Spotted Snow

A Ira da Nevasca

A noite não só varreu a mão do estábulo de seus pés, mas também inaugurou uma tempestade de inverno furiosa. O vento gelado combateu as lareiras rugindo, tendo sido acariciado o tempo todo. Enormes montes de neve começaram a se acumular. Árvores nuas se curvando aos ventos fortes. A gata foi para seu quarto depois de deixar os aposentos da Senhora, mas ainda muito ligada para dormir, ela trocou apenas sua camisa. Tendo que andar pelos corredores no início da manhã. A Condessa, por um tempo, dormiu sem nenhuma preocupação no mundo. O pequeno, mas forte corpo do Metamorfo sob ela assombrando seus sonhos.  

Meus pés estavam inquietos. Eu estava em minha própria pequena nuvem. A maioria da equipe noturna tinha começado a se revezar para manter as várias lareiras bem acesas e rugindo. Pegando um corredor aleatório que eu nunca tinha percorrido, ele me levou a outro conjunto de escadas, que subiam por vários andares. Levando a uma das torres altas como pináculos que pontilhavam a mansão. O quarto parecia um tanto mal utilizado, eu pude ver o porquê imediatamente. As janelas tinham estourado as vedações, deixando o ar frio entrar livremente. Lufadas da minha própria respiração turvavam o ar enquanto eu fazia um círculo completo no quarto. Móveis empoeirados e cobertos com lençóis brancos estavam no quarto esparso. 

A total ausência de luz só tornou minha visão ainda mais nítida. Caminhando até uma das janelas, esfreguei minha mão no vidro fosco, o calor intenso da minha mão fez o trabalho rápido. A vista daqui de cima era bem agradável, mesmo com a tempestade lá fora, eu conseguia enxergar muito bem. A fileira de árvores cercava a propriedade. Um lampejo de movimento escuro perto do anel interno de árvores chamou minha atenção. A maneira como ele disparou pelas árvores, não se movia como um animal. Isso deixou meu rabo em frenesi, os pelos da minha nuca começando a se arrepiar. Tudo naquela coisa estava errado, e ele estava se aproximando da mansão quanto mais eu ficava ali com o polegar enfiado na bunda. Virando o rabo, puxei a bunda de volta para fora da sala, descendo as escadas três degraus de cada vez, tentando manter meus pés o mais silenciosos que podia. 

De onde eu tinha visto a sombra pela última vez, ela estaria indo em direção ao lado oeste da mansão. Aquele lado da mansão cheirava mais como as filhas. Embora eu não tivesse ido até lá ainda, o cheiro delas sempre vinha da ala oeste. Deslizando por outro corredor, parei apenas por segundos para tirar meus sapatos. Correndo a toda velocidade agora eu era uma sombra branca mergulhando pelos corredores, seguindo o palpite de ir na direção certa da ala das meninas da mansão. Sorte que o cheiro só parecia ficar mais forte. Quanto mais perto eu chegava, menos luz eu tinha para lidar com isso. Neve solta e madeira se arrastando sussurravam à minha esquerda. Parando rapidamente em uma encruzilhada de corredores desviando em várias direções. Eu cerrei minhas mãos, deixando meus ouvidos filtrarem o barulho até encontrar o que estava procurando. Um batimento cardíaco desconhecido. 

Descendo o corredor da extrema esquerda, apenas um quarto ficava no final, porta fechada. O arranhar de pregos no vidro, meu coração pulou na minha bunda, o corredor parecendo se estender para sempre enquanto o estilhaçar do vidro encontrava meus ouvidos. A mudança aconteceu antes que eu pudesse processar, enquanto eu empurrava a porta a toda velocidade, empurrando-a para baixo. Fragmentos de madeira quebrando, junto com um grito agudo, rangiam meu crânio. Minha forma halfling tinha me dado mais um pé e meio de altura, o pelo pegando os pedaços de madeira enquanto eu derrapava para parar. 

Uma pluma de cabelo vermelho surgiu de trás do corpo enorme de um homem, os braços dele estavam em volta do pescoço dela, as cortinas ondulavam no ar frio e gélido, cobrindo o quarto rapidamente com neve e fazendo a temperatura cair rápido. A mão pálida que eu podia ver agarrando o braço do homem estava formando fissuras pretas como rachaduras, a pele ficando de um azul mortal.