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Richard Ríos

— Fala sério Richard, a gente já está junto a quanto tempo ?

— Vai mesmo começar com essa merda de novo ?

— Vou sim, faz quase 1 ano que estamos juntos e você se quer fala sobre casamento.

— A gente nem se quer namora Nicole.

— Exatamente, o que torna a situação ainda pior.

— Você sempre soube que seria assim.

— É por causa daquela mulher não é?

— O que você disse ?

— Supera Richard, já faz 7 anos que ela te largou. Helena nem deve mais lembrar de você.

— Na boa Nicole, acho que já tá na hora de você voltar pra casa.

— Mas combinamos que eu ficaria o mês todo.

— É mas tem 1 semana só que você chegou e já conseguiu esgotar a minha paciência.

— Você não sente nada por mim ?

— Nicole, eu já perdi as contas de quantas vezes tivemos essa conversa, você sempre soube como seria, não fica agindo como se eu tivesse te dado falsas esperanças.

— Mas amor...

— Se não tiver satisfeita é só ir embora.

— Onde você vai ?

— Vou ir treinar que eu ganho mais. — digo me levantando o mais rápido possível e saindo do apartamento.

Não me entendam mal, eu gostava de estar com a Nicole, mas sempre deixei claro como nosso lance funcionaria, mas de um tempo pra cá ela vem me cobrando pra assumir um compromisso, e eu já cansei de explicar que isso não vai acontecer, eu não vou assumir um relacionamento com alguém que eu não ame, e infelizmente só existiu uma mulher até hoje que eu amei de verdade, mas ela simplesmente sumiu da minha vida sem deixar rastros, eu conheci a Santiago antes mesmo de me tornar jogador profissional, fizemos planos e promessas para o futuro, passamos os melhores 3 meses da minha vida juntos, e quando eu recebi a proposta para assinar o primeiro contrato ela desapareceu.

E mesmo depois de 7 anos eu não consigo entender o porque ela fez isso, não tinha explicação do porque ela me abandonar daquela forma, nem se quer se despediu.

Sou tirado dos meus pensamentos quando antes mesmo de chegar no elevador sinto que esbarrei em alguma coisa.

— Mas que caralho! — resmunguei estressado.

— PUTA MERDA, O TROFÉU DO VOVÔ!

Abaixei o rosto para encontrar, um garoto de meio metro me encarando com o rosto vermelho e olhos marejados.

— VOCÊ QUEBROU O MEU TROFÉU E ME FEZ FALAR AS PALAVRAS COM “P” E “M” NA MESMA FRASE — ele voltou a gritar, só que agora erguendo o pequeno braço na minha direção. Seria cômico se eu não tivesse estressado. — EU TAVA DESDE JANEIRO SEM FALAR PALAVRÃO!!! AGORA O PAPAI NOEL NÃO VAI VIR MAIS E A CULPA É SUA, SEU BUN...

— Ei! — Foi a minha vez de erguer a mão para impedi-lo de me xingar. — Primeiro, a culpa não é minha se você falou essas palavras, segundo, a culpa do seu troféu estar quebrado é toda sua. — Seus olhos se arregalaram enquanto seu nariz e testa franziam em puro ódio. — Se essa porcaria não estivesse no caminho, eu não teria quebrado.

Observei o moleque secar as lágrimas com os punhos antes de respirar fundo e olhar ao redor, murmurando algo tão baixinho que não consegui entender.

Ele voltou a se aproximar e agora a sua voz era serena demais para alguém que estava berrando comigo segundos antes. E, porra, o menino falava e articulava as frases como se tivesse 29 anos. Qual era o maldito problema das crianças de hoje em dia?

— Só me paga pelo troféu que te desculpo.

— Te pagar para me desculpar? — Ri, debochado.

— Você não vai tirar nenhum centavo de mim, seu mal-educado.

Ele sibilou, desfazendo sua carinha de anjo e me lançando outro olhar irritado.

— NÃO, NÃO, NÃO! — Apesar de estar gritando, seus olhos marejados indicavam que aquilo tinha incomodado. — DESFALA ISSO!

— Não vou, porque você está sendo, sim, um garoto mal-educado.

Ele me deu as costas, fazendo com que eu quase me sentisse mal enquanto o via se afastar, todo cabisbaixo, mas foi isso, quase, porque antes que desse por mim, o pirralho estava dando de ombros, resmungando algo sobre “Papai Noel”, “Esse idiota” e “Ano que vem” enquanto se virava de volta para mim e corria na minha direção, chutando a minha canela com força.

— Seu... Engoli o xingamento, tentando alcançá-lo com as minhas mãos, porém o garoto foi mais rápido e já estava correndo para longe, antes de se virar para mim, rindo.

— Opa, desculpa, mas assim como o meu troféu, se você não estivesse no meu caminho, eu não teria te chutado.

O pequeno babaquinha ergueu uma das mãos, dando o dedo do meio antes de voltar a correr, só parando para empurrar a porta do apartamento ao lado do meu e desaparecer por ela.

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Joca se esforçou tanto Ricardão...

Richard que se prepare para conhecer seu maior terror kkkkkkk

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Até o próximo 😘

Fuera de mi controlOnde histórias criam vida. Descubra agora