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Richard Ríos


— Cara, como que você não está conseguindo ver as semelhanças?

— Coincidências — corrigi, sentindo meu estômago revirar. Não era possível. Ela não mentiria para mim, certo? Não tinha motivos. — Juan, nós conversamos, o Joca sofre por não ter o pai, Helena não mentiria se ele fosse meu e, acredite, ela não parecia ter dúvidas sobre isso.

— Eu não estou maluco, eu… — ele tentou argumentar, mas a notificação do seu celular o parou. Engoli em seco quando meu amigo tirou o celular do bolso e mexeu no aparelho. — Puta merda, olha isso.

Tomei o celular da sua mão, vendo uma foto antiga de uma criança enviada pela minha mãe.

— Isso só pode ser brincadeira — gemi, angustiado com a sensação da porra do meu coração estar batendo dentro da minha cabeça, quase explodindo meus tímpanos, sem acreditar no que estava vendo. — É o meu pai ?

— Sim, mandei mensagem para a sua mãe assim que cheguei e vi o garoto. Eu sabia que você não ia acreditar em mim, então precisava te mostrar.

Olhei mais uma vez para a foto, só conseguindo andar até a minha cama antes de desabar sentado nela, sem conseguir desviar o olhar, pois as semelhanças estavam ali, mesmo que escondidas atrás de algumas características específicas do meu pai, era nítido a semelhança no formato do rosto, no jeito de sorrir e até mesmo nas suas orelhas.

— Não tem como — murmurei aquilo mais para tentar me convencer do que qualquer outra coisa. Não. Não tinha a mínima possibilidade. — Nós ficamos juntos por 13 semanas e meia, eu contei. Ela falou que descobriu a gravidez com 16, as contas não batem, Juan.

Curvei o corpo, levando minhas duas mãos à nuca enquanto tentava puxar o ar com dificuldade. Caralho.

— Respira, irmão. — Senti as mãos dele nos meus ombros, me obrigando a corrigir a minha postura e erguer o rosto.

Meu amigo se esticou para puxar a cadeira que ficava no canto do meu quarto, se sentando na minha frente.

— Eu tô… tentando… Ela… mentiu?

Juan suspirou, negando com a cabeça.

— Eu estou muito confuso — grunhi, puxando meus próprios cabelos.

— Calma, ok? O que ela te contou depois que vocês se reencontraram?

Apertei os olhos com força, eu queria muito acreditar que era só uma coincidência, mas olhando a foto do meu pai, era impossível negar as semelhanças e isso me fez devolver o celular para o meu amigo.

— Richard ?

Suspirei, tentando focar no Juan.

— Ela me disse que foi embora porque descobriu a gravidez e teve medo que eu a rejeitasse.

— Tem mais algum detalhe?

— Eu não sei, não estou conseguindo pensar agora — confessei, sentindo um peso enorme na minha nuca e ombros.

— Tudo bem, talvez ela também tenha errado, a diferença é pouca, 2 semanas apenas, deve ser normal esse tipo de erro.

— Normal ? Juan se isso for verdade, você tem noção que eu perdi 7 anos da vida do meu filho?

Antes que ele pudesse me responder ouvimos alguns gritos vindo da sala, e corremos para ver o que estava acontecendo.

— Richard o que eu esse pirralho está fazendo na nossa casa ? — Nicole pergunta enquanto aponta o dedo para o Joca.

— Meu nome é Joaquim sua cabeçuda. — o menino responde fazendo o Juan rir e parte para cima dela, eu preciso correr para segurá-lo.

— Nicole o Joca é meu convidado, e essa casa é minha, então por favor peça desculpas para ele.

— Mas...

— Agora!

— Até parece que eu vou pedir desculpas para ele. — ela diz e entra para o quarto, quase derrubando o Juan pelo caminho.

— Foi mal por isso carinha. — peço colocando ele de volta no chão.

— Eu acho melhor eu ir esperar a Júlia lá fora mesmo, sua namorada não gosta de mim, mas obrigado por me deixar jogar.

Ele diz e sai do meu apartamento enquanto o Juan me encara com as sobrancelhas erguidas esperando que eu tome alguma atitude.

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Atenção Helena, acho que você precisa vim dar um jeito em um certo alguém em...

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Até o próximo 😘

Fuera de mi controlOnde histórias criam vida. Descubra agora