Silence

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Se conhecesse bem as irmãs, sabia que ambas estariam juntas. Levando em consideração que Emma estava longe de Jenna e de que Isabel levou uma surra de Wednesday, seria o momento de apoio para ambas de sua maneira.

Os faróis na cola mostravam que a escolta de Cheryl e dos irmãos Hoffman ainda estava sendo feita. Sempre achou estranho o fato de Turner sumir misteriosamente como poeira, mas agora tinha motivo.

E se perguntou sobre Barbara, se ela era sua cúmplice e braço direito, ou se tinha se tornado mais uma vítima nas mãos deles. Fechou e abriu os olhos com força, não era para ficar imaginando aquilo, nem deveria.

Estacionou no meio fio e não esperou Wednesday ou Ortega sair do carro, estava nervosa, com medo e apreensiva. E pelo andar da carruagem, a probabilidade de se embrenhar nos tapas com as irmãs era alta.

Socou a porta, fazendo as dobradiças tremerem com os murros que estava dando na madeira. E quando a porta se abriu e os olhos de Emma encontraram os meus, a fúria estava neles.

E ao ver Isabel parada atrás dela com o olho roxo e boca cortada, soube qual era o motivo.

— Mas o que caralhos você pensa que está fazendo na minha porta?

A presença de Ortega e Wednesday não tinha sido vista, assim como a da escolta. O problema de Emma era comigo e somente comigo naquele momento.

— Estou tentando salvar a porra da sua vida, das duas, aliás — Olhou para Isabel, que franziu as sobrancelhas tentado entender ao que eu me referia — Faça suas malas, Emma, você e Isabel vem comigo.

— Você só pode estar louca, com licença — Quando ela tentou fechar a porta, colocou a mão e impediu, apertando tão forte que sentiu farpas adentrarem na palma quando a madeira esfarelou — Enid, eu só vou pedir mais....

— Me escuta com atenção sua desmiolada — Aproximou o rosto do dela — Um psicopata está atrás de mim, e sinto em te informar, mas você passou a ser um alvo com a Isabel, porque por mais que eu odeie falar isso, nós somos parecidas, principalmente eu e você.

Quieta, ela ficou quieta, com seu orgulho não abaixando nem com uma possível ameaça eminente de morte.

— Qual seu problema de sempre foder com todos ao seu redor?— Clamou paciência, porque estava com a mão coçando para dar na sua cara — Porque todos nós precisamos sempre nos envolver nas suas merdas, Enid?

— Você acha que eu queria isso? — Rosnou e apontou para o próprio peito — Não percebe que desde os meus dezesseis anos eu sempre tentei proteger vocês dessas coisas, Emma? Que eu sempre coloco o alvo em mim para que ninguém se ferre?.

Seus olhos se suavizaram, viu Isabel olhando para o chão e se controlando para não chorar.

— E mesmo eu fazendo tudo isso, eu só recebo o mal, recebo desprezo, surra e chamadas de atenção — Sentiu um nó na garganta — Eu realmente queria ser a filha da puta que vocês me pintam ser e não ligar se você ou a Isabel estão em risco, deletar a existência das duas para o resto da minha vida.

Era como se a cada encontro que tinha com elas, palavras que nunca conseguiu dizer antes, fossem ditas.

— Mas eu não sou assim.

Realmente não era, poderia ser idiota por sempre ser boa para aqueles que só fizeram mal.

— Eu sinceramente ainda acredito que sua antiga versão se encontra dentro do seu peito e que o John e Amanda não te alienaram tanto assim — Nada ela disse, mas sua respiração tentando ser controlada e seus olhos se tornando úmidos me mostrou que ela ainda existia — Então vou citar algo que talvez te convença, Emma.