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Joaquim Santiago


Hoje faz duas semanas que a gente viajou, o tio Richard precisava fazer um exame, mas ficou com medo e para dar um apoio moral para ele eu tirei um pouquinho do meu sangue pra mostrar que não ia doer.

— Como você está se sentindo hoje, Joca ? — Sorrio para a tia Dri, dando de ombros. — Bem feliz. — E eu estava mesmo, apesar da mamãe ter dito que não posso usar o meu celular porque incomodei o tio Richard com algumas centenas de mensagens.

Antes que eu me esqueça, tia Dri é minha psicóloga, por algum motivo mamãe disse que iria ser bom eu passar alguns minutos do meu dia com ela, a tia Dri é super legal e tudo que ela faz é anotar em um caderninho tudo que eu falo, deve ser o emprego mais fácil do mundo.

— Ah é? Você tem estado bem feliz nas últimas sessões. — Ela sorriu de volta. — Deixe-me adivinhar: o motivo disso é um certo jogador de futebol ?

Balancei a cabeça, concordando, já sentindo aquelas cócegas estranhas no meu peito.

— O tio Richard é o cara mais legal do mundo — suspirei, olhando para a
folha que a tia Dri me deu quando cheguei e os gizes de cera coloridos,
pensando se não deveria fazer um desenho para ele. — E posso te contar
um segredo?

— Você sempre pode me contar os seus segredos, Joca.

Fiquei em pé, me aproximando do ouvido dela, porque mesmo sentada no chão, bem ao meu lado, ela era mais alta.

— Eu vou perguntar para o tio Richard se posso chamar ele de papai.

— Uau! — Tia Dri abriu a boca e os olhos de um jeito engraçado. Tudo parecia engraçado desde que o Richard virou o meu amigão.

— Eu acho isso muito legal!

— Também acho. Ele já disse que me amava, tia Dri, não tem por que ele não deixar, né?

— Depois de tudo o que você vem me falando dele? Eu acho que o Richard vai deixar, porque ele é mesmo muito legal.

Eu nunca tinha tido um papai e tava feliz por ter um padrasto, mas não dava para mentir que seria muito mais melhor de bom se o Richard tivesse ficado com a gente desde sempre.

— A gente tem sido amigão desde sempre — respondi, encolhendo os ombros. — O tio Richard ficou com a gente mesmo depois que o prendi.

Tia Dri concordou, anotando mais alguma coisa no seu caderninho e sorriu, tocando meus cabelos em um carinho.

— Você é mesmo um garotinho incrível, Joca.

— Eu sei, tia Dri. Posso fazer um desenho para o tio Richard ?

— Fica à vontade, Joca.

...

Para minha surpresa quando saí da sala da tia Dri, além da mamãe o tio Richard também estava me esperando do lado de fora.

— Oi amigão, tenho uma surpresa pra você.

— Qual ?

— Se eu contar não é surpresa né? Mas tem algumas pessoas que querem te conhecer.

— E onde elas estão ?

— Lá em casa.

— Podemos ir mamãe? — Ela concordou com a cabeça.

...

— Vocês chegaram! — uma moça que eu nunca vi abriu a porta, puxou o tio Richard para um abraço e depois a mamãe, antes de se agachar na minha altura. — Você deve ser o famoso Joca.

— Sim, senhora!

— Pode me chamar de Juvi, ou tia Juvi, querido.

— Gosto de tia Juvi.

Ela mexeu no meu cabelo, igual o tio Richard e mamãe faziam.

Quando finalmente conseguimos entrar no apartamento tinha mais algumas pessoas e o tio Richard foi apresentando cada um deles que sorriam ao me ver, e por último paramos na frente de um casal que me encarava.

— Oi, eu sou o Joaquim Santiago.

— Muito prazer Joaquim, somos Sandra e Neymar.

— Igual o jogador?

— Ei, eu sou mais velho aqui, então ele que tem o nome igual o meu. — Eu dei risada, ele era engraçado igual o tio Richard.

— Eles são meus pais Joca.

— Quando você casar com a minha mamãe e virar o meu padrasto, eles vão ser o que meus?

— Seus avós.

— Mas eu já tenho um vovô e uma vovó que moram lá no céu. Posso ter mais?

— Claro que pode Joca.

— Isso é muito legal. — falei e todos eles deram risada.

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Ai Joca...

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Até o próximo 😘

Fuera de mi controlOnde histórias criam vida. Descubra agora