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Dez para as onze, olhou o relógio da parede assim que adentrou a mansão com a mala. Escutou a conversa ocorrendo na cozinha entre a mãe e Celline, o cheiro de lasanha estava em toda casa.
Ambas colocaram a cabeça pela porta, só para ter certeza de quem se tratava antes de vir nos cumprimentar. Enid depositou a própria mala no chão e abraçou a matriarca Addams, que sempre teria seus sorrisos carinhosos para ela, assim como teria para mim e para Pugsley.
— Como passaram a noite? — Seus olhos me encararam — Passaram bem?
— Em completa ordem — Foi o que disse.
— Que silêncio — Enid franziu o cenho — Cadê todo mundo?
— Williams e Lilith estão no quarto, David e Gomes foram mexer no Sedan com Thing — A mãe deu de ombros em meio a um sorriso — Coisa de meninos...
— E a Chloe?
— Não sabemos — Foi a vez de Celline se pronunciar — Quando acordamos para o café, ela já não estava mais aqui.
Eu e Enid nos encaramos no mesmo instante, e a preocupação ficou explicita nos seus olhos.
Blosson estava ausente, pois precisou levar Melissa até sua casa, e algo que acabou descobrindo no café era que Ortega havia dormido lá. O que não pareceu surpreender muito Enid, levando as circunstâncias atuais que cercavam o relacionamento de Jenna e Emma.
— Ela não avisou para onde foi?
— Não, querida — Conhecia aquele olhar que ela estava carregando, o olhar que parecia saber sobre tudo a volta — Mas logo ela deve aparecer, não fique angustiada.
— Sinceramente, Morticia, me peça tudo, menos isso — Enid deu um pequeno sorriso e apontou para o segundo andar — Vou ver como as crianças estão, com licença
Deu um aceno para a esposa quando a mesma me encarou, dizendo por meio de um sutil aceno que a casa era uma zona segura e que ela poderia ir sozinha.
Observou a esposa subindo as escadas e sumindo, e quando olhou na direção da mãe, ela estava sozinha, provavelmente Celline aproveitou a deixa para ir até a cozinha. E o motivo não era à toa.
— Venha comigo.
E demorou um pouco para raciocinar seus dizeres e seguir seus passos pela casa, indo rumo direto a sua estufa particular e também escritório. Fazia tempo que não entrava naquele aposento, mas continuava do mesmo jeito que se recordava.
Rosas negras espalhada pelos vasos, assim como belas orquídea e plantas carnívoras. Parou no meio da sala enquanto a mãe ia até a janela, pegando um saquinho que guardava pequenas frutas secas e colocando no parapeito.
Observou suas ações com curiosidade, mas entendeu o motivo dela estar fazendo aquilo quando um corvo aterrizou na madeira e começou a comer da guloseima.
A mãe deu um suspiro e me analisou, e com um gesto indicou para me aproximar.
— Esse é o Hector, querida — O animal me analisou, e ele era estranhamente familiar — Um amigo da família.
— Amigo?
— Sim.
— Desde quando a senhora se tornou a branca de neve e fala com os animais?
— Tenho muitos dons, Wednesday, dons que evito partilhar para não assustar tanto as pessoas— Ele deu um sorriso e acariciou a penugem negra do corvo, que abaixou a cabeça e apreciou — Se recorda do que me questionou antes de ir a Montclair?
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Silence
FanfictionATENÇÃO⚠️⚠️⚠️: Abordará assuntos como, depressão, automutilação, bullying, suicídio, psicose, psicopatia e até mesmo abuso sexual. A gatilhos em todos os capítulos, repito, em todos. Essa fanfic terá assuntos delicados sendo abordados do início ao...