Capítulo Dezessete - Um Oni Diferente

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– Isso não está acontecendo... – [Nome] olhou para o corpo do assassino de seu filho, e depois olhou para as duas crianças – Não... Não, deve ser um sonho... – o homem se abaixou, e segurou o corpo comprido, mas, magro e alto de Gyuutarou.

A respiração falha do garoto, as lágrimas que caiam do rosto do jovem, e o sangramento que não parava...

Aquilo deixava [Nome] louco.

– Pai... Você... Não fez nada de ruim... –  Gyuutarou murmurou, colocando uma mão acima do braço de [Nome] – Isso, isso não é sua culpa... Não é culpa sua... – ele sussurrou fraco, sua voz baixa e rouca.

– Ah? O que quer dizer? Isso só poderia ser minha culpa por não contar a vocês. Por... por... – [Nome] franziu o cenho, secando uma lágrima de Gyuutarou, que escorreu pelo rosto pálido. – ...Não fale muito, vamos... Tentar te ajudar... – [Nome] olhou para Gyuutarou com uma expressão abatida.

Logo, [Nome] colocou ambas as mãos acima do peito de Gyuutarou, e tentou usar sua habilidade de cura nas crianças.

O brilho meio verde esbranquiçado sai de duas mãos, e rodopiam o corpo de Gyuutarou.

Um fio de esperança se forma no coração de [Nome], e ele ficou ansioso.

Mas, quando olhou para o corpo de Gyuutarou, ele viu que sua habilidade não funcionava nele.

Os machucados, ao invés de curar, ficaram pior.

Um grito de dor saiu de Gyuutarou, e instantaneamente [Nome] parou, surpreso e nervoso, ele começou a chorar de choque.

– Gyuutarou... Ah, minha criança... Por que o destino é tão cruel com você? – [Nome] chorou, deitando sua cabeça no peito da criança, ele se lamentou e se culpou.

– Pai, não... Não é nada – Gyuutarou ofegou com dor.

– Não, eu... Eu sou um monstro. Eu deveria ter morrido naquele dia... – ele cerrou os punhos, mordendo os lábios com força, [Nome] sentiu Gyuutarou apertar sua mão.

– Como pode dizer algo assim, papai? – Gyuutarou juntou forças que lhe restavam, e se levanta com esforço doloroso. – [Nome]! Por que fala isso?! Você é o meu pai! Por que eu teria medo de você? – sua voz com um tom irritado, e agitado.

– Eu... Eu sou um Oni... – [Nome] franze o cenho, desconfortável – Eu sou um monstro que devora humanos. Não deveria ficar perto de mim... – ele abaixou sua cabeça.

– Ah, então, você acha que só por que é um Oni, deixou de ser [Nome], o meu pai? – Gyuutarou riu, achando graça, e logo, [Nome] congela.

– Mas... – ele hesitou.

– Pai, não me diga que o motivo de você ter se escondido de mim, e de Ume, por que achou que iria nos machucar? – Gyuutarou ficou confuso.

– ... – [Nome] desviou o olhar, envergonhado, mas logo disse – Eu sou um Oni, Gyuutarou! A qualquer momento, eu posso... Posso me descontrolar... Como agora! – [Nome] se afasta das mãos de Gyuutarou, e olhou para as próprias mãos.

A sensação de que matou uma pessoa estava viva em sua mente. Ele sempre teve medo de machucar alguém, e pensar que chegou a matar...

Isso não seria culpa dele?

– Eu... Acabei de matar uma pessoa. Sabe o perigo em estar comigo? Não posso. Não me perdoaria se eu te machucasse... – [Nome] negou, cerrando os punhos, segurando as lágrimas.

– Pai... – Gyuutarou leva uma mão ao rosto de [Nome], mas a retrai, e grune em dor, caindo para trás – Isso dói muito, papai... – ele murmurou, em um baixo chiado de dor, o que deixou [Nome] atordoado.

𝖀𝖒 𝕺𝖓𝖎 𝕯𝖎𝖋𝖊𝖗𝖊𝖓𝖙𝖊? [𝔐𝔞𝔩𝔢ℜ𝔢𝔞𝔡𝔢𝔯×𝔐𝔲𝔷𝔞𝔫] Onde histórias criam vida. Descubra agora