Capítulo Cinquenta e Quatro - Um Oni Diferente

310 66 11
                                    

Muzan nunca sentiu tanto medo quanto sentiu naquele momento.

Na verdade, ele nunca sentiu medo. Nem mesmo quando era um humano fraco e doente.

Nem quando ele viu inúmeras vidas passarem diante de seus olhos.

Nem quando ele chegou perto da morte...

Então, porque ele sentia tanto medo em não ver [Nome]? Por que ele sentia seu coração bater tão rápido como se fosse fugir de seu peito?

[Nome], seus maldito... por que eu não te ouço? Por que não te sinto?

Muzan não gostava nada desse sentimento. Ter [Nome] em sua vida, trouxe tantas novas emoções em si, que ele se sentia desconfortável em ter que lidar com cada uma delas.

– Encontre ele a todo o custo! Ou matarei cada maldito ser vivo que respira nesse maldito continente! – Muzan cerra os punhos, e por puro ódio, ele socou a árvore que estava perto, partindo-a em inúmeros pedaços.

Ele estava ficando impaciente.

Sua aura estava dificultando até mesmo as superiores. Era sufocante, e estava completamente carregada de uma tensão quase palpável, e parecia ser vista a olho nu.

Sua expressão era de um frio gélido, que provoca desconforto, era uma sensação densa de ferocidade e irritação. Quase... ou se não, era ódio.

Era tão transparente, que a cada movimento, passo, respiração e palavras dele, criava uma atmosfera opressiva aos onis. E até mesmo caçadores a metros de distância poderiam sentir que algo não estava certo.

E ainda sim, o silêncio pesado era o pior.

Os onis tinham a sensação de que algo iminente a uma futura desgraça estava o ar. A inquietação é inescapável, como se a própria sombra de Muzan estivesse pronta para devorar qualquer um que cruzasse seu caminho.

– Revirem cada maldita árvore. Merda, se possível, até as malditas folhas! – Muzan olha aos Onis e então congela derrepente. Ele sentiu... um cheiro desconhecido. E ainda sim, familiar.

Kokushibou sentiu que algo perigoso estava vindo, mais perigoso que o próprio Muzan. Ele pegou sua katana, e ficou em frente a seu mestre, junto a Akaza, o trio olhando até o homem que acabará de chegar.

Muzan – a voz soou, com passos suaves e leves, pisando até sair da sombra. – Você veio, que surpresa... agradável.

Era uma figura serena, com um rosto é delicado, e traços suaves, vindos a uma pele pálida. A voz do homem era tão... calma e gentil, que Muzan sentiu um arrepio na espinha, as pupilas do oni, já finas, pareceram afinar ainda mais.

Ubuyashiki – o tom do Kibutsuji era venenoso, e cheio de desgosto, cerrando os punhos com força, ele sentiu que Kagaya chegou em uma péssima hora. Talvez, até boa. Ele poderia descontar a raiva na cara bonita do-

– Você é mais estressado do que me contaram... – o homem disse em um tom suave.

Os olhos tinham a pele que parecia apodrecida, e se espalhava pelo seu rosto e cobrindo seus olhos, e claramente o tornando incapaz de ver. A marca de maldição é de cor lavanda e faz a pele parecer enrugada. E feia.

Muzan franze as sobrancelhas mais uma vez.

Feio. Irritante. Quero matá-lo.

As palavras soavam em sua mente, e ele olhou mortalmente ao Kagaya, como se olhasse a um cadáver—o que, de fato iria se tornar se o homem não saísse—e abre um sorriso frio.

𝖀𝖒 𝕺𝖓𝖎 𝕯𝖎𝖋𝖊𝖗𝖊𝖓𝖙𝖊? [𝔐𝔞𝔩𝔢ℜ𝔢𝔞𝔡𝔢𝔯×𝔐𝔲𝔷𝔞𝔫] Onde histórias criam vida. Descubra agora