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Joaquim Santiago

Algumas horas antes

— Joca você tem o do Veiga ? — João perguntou, a venda dos autógrafos estava sendo um sucesso.

— Tenho, só mais um. — Abri o zíper da mochila e peguei de volta a minha pasta com os autógrafos dos jogadores, peguei o do tio Veiga que já era o último e entreguei para ele. - É 5 reais.

— O que? O Kaio disse que tava 3 Reais. — Puxei a folha de volta.

— Sim, tava, até 12h00, agora já são 12h03 e eu já tô atrasado para a aula, então se você não quiser...

— Tudo bem, você tem troco pra 10 ?

— Hoje eu tenho.

Entreguei novamente a folha para ele e peguei do meu bolso algumas das moedas que o papai me deu mais cedo.

— Valeu, Joca. Vou pedir para o meu pai me dar mais dinheiro hoje. O próximo que eu vou querer vai ser do Richard Ríos.

— Do meu pai é mais caro.

— Oi ?

— O autógrafo do meu pai é mais caro.

— Richard Ríos é seu pai ?

João parecia chocado com o que eu timha acabado de falar, e eu achei estranho já que eu pensava que todo mundo já sabia. Enquanto ele processava a informação eu comecei a anotar os pedidos do dia, mas antes que eu terminasse, ele foi tirado abruptamente da minha mão.

— Olha, olha, se não é o esquisito vendendo os autógrafos de novo.

— Eu não sou esquisito e devolve o meu bloquinho! - Tentei alcançar as mãos do Arthur, mas ele era um pouco maior do que eu e aproveitou que eu estava na ponta dos pés para me empurrar no chão.

Me levantei rapidão, tentando controlar a vontade de chorar, e nem era pela minha bunda que doía, era pelas outras crianças se aproximando e rindo de mim.

— Olha, gente, o Joca está enganando vocês, todos esses autógrafos são falsos - ele gritou.

— Não são não, o Joca conhece sim os jogadores! - João apareceu me defendendo.

— Até parece que um esquisito desses vai conhecer algum jogador famoso.

Olhei ao redor, sentindo meus olhos arderem quando notei que todo mundo ria de mim.

— Eu conheço sim, todos eles são amigos do meu pai.

— Você não tem pai Joaquim.

— Tem sim, o pai dele é o Richard Ríos. - João volta a falar.

— O jogador dos Palmeiras ?

— Sim, ele é o meu pai! - gritei a
resposta para todo mundo ouvir.

— Ih, olha, além de esquisito o Joca também é mentiroso.

— Eu não sou mentiroso, ele é sim o meu pai.

— Qual a sua, Joaquim ? - Senti a mão do Arthur puxando a minha camisa.

— Eu torço para o Palmeiras e eu sei que o Richard Ríos não tem filho nenhum.

— Isso significa que você não sabe nada sobre o meu pai! - Me soltei dele, dando um passo para trás.

— Você quer mesmo que a gente acredite nisso ? Nem o sobrenome dele você tem o esquisito! - Arthur arrancou a folha do meu bloquinho e a amassou antes de jogar no chão e pisar. - O seu pai foi embora porque você não passa de um esquisito, Joca.

Ouvir aquilo me deu ainda mais vontade de chorar, porque ele tinha um pouco de razão já que, como eu iria provar para as pessoas que ele realmente era o meu papai ?

— Eu não sou esquisito!

— É, sim, você e sua mãe burra que nem sabe quem é o seu pai e deixa você ficar contando mentiras por ai.

Passei o braço pelo rosto, afastando as lágrimas enquanto me inclinava para pegar a minha mochila. Ele poderia falar o que quisessem de mim, mas eu não deixaria que falasse da minha mamãe.

— A minha mamãe não é burra!

— A minha mãe disse que ela é, sim! Se não fosse, ela saberia quem é o seu pai.

— Desfala isso agora! - gritei, irritado.

— Não desfalo! Você é esquisito e a sua mãe é uma B-U-R-R-A.

— Então vou ter que tirar isso da sua boca à força. - Ergui meus punhos no ar antes de deixar a minha mochila cair no chão.

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Ai Joca, você é um querido...

Postando cedo porque não se se vou conseguir postar muita coisa hoje.

Não esqueçam de votar e comentar em.

Até o próximo 😘

Fuera de mi controlOnde histórias criam vida. Descubra agora