Capítulo 165

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Visão de Lohan


Sentei-me perto da janela enquanto esperava minha amada se arrumar para a guerra. A primeira etapa do plano de Willow estava indo conforme o planejado. As bruxas que estão atravessando pela blindagem estão sendo marcadas. Se começássemos a derrubá-las nessa etapa, não conseguiríamos pegar todas ao mesmo tempo, já que as demais recuariam assim que as primeiras fossem debilitadas. Por outro lado, por atravessarem sem aparentemente sofrer consequências, elas ganharam confiança e estão vindo em peso, cercando o palácio por todos os lados.

— Bem melhor agora! — Eliza exclamou satisfeita enquanto dava uma volta completa. Era a mesma roupa de loba que usava no dia em que desapareceu. Com todas as magias que podia usar a uma distância segura, não compreendia o motivo pelo qual ela iria querer tomar forma de lobo.

— Vai demorar? — perguntei-lhe com seriedade.

— Ainda chateado porque acabei com a sua diversão? — questionou-me enquanto se dirigia para a porta. Eu não estava, mas Ray, por outro lado... — Ah, vamos! A melhor parte está para começar! Não seja impaciente!

— E quem disse que estou sendo impaciente? Apenas acho isso uma perda de tempo.

— Mesmo? Você, o senhor paciente, que sempre me pedia para esperar? — Seu semblante parecia bravo, mas até mesmo essa expressão era adorável. Como eu poderia reclamar? — Além disso, o seu método é assustador.

— Assustador? — Travei no lugar. Eu estava mesmo assustando a minha pequena?

"Melhor se conter um pouco!", censurei Ray. Senti ele se retraindo, apreensivo.

— Vamos! Vou fazer a blindagem reversa — chamou-me de forma mais serena. Assenti e a acompanhei, obedientemente. Eu deveria saber que atacar bruxas de forma tão descuidada não seria algo que ela gostaria de assistir.

Estão todas dentro? — perguntou Willow assim que nos aproximamos dela. Ela estava agachada de frente para o corpo desacordado de Chandra.

Aparentemente sim. A armadilha está finalizada? — perguntou Eliza de volta.

Sim! Podemos iniciar a fase final.

Eliza assentiu e, elevando a mão direita, recitou um encantamento para ativar sua inscrição, alterando a barreira dos muros para agir de dentro para fora, transformando toda a propriedade de Willow em uma grande prisão. É disso que se trata a blindagem reversa.

Está feito! A marcação também está ativa — avisou Eliza com um olhar confiante. Nunca imaginei que minha companheira se tornaria essa mulher tão poderosa. Definitivamente sou um lobo de sorte.

Elas estão atacando o palácio em conjunto por todos os lados. A barreira do palácio está prestes a cair. — disse-nos Agnes, uma das bruxas que ficou de vigília. Além dela, dezenas de bruxas estavam de prontidão ao nosso redor para agir se necessário.

Eu sinto. Enviei muito poder mágico para reforçá-la, mas não consigo aguentar mais do que isso. — disse-nos Willow. Seu olhar estava cansado e não é pra menos. A armadilha que confeccionou não é qualquer armadilha, é a ARMADILHA!

Espalhem-se! As coisas vão ficar agitadas agora. — alertou-as Eliza. Peguei Chandra e levei-a até a entrada da porta principal. Eliza e Willow se colocaram juntas de frente para a porta, onde as bruxas continuavam berrando agitadas do lado de fora.

Vamos, Willow, apareça! Queremos ver o seu belo rosto! — gritou uma.

Majestade, atenda o seu povo! Entregue-nos o inimigo e podemos deixar essa passar — insistiu outra.

Se entregarmos a Chandra, vocês irão embora? — Willow fingiu estar negociando.

Parece que estamos começando a nos entender. Chandra é um começo. Acho que podemos poupar algumas crianças com isso, mas só iremos embora se nos der a cabeça do rei dos lobos.

Vocês estão com reféns? — perguntou Willow, demonstrando preocupação.

É claro que sim! Willow, sei que é uma mulher de negócios. Não vai querer ver o que faremos com elas se você se recusar a colaborar.

— É um blefe — assoprou Eliza em sua direção. Willow assentiu e continuou jogando.

Por favor, não as machuquem. Entregarei Chandra, mas não façam nada com elas, por favor!

Ótimo! Vamos nos afastar da porta. Você tem um minuto para nos entregá-la ou começaremos a matá-las, uma por uma.

— Elas realmente são burras assim? — cochichei para minha pequena. Não é possível que as bruxas maléficas cairiam numa atuação tão fajuta.

— Elas são idiotas o suficiente para tentar atacar Willow na casa dela, então não estou surpresa. Acho que estão confiantes por causa dos números — respondeu ela, dando de ombros.

Consegui abater pelo menos duas dezenas enquanto ganhava tempo para ela, mas ainda havia centenas espalhadas pelo jardim, aproximadamente setecentas de acordo com o levantamento das bruxas que estão vigiando, e pelo menos um décimo disso são prisioneiras que escaparam da prisão.

Eliza sinalizou para Willow que o acesso estava liberado, ao que Willow prontamente abriu uma brecha na barreira em frente à porta e usou sua magia das sombras para entregar o corpo desacordado de Chandra.

Quando uma bruxa marcada tocar no corpo dela, uma maldição psíquica se espalhará como uma nuvem por todo o jardim, colocando todas em sono profundo.

Começou! — avisou-nos Eliza. 

Destino: O Rei AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora