Richard Ríos
1 semana depois
Despertei sentindo o lóbulo da minha orelha sendo massageado e nem precisei abrir os olhos para saber que Joca tinha acordado mais cedo e corrido para se deitar comigo outra vez.
— Bom dia, amigão — murmurei, abrindo um olho e vendo-o sorrindo para mim.
— Bom dia, tio Richard, você dormiu bastante.
Sorri, coçando o queixo.
— O jogo de ontem foi intenso. Além de ter ficado cansado e dolorido, não consegui dormir direito.
— A mamãe me disse pra não te acordar, então se ela perguntar, pode falar que não fui eu?
Passei o braço ao redor dele, concordando.
— Até porque, eu acordei sozinho. — Pisquei, ouvindo seu riso abafado contra o meu peito. Ele permaneceu ali por alguns segundos antes de erguer o rosto, curioso — Por que você não conseguiu dormir? É por ser outra casa?
Neguei com a cabeça, acariciando seus cabelos bagunçados.
— Eu estou bem ficando nessa casa. — Apontei para o quarto do novo apartamento que Helena e eu alugamos juntos até que pudéssemos voltar para os nossos.
— Eu também. Gosto da gente mais perto.
Sorri, entendendo o que ele queria dizer, porque eu também gostava de ter Lena e ele para mim a todo momento.
Mudamos para esse apartamento há 4 dias, quando a Nicole resolveu falar sobre o Joca na Internet e desde então nossas vidas se transformaram em um caos, e eu não queria expor nem a Lena e muito menos o Joca, já que a Nicole distorceu toda a história. Então os últimos dias foram, sem televisão ou celular, e gastamos nosso tempo jogando alguma coisa que tínhamos trazido ou só assistindo algum filme juntos.
— O que te fez dormir mal então?
— Hoje nós vamos receber uma carta importante. Tanto eu quanto a sua mamãe ficamos ansiosos e por isso não conseguimos dormir direito.
— Quem escreve carta hoje em dia se temos internet ?
Ri, encolhendo os meus ombros para a sua pergunta.
— Como é muito importante, tem que ser entregue lacrado.
Ele balançou a cabeça, mas antes que continuasse com as suas perguntas, a porta foi aberta e a minha Lena passou por ela, toda linda dentro do baby doll que arranquei dela assim que cheguei e Joca estava dormindo. Sim, eu não tinha sido tão sincero com Joca quanto ao motivo do meu cansaço, mas desde aquela noite que contei sobre a possibilidade de ser pai dele, nós não tivemos nenhuma oportunidade de ficarmos apenas nós dois.
Não que isso significasse que estávamos distantes, pelo contrário, eu nunca me senti tão conectado com ela do que nos momentos em que Joca estava conosco, só que tudo tinha sido um pouco diferente essa noite. Eu precisava estar com ela nos meus braços para espantar todos aqueles malditos medos e inseguranças com o resultado do exame enquanto me perdia no corpo da mulher que amava, fazendo questão de murmurar, em cada momento, que senti a necessidade de estar com ela, fosse apenas abraçados, fosse enquanto gozava dentro dela.
— Joaquim, nós não havíamos combinado de deixar o Richard dormir?
— ela perguntou, parando ao lado da cama para vê-lo escondido contra o
meu peito.— Eu já estava acordando. — Sentei, trazendo Joca comigo. — Bom dia, amor.
— Boa tarde. — Lena riu, se ajoelhando no colchão para beijar as nossas bochechas.
— Aline já veio aqui? — A pergunta saiu quase como um sussurro.
— Sim, acabou de sair.
Involuntariamente, apertei Joca nos meus braços.
— Você abriu?
— Estava esperando você acordar para abrirmos juntos.
— Amigão você pode ficar deitadinho aqui mantendo a cama quentinha para mim?
— Posso.
— Tudo bem então, nós já voltamos.
Esperei Helena beijar a testa dele antes de fazer o mesmo e descer da cama, ajudando-a.
— Nada de sair daí e deixar o meu lugar esfriar, hein.
— Não vou, tio Richard.
Peguei uma regata e saí do quarto atrás dela, me sentando no sofá e vestindo-a.
— Aqui. — Ela pegou o exame sobre o aparador, se aproximando de onde eu estava.
Puxei Helena para o meu colo, encaixando o meu rosto no vão do
seu pescoço e puxando o ar com força para tentar amenizar a minha respiração, que havia começado a acelerar.— Eu estou nervoso — confessei, sentindo a minha garganta começar a fechar enquanto lutava contra a vontade de chorar.
— Eu sei. Se você quiser, nós podemos fazer isso mais tarde.
Neguei, fechando os olhos para segurar as lágrimas, mas não consegui segurá-las por muito tempo.
— Não sei se quero saber o resultado. — Peguei a pasta da sua mão, afastando nossos corpos para encontrar o reflexo das minhas incertezas nos seus olhos. — Eu já me sinto pai do Joca, não é uma
palavra em uma folha que vai mudar isso.___________________________________________
Sem avisos finais, já é obrigação de vocês votarem e deixar o comentário.
Até o próximo 😘
(Daqui a pouco ou só amanhã)
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Fuera de mi control
FanficO maior sonho de Joaquim era conhecer o pai, ele só não imaginava que o homem em questão fosse seu novo vizinho e "arqui-inimigo".