Richard Ríos
— Tio Richard! — Ele abriu a porta, agarrando as minhas pernas e quase
me derrubando. — Eu pensei que você tinha ido embora!Acariciei os seus cabelos, me abaixando na sua altura.
— Não, carinha, o voo atrasou de novo. — Afastei o garoto, erguendo o seu queixo para olhá-lo. — Quer me dizer o que aconteceu?
Seus lábios se projetaram em um bico.
— A mamãe foi num encontro! — Fungou, segurando a minha mão e me puxando até a sua cama, — Eu não quero outra pessoa com a gente, eu quero você de padrasto!
Me sentei na cama, puxando-o para o meu colo para conversarmos. Apesar de estar bem claro, ele nunca havia dito nada sobre eu ser o seu padrasto diretamente para mim.
— Onde você ouviu isso? — Comecei, ajustando o seu cabelo bagunçado. — Sua mãe foi em um jantar a trabalho.
Joca franziu o nariz, discordando.
— Era um encontro! — afirmou, parecendo chateado. — Além de estar muito bonitona, eu saí no corredor e vi quando ele tocou aqui nela. — Tocou o próprio braço, visivelmente inconformado. — Gosto de você, tio Richard, e não gosto mais do Fabrício já que ele quer roubar a mamãe da gente.
— Eu também gosto de você, amigão. — Beijei sua testa, vendo-o suspirar. — Sua mãe te disse o quê quando saiu?
— Que estava indo resolver coisas de trabalho.
— Então temos que acreditar nela, ela nunca mente pra gente, lembra? — Falei tentando me convencer disso também, já que não tinha relação nenhuma o trabalho da Helena com aquele professorzinho então não tinha sentido ser um jantar de negócios.
Joca balançou a cabeça.
— Ou a gente pode começar a pensar em um plano de como afastá-lo se for um
encontro.Tentei não rir, porque como o garoto parecia muito chateado, iria acabar ficando triste comigo. Passei a mão pelos meus cabelos, tentando pensar no que fazer. Eu não queria soar paranoico e nem deixar o Joca sofrer com algo que eu estou torcendo pra não ser verdade.
— Eu tenho uma ideia. — Coloquei ele no chão antes de me levantar e ir até o seu closet. — Por que não jantamos fora também?
— Não sei, não tô muito legal.
— Nem se a gente for jantar, coincidentemente, no mesmo restaurante que a sua mãe?
Um pequeno sorriso nasceu nos seus lábios.
— “Coincidentemente”. — Ele fez as aspas no ar, rindo. — Vamos nessa, tio Richard!
— Só que com uma condição. — O segurei antes que começasse a correr.
— Qual?
— Nós vamos lá só para você ver que não é um encontro, vamos nos manter longe, comer e voltar sem tocar no assunto caso ela volte antes da gente.
— Porque ?
— Porque não sei se a sua mãe vai ficar feliz com a gente espiando um jantar de trabalho.
— Encontro! — ele insistiu. — Mas tudo bem, quando você ver, vai acreditar em mim.
Neguei com a cabeça, rindo. Eu não tinha motivos para desconfiar dela, mas como Joca parecia bem alterado, a melhor opção era mostrar que não havia a mínima chance de ela me deixar, bom é o que eu quero acreditar também.
— Coloque uma roupa preta e pegue o seu boné. Vou me trocar e já venho te buscar, ok?
— Ok, tio Richard. — Comecei a sair do quarto, mas antes que conseguisse, ele gritou o meu nome, se jogando contra as minhas pernas. — Eu senti a sua falta.
— Também senti a sua, amigão. — Puxei ele para o meu colo, abraçando-o.
Nada no mundo me faria desistir ou abandonar eles, nem mesmo aquele professorzinho.
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Não percam as cenas dos próximos capítulos nesse mesmo canal e horário AMANHÃ kkkkkkkkk
Até o próximo 😘

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Fuera de mi control
FanfictionO maior sonho de Joaquim era conhecer o pai, ele só não imaginava que o homem em questão fosse seu novo vizinho e "arqui-inimigo".