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Joaquim Santiago

Balancei a cabeça para afastar aquela conversa que me deixou triste. Eu não queria que o Richard soubesse. E se ele estivesse só mentindo pra mim e ainda tentasse roubar a minha mamãe?

— Quer mais sorvete, Joca ?

Terminei de mastigar o meu canudo e neguei com a cabeça.

— Acho que não, eu nunca tomei tanto sorvete assim — murmurei, me lembrando de ter pego só uma bola e depois ganhado mais duas dele. Se minha mãe descobrisse aquilo, até ele ia ficar de castigo. — Obrigado.

— Por nada.

— Eu queria me desculpar com você.

— Tá tudo bem Joca.

— Eu não fui tão legal com você.

— Vamos esquecer o passado e focar no presente e no futuro, principalmente agora que você já sabe que eu não quero roubar sua mãe de você, o que acha ?

— Por mim tudo bem.

— Amigos então?

— Amigos!

Ele pegou os nossos potes, colocando um dentro do outro, e caminhamos juntos até o carro, dessa vez ele não esqueceu de segurar a minha mão, me ajudou a entrar no carro e colocar o sinto, após dar a voltar e sentar no banco do motorista, ele começou a dirigir e eu até conversei um pouco com ele, mas quando paramos no sinal, a luz do seu celular piscando chamou a minha atenção e eu até pensei em avisá-lo se não fosse pelo nome da minha mãe estar ali na tela.

Me inclinei, colocando o dedo no visor e puxando a notificação para baixo para conseguir ler quase tudo.

Assim que o Joca dormir, fujo para ficar com você.

Senti meus olhos arderem. Fujo para ficar com você ? Ele disse que os dois eram só amigos… Então ele estava mentindo esse tempo todo para mim? Apertei os meus dentes com força, irritado e mentalmente falei todos os palavrões que eu já conhecia.

Grande cabeça de cocô! Cadê os amigos que não mentem? Logo agora que eu e ele tínhamos combinado de sermos amigos de verdade isso acontece.

— Joca, acho que está tendo uma Blitz, o seu cinto está preso, certo?

Blitz? Isso me fez sorrir enquanto afastava as minhas lágrimas.

— Tá sim. Pode abaixar um pouco o meu vidro?

— Claro.

Abri a minha bolsa, sabendo exatamente o que precisava fazer para deixá-lo longe para sempre das nossas vidas: duas palavras, sete letras e um significado que qualquer um entenderia.

Não me importei se ficou bonito ou não, só mantive abaixado até a gente chegar aonde a polícia estava, esperando pelo momento em que o primeiro deles me olhasse para erguer o caderno e fazer cara de choro. Como eu imaginei, um cutucou o outro e os dois fizeram sinais para que eu ficasse quieto. Apontei para o Richard e forcei um choro em silêncio.

Se tinha uma coisa que ninguém duvidaria, é de uma criança pedindo socorro, afinal, desapareciam milhões delas por ano.

— Boa noite, senhor. — Bateram no vidro do fedorento, fazendo-o descê-lo para conversar com eles.

— Boa noite, policial.

— Poderia abrir a porta de trás e descer do carro, por favor?

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Ai não Joca kkkkkkkk

Capítulo curtinho pra finalizar o dia, amanhã tem mais, espero que estejam gostando da história

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Até o próximo 😘

Fuera de mi controlOnde histórias criam vida. Descubra agora