Capítulo 123

44 9 4
                                    


Visão de Lohan: flashback da operação conjunta e o mistério da bruxa Liz


"Ainda não era a hora!", reclamei com Ray ao ver o cadáver da bruxa desabar na nossa frente. Ela poderia ter muitas informações úteis, mas a fúria do meu lobo naquele momento era maior do que qualquer outra coisa.

— Merda! — rugi, tentando encontrar um pouco de coerência em meio aos sentimentos primitivos dentro de mim.

"Majestade, o novato começou a agir por conta própria. O que faremos?", reportou-me um dos meus lobos, trazendo ainda mais problemas. Eu não tinha paciência para lidar com imaturidades.

"William, volte para o seu grupo agora!", ordenei mentalmente enquanto assumia a forma de lobo. Ele teimosamente insistiu em vir quando soube que a operação tinha a ver com a segurança de Eliza, e eu só aceitei trazê-lo porque prometeu não atrapalhar e seguir todas as ordens.

"Mas, Majestade, não é mais preferível encontrá-la antes dos mercenários?", respondeu-me William, ignorando completamente minha ordem. "Se eles estão por aqui, então ela também deve estar!"

"Encontre-a, então!", consenti. Eu estava tão fora de mim por conta dos últimos acontecimentos que não consegui enxergar o óbvio. Deixei que os demais lobos continuassem procurando os mercenários enquanto começava minha própria busca pela minha amada.

Eu não sabia o que minha doce companheira estaria fazendo em um lugar tão depravado quanto este, mas comecei a sentir que ela realmente estava aqui e a procurá-la loucamente em cada canto, enquanto tentava encontrar uma resposta para todas as questões que perambulavam em minha mente.

"Majestade, acho que tenho uma pista. Estou de frente para um lugar e acho que ela está aqui, só que não consigo entrar para averiguar", disse-me William menos de meia hora depois de iniciar sua busca particular. Nenhum dos meus lobos encontrara qualquer mercenário e eu ainda corria sem rumo, sem saber ao certo onde procurá-la.

"Estou a caminho!", disse-lhe, com o coração acelerado de ansiedade, na esperança de que ele realmente estivesse certo.

Alcancei-o em um instante. William estava em sua forma humana, de frente para uma construção de fachada triangular, conversando amigavelmente com uma bruxa e perguntando a ela mais sobre o local e como entrar. Ele nem percebeu a cilada em que estava se metendo e como a bruxa estava tentando seduzi-lo. Definitivamente, não foi uma boa ideia trazê-lo!

— Explique-se! — interrompi-o. Minha presença afugentou a bruxa, que correu para longe de William. Ele suspirou profundamente, olhando as costas daquela mulher vil.

— Eu estava quase convencendo-a a me levar para dentro com ela — resmungou, incomodado.

— Claro, para ser a refeição carnal da luxúria sórdida dela. Não seja tão inocente! Bruxas não valem nada!

— Mas ela era tão simpática! Não me parecia ser uma má pessoa — insistiu ele. Ainda não sabia muito sobre este mundo, então eu não podia culpá-lo por sua ignorância.

— Chega de enrolação! Me explique logo por que você acha que a Eliza está lá dentro.

— Quando eu estava passando por aqui, ouvi um casal saindo deste lugar falando sobre uma apresentação que assistiram. Disseram que a cantora é a mais notória e única que já viram se apresentar aqui até hoje. Abordei-os e perguntei sobre a cantora, e a descrição bate com a Eliza. Além disso, quando lhes perguntei o nome da cantora, disseram que se chama Liz. Acho que podem ter confundido um pouco o nome, já que o pseudônimo dela é Lisa, mas é quase a mesma coisa, certo?

Destino: O Rei AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora