulsar em minhas veias, um lembrete constante do perigo que nos cercava.

Enquanto explorávamos, ouvíamos murmúrios vindos do interior. Decidimos nos aproximar com cuidado, colando-nos à parede e espiando por uma fresta. Dentro, um grupo de figuras encapuzadas se reunia em torno de uma mesa, com papéis e dispositivos eletrônicos espalhados por toda parte. No centro, uma tela mostrava imagens de várias partes de Gotham, cada uma marcada com símbolos diferentes.

— A hora está chegando — dizia uma das figuras, sua voz abafada e cheia de excitação. — Sombras está prestes a realizar o plano, e precisamos estar prontos para responder aos heróis.

— Mas e o trunfo? — perguntou outra voz, mais aguda e nervosa. — O que exatamente ele está preparando?

Eu e Damian trocamos olhares. Era o que precisávamos saber.

— Ele não revelou todos os detalhes — respondeu a figura principal, que parecia ser um dos líderes do grupo. — Mas ele mencionou um dispositivo que pode controlar as mentes das pessoas. Assim que a cidade estiver em caos, eles não saberão o que fazer. O medo será nosso aliado.

Um frio percorreu meu corpo ao ouvir isso. Sombras estava prestes a desencadear um tipo de controle que tornaria a cidade ainda mais vulnerável. Precisávamos impedir isso, mas como?

— E se os heróis descobrirem? — insistiu uma das figuras. — Não podemos permitir que eles atrapalhem nosso plano.

— Eles não podem nos deter — a figura principal disse com confiança. — E se forem um problema, temos o trunfo.

O coração acelerou. Era a chance que precisávamos, mas era arriscado.

— Damian — sussurrei, puxando-o para mais perto. — Precisamos saber o que é esse trunfo.

Ele assentiu, sua expressão decidida. — Vamos nos aproximar mais. Precisamos escutar mais detalhes.

Com um movimento rápido, encontramos uma entrada lateral. A escuridão envolvia o ambiente, e a tensão aumentava à medida que nos aproximávamos. Ouvimos mais discussões sobre os planos de Sombras, cada palavra pesada com intenção maligna.

— O dispositivo será ativado na noite da gala — disse a figura principal. — Nossos homens estarão espalhados pela cidade, prontos para causar o caos e aproveitar a confusão.

Meu estômago se revirou. A gala era um evento importante, e a cidade inteira estaria presente. Se o plano de Sombras fosse executado, as consequências seriam catastróficas.

— Precisamos voltar e avisar os outros — sussurrei, tomando a mão de Damian novamente.

Ele hesitou, seus olhos ainda fixos nas figuras. — Não podemos sair agora. Se deixarmos passar essa oportunidade, não saberemos se há como detê-los.

Eu sabia que ele estava certo. Precisávamos de mais informações, mas o tempo estava se esgotando.

Então, de repente, um alarme soou, cortando o ar pesado. As figuras encapuzadas se alertaram, e um pânico tomou conta do ambiente.

— O que foi isso? — gritou um deles.

— Alguém deve ter entrado! — respondeu outra voz.

— Vamos, precisamos nos preparar! — a figura principal ordenou, e eles começaram a se dispersar.

Damian e eu trocamos olhares, sabendo que precisávamos agir rapidamente. Sem pensar duas vezes, encontramos um canto escuro e nos escondemos. As sombras estavam a nosso favor, mas a pressão estava aumentando.

Escutamos os passos se aproximando, e a adrenalina disparou em nosso sistema. Eu sabia que o tempo estava se esgotando, e a necessidade de escapar se tornou urgente. Se eles descobrissem que estávamos ali, tudo estaria perdido.

— Vamos sair agora — sussurrei, puxando Damian para longe.

Enquanto nos movíamos, a porta principal se abriu, e uma luz forte iluminou a sala. Era Jason, com Dick logo atrás. Seus rostos mostravam preocupação, e eu me perguntei se eles haviam sentido a mesma tensão que nós.

— O que aconteceu? — perguntou Jason, olhando ao redor.

— Sombras está preparando um dispositivo para controlar a mente das pessoas — expliquei rapidamente. — Precisamos voltar e avisar a Liga imediatamente.

Dick assentiu, seu olhar determinado. — Vamos, o tempo está contra nós.

Saímos da fábrica, a escuridão se fechando atrás de nós. O ar estava carregado com a sensação de urgência, e nós sabíamos que cada segundo contava. Precisávamos informar a Liga sobre o que Sombras estava prestes a fazer.

Enquanto corríamos pelas ruas, o peso do que havíamos descoberto começava a se assentar em nossos ombros. O plano de Sombras era mais perigoso do que imaginávamos, e agora mais do que nunca, Gotham precisava de nós.

Quando chegamos à sede da Liga, Bruce e Diana estavam esperando, seus rostos tensos. Assim que entramos, todos os olhos se voltaram para nós.

— O que vocês descobriram? — Bruce perguntou, sua voz séria.

— Sombras está planejando um ataque com um dispositivo que controla a mente das pessoas — disse Damian, sua expressão grave. — Ele fará isso durante a gala, e precisamos agir rapidamente para impedir isso.

O silêncio tomou conta da sala, e a gravidade da situação começou a se cristalizar nas expressões de todos. Sabíamos que o tempo estava se esgotando, e a batalha que estava por vir seria uma das mais difíceis que já enfrentamos.

Bruce olhou para todos nós, a determinação brilhando em seus olhos. — Então é hora de nos prepararmos. Gotham não cairá nas mãos de Sombras.

As sombras se aproximavam, mas estávamos prontos para enfrentá-las. Sabíamos que a luta pela cidade estava apenas começando, e estávamos determinados a lutar até o fim.

A tempestade que se aproximava prometia ser intensa, mas juntos éramos mais fortes. E com isso em mente, nos preparamos para o que estava por vir.

A Guarda de Damian WayneOnde histórias criam vida. Descubra agora