49

2.3K 172 46
                                    

Richard Ríos


2 anos depois

— Pronto? — perguntei para o Joca, ajustando a gola da sua camisa de botões, não conseguindo conter o sorriso quando seus olhos me encararam empolgados.

— Sim, e você? Nervoso, pai?

Suspirei, balançando a cabeça.

— Tudo o que envolve a sua mãe me deixa nervoso. — Ri, pegando o pente e ajeitando o seu penteado idêntico ao meu, me fazendo sentir um pouco nostálgico, já que aquele garotinho que conheci há quase três anos, estava enorme e completaria nove anos no próximo mês.

— Não precisa, ela ama a gente. Duvido que vá fugir como algumas noivas fazem nos filmes.

Só de pensar nessa possibilidade, o meu estômago embrulhou. Era algo muito idiota, ainda mais quando tínhamos planejado esse dia não apenas uma vez, mas sim, várias, já que decidimos adiar o nosso casamento para que a Rebeca também pudesse estar nos nossos braços em todas as fotos.

— Vamos lá? — Peguei o meu blazer do mesmo tom da minha calça azul, começando a vesti-lo.

— Vamos, pai.

Eu sentia falta dos duzentos papais que ouvia por dia até o ano passado, mas entendia que ele estava naquela fase de querer ser adulto e eu estava esperando ansiosamente pelo dia que entendesse que não era bobo chamar os pais de papai e mamãe. Saí do quarto onde Joca e eu passamos a manhã jogando videogame até a hora de nos trocarmos, seguindo para a parte de trás do hotel que reservamos para o nosso casamento.

— Vou pegar algo para beber e encontrar a Beca para gente não se atrasar — Joca avisou, correndo na direção do bar que montamos do
lado de fora.

O sol de fim de tarde já preparava para se pôr, refletindo sobre o mar o tom alaranjado que seria o cenário perfeito para finalmente me casar com a mulher da minha vida. Caminhei pela passarela feita de palha que começava das últimas cadeiras de madeira com estofado branco e seguia até o altar composto por uma pequena mesa tão rústica quanto o arco que ficaria sobre nós, sendo
decorado com várias folhas e flores.

Um pouco mais para o lado, estavam as mesas adornadas com toalhas brancas e flores coloridas, criando um ambiente tropical muito acolhedor. Como estava perto do pôr do sol, diversos varais com lâmpadas foram estrategicamente posicionados sobre as mesas para dar um toque mágico e romântico para aquele final de tarde e início de noite.

Enquanto passava pelo corredor, cumprimentei a minha família que veio da Colômbia, apenas para comemorar comosco, assim como companheiros de time e alguns amigos como Juan, e sua noiva metida. Claro que soltei uma piada no seu ouvido quando o abracei e ganhei um soco na costela em pleno evento do meu casamento.

Cumprimentei sua noiva e Henrique, o filho dos dois, sentindo falta da minha pequena princesinha que tinha praticamente a mesma idade que ele. Quando cheguei ao lado do juiz de paz e me posicionei onde Helena me encontraria, voltei a me sentir ansioso e nem mesmo os acordes suaves que soavam do violino me acalmaram.

Tentei respirar fundo, sabendo que não existiam motivos para estar tão nervoso, mas foi apenas cerca de cinco minutos depois, quando A Thousand Years começou a tocar e vi Joca ao lado de Beca começando a caminhar na minha direção, que o meu coração conseguiu se acalmar. Minha princesinha de quase dois anos estava linda dentro de um
vestidinho branco e de mãos dadas com o irmão pelo qual era apaixonada.

Joca atravessou toda a passarela com muita paciência enquanto sua irmãzinha, vez ou outra, se distraía com alguém sorrindo para ela ou até
mesmo com as próprias pétalas que jogava no chão.

— Obrigado, amigão! — sussurrei, beijando a testa dos dois quando me alcançaram, entregando Beca para Juvena vendo a minha pequena se sentar ao lado do Thian.

Voltei para o meu lugar, não conseguindo conter as lágrimas quando os acordes mudaram para Say You Won’t Let Go e meus olhos pousaram sobre Helena, sentindo o meu coração bater mais forte. Minha mulher estava linda em um vestido liso e branco que cobria
os seus pés e se arrastava pela passarela conforme caminhava em minha
direção.

Os seus cabelos castanhos estavam presos no alto da sua cabeça com um penteado que deixava algumas mechas soltas e os seus ombros à mostra. Helena estava radiante, me fazendo sentir um pouco imbecil por permitir que qualquer sentimento, que não fosse a ansiedade de vê-la ali ao meu lado, tivesse me tomado. Quando finalmente estava perto o suficiente, estendi minha mão
para ela pousar a sua na minha.

Beijei sua mão antes de entrelaçar nossos dedos e virar de frente para o juiz, tentando prestar atenção no que ele falava, mas falhando miseravelmente quando não consegui desviar os olhos de quem seria a minha esposa em poucos minutos.

— Você está linda, amor. Pronta para casar comigo ? — perguntei, não conseguindo conter o suspiro apaixonado quando Helena mordeu os lábios, me encarando com seus olhos castanhos refletindo o restante do brilho do sol que já começava a desaparecer atrás de nós, pronto para dar espaço para a única estrela da minha noite.

— Eu estou pronta para qualquer coisa com você, meu bem.

___________________________________________

Chegamos ao fim de mais uma história, espero que tenham se apaixonado pelo Joca e por todas as suas travessuras, afinal de contas ele ainda era uma criança de 7 anos, a próxima temporada vai ser uma nova fase vida do Joca, onde ele vai precisar lidar com situações muito mais complexas do que o papai Noel...

Não deixem de votar e comentar o que acharam.

Continuem acompanhando a autora e os meus pensamentos intrusivos hahaha

Até o próximo 😘

Fuera de mi controlOnde histórias criam vida. Descubra agora