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Richard Ríos

5 dias depois

Os últimos dias tem sido tranquilos, eu e o Joca estamos cada vez mais próximos, e eu ainda não tive coragem de conversar com a Helena, e pra ajudar Nicole me mandou uma mensagem dizendo que precisávamos conversar, eu achei estranho já que ela aparentemente tinha aceitado muito bem o nosso término.

Desde o incidente com a babá na semana passada Helena achou melhor dar um celular para o Joca, e o primeiro número que ele fez questão de salvar foi o meu, disse que em casos de emergência onde Helena não pudesse ajudá-lo eu estaria lá. Ele ganhou o aparelho ontem, e já havia me ligado umas nove vezes, o que não me incomodava nem um pouco.

Eu estou viajando com o time e já faz 3 dias que não vejo eles, e estou com uma saudade enorme. Ouço meu celular tocar assim que chego ao vestiário após o jogo, que mais uma vez ganhamos e eu pude contribuir para a Vitória. Ouço meu celular tocar desesperadamente e já imagino quem seja.

— Até que você é bom, tio Richard. —
Prendi o riso enquanto passava a mão pelos meus cabelos molhados de suor, meu coração se derretia todas as vezes que ele me chamava assim.

— Fico feliz que esteja me assistindo, amigão. Como conseguiu burlar o castigo?

— Não burlei, a mamãe deixou porque gente precisa torcer por quem a gente gosta — explicou e não pude deixar
de sorrir.

Apenas a ponta do seu nariz ficou visível enquanto eu assistia o teto se mexendo até ele andar e se encostar na Helena.

— Joca, o que você está fazendo? — ela perguntou, esticando-se para tirar o celular da mão dele.

— Eu tô falando com o tio Richard.

Helena resmungou algo que não entendi, me lançando mais um daqueles pedidos de desculpas silenciosos que eu já estava me acostumando a receber todos os dias.

— Você não precisa atendê-lo o tempo todo Richard — falou e eu ouvi Joca gritando um precisa, sim, ao fundo. — Não precisa, não — Helena voltou a falar, só que agora olhando para o menino, que não demorou a subir no sofá e aparecer ao lado dela.

— Mas a gente precisa saber se ele vai chegar a tempo de ficar com a gente, mamãe. Hoje é o sábado da preguiça tio.

Franzi a testa, pegando uma garrafa de água e bebendo um pouco
dela.

— Mas hoje é domingo, isso não foi ontem?

— Como você estava viajando ontem, pedi para a gente mudar.

Como em quase todos os dias que estive com ele na última semana, senti o meu peito ser tomado por uma sensação que ainda não havia me acostumado. Apesar de já sentir carinho por ele, mesmo quando fazia questão de mostrar o seu desafeto por mim, ter a sua amizade era inexplicável, porque a mesma força de vontade que ele tinha de me afastar, agora usava para nos aproximar.

— Se é um convite, vou fazer de tudo para chegar a tempo — prometi, vendo o seu sorriso crescer. — Meu voo está marcado para daqui uma hora, como do Rio até São Paulo não demora muito, devo chegar aí perto das 20h.

— Eu vou te esperar ansioso então.

— Nos falamos depois, amigão, preciso tomar um banho.

— Tá, até logo então. — ele gritou antes de desaparecer da câmera, deixando apenas Helena na videochamada.

— Já estou até cansada de pedir desculpas. — Ela riu.

— Não se desculpe, linda. Eu disse que ele poderia me ligar quando precisasse.  Nos vemos mais tarde?

— Tenha um bom voo, meu bem.

— Eu terei — afirmei, piscando enquanto suspirava. Desliguei a chamada, só então notando que todo mundo parou o que estava fazendo para prestar atenção na minha conversa.

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Bora providenciar essa conversa logo meu filho ? perdendo tempo.

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Até o próximo 😘

Fuera de mi controlOnde histórias criam vida. Descubra agora