⁶⁴A sombra do passado

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O festival estava em pleno andamento, e as luzes brilhantes refletiam nos rostos felizes dos cidadãos de Gotham. A música tocava suavemente ao fundo, misturando-se com risadas e conversas animadas. Havia uma atmosfera de alegria que eu não via há muito tempo, mas, ao mesmo tempo, uma leve sombra de preocupação se instalava em meu coração. Sabia que, por trás de toda aquela felicidade, ainda havia ameaças à espreita, prontas para atacar.

Enquanto caminhava pelo parque, notei um grupo de jovens conversando animadamente perto da barraca de jogos. Um deles me reconheceu e me chamou.

— Olha, é a Astrid! Você está incrível! — disse ele, acenando.

Sorri, agradecida pela energia deles. Mas quando passei por eles, um leve calafrio percorreu minha espinha. Algo não estava certo. Havia um clima de normalidade, mas era como se uma tempestade estivesse se formando no horizonte.

Decidi me afastar do barulho do festival e fui até uma área mais tranquila. A sombra de uma árvore me protegia do sol, e eu pude respirar mais fundo. Mas, mesmo assim, não consegui afastar a sensação de que algo estava prestes a acontecer.

Enquanto refletia, ouvi o som de passos se aproximando. Levantei os olhos e vi Damian vindo em minha direção, seu rosto sério, um contraste marcante com a festa ao nosso redor.

— Astrid, precisamos conversar — disse ele, com uma expressão que não deixava espaço para dúvidas.

— O que aconteceu? — Perguntei, meu coração acelerando.

— Recebemos uma dica de que Ra's al Ghul pode tentar fazer algo durante o festival. Ele quer enviar uma mensagem, e a cidade é o alvo perfeito. Precisamos garantir que todos estejam em segurança.

O peso de suas palavras atingiu-me como um soco no estômago. Ra's al Ghul nunca havia desistido de seus planos, e, com a cidade se recuperando, ele provavelmente via isso como uma oportunidade para se infiltrar.

— O que podemos fazer? — Perguntei, determinada.

Damian olhou ao redor, avaliando a situação. — Precisamos informar Bruce e os outros. Precisamos de um plano. Se ele atacar, pode ser devastador.

Assim que chegamos à área central do festival, encontramos Bruce, Diana, e os outros membros da Liga reunidos em um canto, discutindo a situação. O clima de alegria que antes dominava o evento rapidamente se dissipou, substituído por uma tensão palpável.

— Ra's al Ghul está vindo — Damian informou, sua voz firme. — Precisamos de um plano de ação.

Bruce imediatamente assumiu a liderança. — Vamos dividir as equipes. Alguns de nós vão garantir a segurança da área. Outros vão patrulhar os arredores em busca de qualquer sinal de movimento. Precisamos estar prontos para qualquer eventualidade.

Diana acenou. — Vamos fazer isso rapidamente. A segurança dos cidadãos é a nossa prioridade. Astrid e Damian, vocês dois podem ajudar a manter as pessoas calmas e seguras enquanto garantimos que o festival continue.

Um misto de alívio e ansiedade tomou conta de mim. A situação estava se transformando rapidamente, mas eu sabia que era hora de agir. Enquanto a equipe se dispersava para cumprir suas funções, me voltei para Damian.

— O que você acha que ele vai fazer? — perguntei, tentando entender o plano de Ra's.

— Ele quer causar o maior impacto possível — respondeu Damian, sua expressão tensa. — Isso pode significar um ataque direto ao festival ou um movimento mais sutil. A incerteza é o que ele usa como arma.

Com o festival em andamento e o perigo à espreita, resolvemos nos posicionar em um ponto estratégico. O fluxo de pessoas continuava, mas agora havia um clima de vigilância. O riso se misturava com olhares nervosos, e eu podia sentir a tensão no ar.

À medida que a noite caía, o festival se iluminou com milhares de luzes. As lanternas penduradas nas árvores brilhavam como estrelas. Mas, enquanto todos apreciavam o momento, eu não conseguia sacudir a sensação de que o perigo estava cada vez mais próximo.

— O que está pensando? — Damian perguntou, interrompendo meus pensamentos.

— Sobre o que Ra's al Ghul pode estar planejando. — Respondi. — Ele não vai deixar Gotham em paz tão facilmente.

Damian assentiu, seu olhar se perdendo na multidão. — Precisamos garantir que todos estejam seguros. Ninguém deve saber do que está acontecendo.

De repente, um grito cortou o ar. As pessoas ao nosso redor começaram a olhar para o céu, onde uma sombra enorme se aproximava. A noite se iluminou com um brilho avermelhado.

— O que é isso? — perguntei, meu coração disparado.

— Olhe! — Damian apontou para uma figura que surgia, destacando-se contra as luzes do festival.

Era um drone, enorme e ameaçador, voando sobre a multidão. A princípio, estava apenas pairando, mas logo seus olhos vermelhos começaram a piscar, sinalizando um ataque iminente.

— Rápido! Todos para o chão! — Bruce gritou, sua voz ecoando pelo parque.

As pessoas começaram a entrar em pânico, correndo para se proteger. Eu e Damian trocamos um olhar, sabendo que era hora de agir.

— Vamos! — gritei, puxando Damian em direção à multidão.

Enquanto corríamos, vi que outros membros da Liga se posicionaram para interceptar o drone. A adrenalina pulsava em minhas veias, e eu sabia que, mais uma vez, tínhamos que proteger Gotham.

O drone disparou uma série de explosivos, e o céu se iluminou com as explosões. A confusão aumentava, mas Damian e eu continuamos a trabalhar para guiar as pessoas para a segurança.

— Para a saída! Rápido! — eu gritei.

Com a equipe da Liga trabalhando para neutralizar a ameaça aérea, a situação estava se intensificando. Ra's al Ghul havia escolhido o festival como seu palco, e agora era nossa missão garantir que Gotham não se tornasse mais uma de suas vitórias.

A Guarda de Damian WayneOnde histórias criam vida. Descubra agora