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Helena Santiago


As coisas na agência estavam indo super bem, eu estava conseguindo tirar de letra, hoje era sexta-feira e pela primeira vez em muito tempo eu teria um final de semana inteiro com o Joca e não precisaria me preocupar com nada.

Hoje ele tinha um passeio na escola e iria visitar o Centro de treinamento do Palmeiras, como ele se diz corintiano roxo eu já sabia que no final do dia, ele me contaria como odiou estar lá. Bem, isso seria o melhor dos mundos, mas tudo ruiu quando a escola me ligou,  aparentemente, me esqueci que o meu filho era o Joca e, apesar do seu sobrenome ser Santiago, poderia muito bem ser “encrenca” com muita facilidade.

Tive que largar tudo na agência e correr para o CT, eu gastei quase 40 minutos pra conseguir chegar, e só consegui ficar tranquila quando cheguei no corredor onde Joca estava sentado, segurando uma bolsa de gelo contra a testa.

— Querido ? — chamei, e acelerei os meus passos para ajoelhar na frente do meu garoto.

— Tudo bem?

— Tô bem, só dói — reclamou, abaixando sua mão para me mostrar o pequeno calombo na testa.

Puxei o seu pequeno corpo para um abraço, aliviada por ele estar bem.

— Você estava sozinho aqui?

— Não, o bun… — Joca apertou os lábios com força quando notou o que estava falando, eu apenas ergui uma sobrancelha. — Digo, o Richard está no telefone na sala ali atrás.

Isso já não era uma surpresa tão grande para mim, pois seu professor também havia me explicado como Joca foi atingido por uma bola jogada pelo Richard Ríos. Apesar de trágico, era cômico que o motivo de eu ter desistido de nós, também era o causador do nosso reencontro.

E de tudo o que cheguei a supor que aconteceria quando nos reencontrássemos, nada se comparava a ele parado, me olhando daquele mesmo jeito intenso de quando ainda estávamos juntos. Depois do pequeno surto do Joca em mencionar processo e chamar a polícia eu apenas me desculpei com Richard e já estava me preparando para ir embora.

— Podemos conversar?

Assim como o seu rosto, a sua voz era impossível de decifrar. Sabendo que devia aquilo para ele, me abaixei na altura de Joca, pedindo para me esperar sentadinho na cadeira.

— Eu não gosto dele, mamãe. Se precisar de ajuda, grita, tá?

Beijei sua testa, abafando o meu riso. Eu amava tanto aquele garoto que, se fosse necessário, tomaria as mesmas decisões de novo.

— Pode deixar, querido, eu volto já.

Quando voltei a ficar em pé, Richard já tinha desaparecido dentro da sala. Respirei fundo, empurrando meus cabelos para trás e tentando repassar um pequeno discurso na minha cabeça, porém, assim que passei pela porta e a fechei, fui surpreendida por sua mão agarrando a minha nuca e me empurrando contra a madeira no instante em que esmagava os seus lábios contra os meus, fazendo evaporar qualquer linha de raciocínio que criei, porque a única coisa que eu conseguia pensar era nos seus dedos puxando alguns fios dos meus cabelos enquanto sua perna se encaixava entre as minhas e sua língua pedia passagem para dentro da minha boca.

Deixei meu corpo amolecer na medida que a sua boca tão sedenta devorava a minha com tanta força que a deixava dolorida, mas nada que fosse insuportável o suficiente para afastá-lo. Me coloquei na ponta dos pés para envolver os seus ombros, puxando-o ainda mais para mim.

— Porra… — ele grunhiu, abandonando minha boca para mordiscar meu queixo, exatamente como fazia. — Continua gostosa pra caralho.

Gemi, pressionando meus seios contra a sua camisa de treino, sentindo todo o meu corpo tremer.

— Deus… — suspirei, tombando minha cabeça para trás, dando livre acesso para a sua boca deslizar pelo meu pescoço, me fazendo esquecer até do meu próprio nome.

Ainda era tão bom quanto 7 anos atrás. Na verdade, não me lembrava se alguma outra pessoa conseguiu despertar todas aquelas sensações como ele conseguiu e, pelo visto, ainda conseguia.

— Mamãe? Tá tudo bem aí?

Tentei pensar no que responder, mas meu corpo estava tão envolvido com a boca no meu pescoço, que precisei segurar os seus ombros e afastá-lo para conseguir raciocinar.

— Está… está sim, querido.

Senti seus dedos frios afastarem o tecido da minha camisa para acariciar a pele exposta em círculos. E, por Deus, eu posso ter gemido baixinho. Apertei meus olhos, me amaldiçoando por quase esquecer, mais uma vez, que Joca estava ali.

— Eu tô com fome, será que podemos ir, mamãe?

Se ele não fosse tão insistente, claro.

— Claro, só mais um minuto — respondi, não conseguindo desviar os olhos da boca do Richard, o que não passou despercebido por ele, que voltou a aproximar o seu rosto do meu enquanto tentava controlar a sua respiração ofegante. — Você disse conversar.

— Sei o que disse — sussurrou no meu ouvido, fazendo todo o meu corpo estremecer. — Mas desde quando cumprimos o que prometemos?

Senti meus olhos arderem, sabendo que aquela era uma clara indireta para mim, que prometi sempre ser verdadeira com ele naquela época e nunca fui.
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Mais um porque eu falhei essa semana com vocês kkkkkkk

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Até o próximo 😘

Fuera de mi controlOnde histórias criam vida. Descubra agora