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Richard Ríos

2 semanas depois

Eu estava na beirada do campo, esperando a lateral se cobrada, a gente precisava de um milagre, e faltava 2 minutos para o jogo acabar e o empate nos deixaria em segundo lugar na tabela já que acabaram de anunciar que o Botagofo tinha ganhado lá no Rio e esse resultado tornaria eles campeão do Brasileirão, então não tínhamos outra escolha além de arriscar absolutamente tudo nesses 120 segundos.

Em uma arrancada no contra-ataque Veiga sofreu uma falta, esse provavelmente seria o último lance do jogo, entramos em consenso e eu cobraria a falta devido a distância, se eu fizesse o gol seríamos campeões, se eu perdesse, a torcida iria esquecer tudo que eu fiz de bom no campeonato e me mataria.

Fechei os meus olhos por alguns segundos e quando escutei o árbitro autorizar a cobrança, eu olhei para a bola e chutei... depois disso eu só lembro de todos os meus companheiros de time pularem em cima de mim, porra eu consegui, eu fiz o gol que nos deu a vitória.

A primeira coisa que fiz quando saí do meio daquela muvuca, foi tentar encontrar Helena e Joca entre os vários repórteres, comissão técnica e familiares que invadiram o campo para participarem da nossa comemoração.

— Alguém viu o Joca e a Helena ? — gritei antes de ser abraçado pelas pernas.

— Aqui, papai, estou aqui! Você venceu!
— Eu o peguei no colo, sem acreditar no que meus olhos estavam vendo, Joca estava usando a minha camisa, Helena estava logo atrás dele e a puxei para um beijo.

— Nós vencemos, amigão! — O ergui, sentando-o nos meus ombros. — Vamos comigo pegar a medalha e o levantar o troféu ?

— Eu vou, papai.

— Prefiro esperar daqui, pode ser?

— Tudo bem, amor, mas não fuja. Joca e eu precisamos falar com você daqui a pouco. Beijei a sua boca mais uma vez antes de seguir até o palco que
montaram para nos receber.

Joca acenava para todo mundo, fazendo as câmeras focarem nele, que adorava a atenção que recebia. Todos os caras do time cumprimentaram o meu menino quando nos juntamos a eles lá em cima, mal conseguindo desviar os olhos da minha mulher que, apesar de não ter subido conosco, estava nos assistindo ali do gramado ao lado dos meus pais e do Juan.

Senti o meu estômago revirar, me sentindo nervoso, era irônico pra caralho como me sentia tranquilo vencendo o jogo nos segundos finais, mas não conseguia controlar a ansiedade de saber o que ela responderia quando eu fizesse o pedido. Quer dizer, eu achava que a resposta era meio óbvia, já que, desde que passamos a dividir o mesmo apartamento, o que era para ser apenas alguns dias, estava para se tornar algo definitivo, então não existiam motivos para ela não aceitar tornar isso oficial.

Esperei impaciente o treinador fazer o seu discurso, assim como a presidente do clube. Quando foi a minha vez de dar entrevista, não precisei de muito tempo para deixar claro como estava me sentindo.

— É uma honra poder contribuir na conquista desse título, segurando uma das pernas de Joca com uma mão enquanto usava a outra para erguer o troféu no ar com a ajuda dele. — Apesar das duas eliminações, se tem algo que posso garantir, é que nem sempre a espera é ruim e a minha família é a mais bonita prova disso — falei no microfone, esperando os gritos no estádio diminuírem antes de entregar o troféu para o Veiga e apontar para Helena. — Eu demorei sete anos para reencontrar a mulher da minha vida e o meu filho. — Pisquei para ela, que foi abraçada pela minha mãe. — E de verdade ? Eles fazem com que eu me sinta campeão todos os dias. Acostumem-se, família palmeiras, porque ano que vem é o que seremos de novo!

Recebi os abraços dos diretores do clube antes de descer para o gramado e abraçar meus pais.

— Gostou do meu discurso? — perguntei para Lena, abraçando-a para ganhar um beijo, mas sua boca procurou o meu ouvido.

— Você e a sua boca nunca me decepcionam, meu bem.

Gemi, me afastando para tirar Joca do meu ombro e o colocando no chão.

— Bem, eu espero que você esteja pronta para conviver com ela por muito tempo, amor. — Seus olhos se arregalaram quando me ajoelhei aos seus pés. — Helena Santiago, você aceita passar o resto da sua vida comigo?

Graças a Deus, a minha garota era decidida e balançou a cabeça, mantendo o meu coração saudável só por não tê-la pensando ou fazendo uma pausa dramática.

— Sim, Ríos. Sim! — ela respondeu com a voz embargada, seus olhos castanhos brilhando pelas lágrimas acumuladas ali. — Eu te amo.

— Eu também te amo, linda! — Me levantei, envolvendo-a com os braços antes de esmagar os meus lábios contra os seus em um beijo cheio de promessas. — Droga, a aliança! — Ri, coçando a cabeça antes de me afastar. — Joca, sua mãe disse sim, amigão!

— Eu sabia! — Ele pulou, comemorando e batendo na minha mão.

— Me passa a aliança, por favor — pedi, sentindo o meu coração errar uma batida quando ele franziu o nariz.

— Aliança? — repetiu.

— Sim, filho. — Ri, levemente nervoso. — A que deixei com você.

Os olhos dele se arregalaram em reconhecimento.

— Caraca! A aliança!

Senti meus ombros caírem quando o vi tatear os bolsos tão desesperado quanto eu.

— Eu acho que perdi, papai.

— Não, não, não… — choraminguei, me ajoelhando no campo para tatear o gramado. Não era algo pequeno, era grande, reluzente e caro. Ouvi os risos atrás de mim, me virando para encontrar Joca segurando a aliança no ar.

— Será que é isso aqui que você está procurando?

Passei a mão pelo meu rosto, não sabendo se ria ou se chorava, optando por rir, já que conhecendo aquele garoto, essa não seria a última vez que ele quase me matava do coração.

— Garoto! — O derrubei no gramado, fazendo cócegas em sua barriga. A essa altura, todas as atenções já haviam se voltado para nós. — Por um acaso, você se esqueceu que agora sou o seu pai e posso te colocar de castigo?

— Não, eu não esqueci. — Ele negou com a cabeça, se contorcendo de um lado para o outro antes de me entregar a aliança, todo vermelho e ofegante. — Como eu ia esquecer que tenho o melhor papai do mundo?

O segurei nos meus braços, beijando sua testa enquanto puxava Helena para um abraço triplo.

— Prometo que vou fazer o possível para tentar ser esse papai sempre.

— Você já é.

— Eu amo vocês.

— Nós também te amamos. Helena falou colocando uma das mãos na barriga enquanto sorria com os olhos marejados.

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Não estou preparada pra me despedir do Joca... mas o próximo capítulo será o último

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Até o próximo 😘

Fuera de mi controlOnde histórias criam vida. Descubra agora