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Helena Santiago


— Nós temos 40 minutos… — murmurei contra os seus lábios assim que entramos em casa, Richard tinha acabado de me buscar na agência e deixado Joca na escola.

— Então vamos para o banheiro, assim não perdemos tempo tendo que tomar um banho depois.

Sorri, erguendo seu braços para ajudá-lo a se livrar da camisa. Quando conseguimos, abracei o seu pescoço, dando um pequeno impulso para pular no seu colo e ser abraçada por ele.

— Não precisamos disso — ele gemeu ao abrir o fecho do meu sutiã e deixar a peça cair no chão. Ele me carregou até o nosso quarto, mas não parou por ali e seguiu direto para o banheiro, não se preocupando em fechar a porta, já que
estávamos sozinhos.

Suspirei, sentindo seus dentes arranharem meu ombro, quando me colocou sentada na bancada, pronto para puxar a minha calça eu o afastei.

— O meu celular — murmurei, colocando a mão no seu peito e o
afastando para descer.

— O que?

— O meu celular está tocando.

Richard passou a mão pelos cabelos, abaixando o rosto como se tentasse ouvir o que eu escutava.

— Tem certeza?

— Ouvidos de mãe — brinquei, saindo do banheiro com ele atrás de mim.

Encontrei a minha bolsa sobre a cama e a abri, ouvindo o riso dele.

— Bem que Joca me falou que você tinha superpoderes.

Eu estava pronta para responder quando meus olhos encontraram o nome no visor.

— É da escola do Joca — murmurei, atendendo a ligação. — Alô?

— Sra. Santiago, aqui é Margot, a diretora da escola, tudo bem?

— Sim — respondi, me sentindo levemente nervosa, o que explica
a minha falta de educação em nem retribuir a gentileza de perguntar se ela
estava bem. — Aconteceu algo com o Joaquim ?

Richard se aproximou, sentando-se na cama e me puxando para ficar entre as suas pernas enquanto eu ouvia a diretora relatando que o meu menino teria começado uma briga com um garoto da sua sala.

— Ele está bem? Se feriu? — perguntei, me apoiando no ombro do meu noivo quando o meu coração apertou.

— Ambos estão com alguns hematomas e arranhões, Sra. Santiago. Acabei de ligar para os pais do outro menino, acredito que a presença de vocês é importante para discutirmos o comportamento de ambos.

— Certo, sim, também acho melhor. Estou indo agora mesmo, encerrei a ligação, encontrando os olhos atentos do Richard em mim e sentindo minha cabeça latejar enquanto me levantava do seu colo.

— Está tudo bem?

— Mais ou menos, parece que o Joca se meteu em uma briga.

— Briga ? Por qual motivo ? Como ele está ?

— Ela não me deu muitos detalhes, mas quando eu chegar lá eu quero muitas explicações principalmente do Joaquim, eu sabia que essa história de aulas de boxe não dariam certo.

— Ei, ei, ei, pode ir se acalmando, o Joca com certeza teve os motivos dele pra bater no outro pirralho, e você não pode se estressar, lembra o que a médica disse ?

— Ríos eu...

— Você vai se acalmar e esperar eu vestir as minhas roupas, a gente vai até a escola do Joca, resolve o que tiver que resolver e depois vamos ao escritório da Aline.

— Eu já até tinha esquecido.

— Hoje é um dia especial e não vai ser esse imprevisto que vai estragar nossos planos.

— Você tem razão.

— Eu sempre tenho linda, e só pra deixar claro eu tenho certeza que o meu filho amassou o outro garoto.

— Com certeza o espírito de encrenqueiro ele herdou de você mesmo.

— Não sei do que você tá falando.

Peguei sua mão, puxando-o comigo para levantar da cama, me apressei em pegar o meu sutiã e a blusa do chão enquanto assistia todos aqueles músculos contraindo enquanto ele vestia a sua calça e camiseta.

Não demorou muito para chegarmos na escola e a situação era pior do que eu imaginava.

— Mamãe, meu olho dói.

Suspirei, sentindo meu coração apertar com o roxo que se formava ao redor do seu olho direito. Mesmo que Joca tenha começado a briga e o outro garoto tenha saído pior, meu coração de mãe estava apertado em saber que um babaquinha havia machucado o meu bebê e eu não poderia fazer nada a respeito disso.

— Nós já vamos aliviar isso ai amigão. — Richard observa o rosto do Joca e logo depois sussurra um "eu disse que ele tinha amassado o outro" além de parabenizar o filho pela briga.

— O que eu faço com vocês, hein?

— Deixa eu pensar… Não me deixar de castigo e me dar carinho e amor?

Eles sorriram, e ficaram aguardando a minha resposta, era incrível como o Joca nunca teve nenhuma semelhança com o Ríos, mas agora quem olha os dois juntos nem diz que eles passaram 7 anos longe um do outro ou que se odiavam, o Joca o odiava melhor dizendo.

— Sobre o castigo, sem chance, mocinho, você só não foi expulso porque é muito inteligente.

— Eu desconfiei que o castigo fosse ser mantido, mas amor nunca é demais, mamãe. — Seus ombros subiram e desceram. Ele sabia como amolecer o meu coração, mas dessa vez eu não cairia na sua.

— Não gosto da senhora brava comigo, me desculpa por socar o Arthur e por estar vendendo os autógrafos.

Essa última informação me fez gemer baixinho. Se eu contasse por aí que o meu filho de sete anos estava arrancando dinheiro de outras
crianças com venda de autógrafos do próprio pai, ninguém acreditaria.  

— Eu não estou brava, estou decepcionada.

— Isso é a mesma coisa. — Ele desviou os olhos, projetando um bico.

— Você não pode socar todo mundo que te provocar, querido. Quando concordamos sobre as aulas de boxe era para você aprender a se defender, era para caso alguém desse o primeiro soco, não para você dar o primeiro.

Ele suspirou, seus olhos se enchendo de lágrimas.

— Eu preciso mesmo devolver o dinheiro?

— Quando voltar dos três dias de suspensão, sim. — Limpei as lágrimas que escorreram pela sua bochecha.

— Quer explicar pra gente o porque fez isso amigão ? — Richard pergunta e o Joca parece avaliar se nos contaria ou não.

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Tentei postar mais cedo mas não deu, então não surtem.

O que vocês acham que fez o nosso querido perder a cabeça?

Não esqueçam de votar e comentar

Até o próximo 😘

Fuera de mi controlOnde histórias criam vida. Descubra agora