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E viu o momento exato em que Enid perdeu a consciência e o coração acelerou mais ainda, a ruiva largou a gaze e segurou sua cabeça, seu corpo estava mole como uma gelatina.

Julgava que o próprio corpo estava uma gelatina, não de uma forma boa como horas atrás, mas de uma forma ruim, maçante. O gosto amargo permaneceu na boca desde o momento em que tinha acordado.

Tinha acordado bem antes de Chloe adentrar o quarto as pressas, também tinha escutado o grito que a ruiva havia dito, e quando olhou para o lado vago na cama, percebeu imediatamente que algo tinha acontecido.

Seu grito foi angustiante, um grito de dor que precisava de seu modo ser dado, mas um grito que mostrava que mais dor estava sendo feita para ele ser liberto. E ver o sangue escorrendo cada vez mais da sua barriga, jorrando e quase não podendo ser contido, foi nítido que ela encontrou a fórmula maligna novamente.

O que estava aliviando um pouco a preocupação era ver sua respiração subindo e descendo, mas quando demorava um pouco para seu peito subir e descer, tinha leves choques. A mente achando que ela havia morrido, mas ela só estava inconsciente, em um sono profundo causado pelas consequências do que acabou fazendo.

— Vamos precisar tirar ela daqui

Voltou para a realidade quando a ruiva passou a cobrir novamente o corpo de Enid, fechando a maleta e me entregando. Lhe deu espaço quando a viu segurando as pernas de Enid e depois seu tronco, tomando cuidado ao se colocar de pé.

— Abre a porta, vamos levá-la para o quarto.

— As crianças estão no quarto.

— Chloe levou eles para o nosso — Agradecia a sobrinha por pensar naquela possibilidade, por privar as crianças de ver o que não seria bom — Anda, me guia em direção à porta, não consigo enxergar bem o caminho fora do box.

E ajudou, mesmo tendo as desavenças com a ruiva por conta de coisas no passado, tinha que agradecer seu cuidado com Enid, o que ela estava fazendo, o que tinha feito. E também por ela estar ali e ter uma força enorme, sua força de lobo, porque o fato era que tinha força, mas seria incapaz de levar Enid desacordada para o quarto.

O corpo de Enid foi depositado com cuidado na cama, a toalha ainda estava lhe cobrindo o busto e estava completamente manchada de sangue. Diria que ela estava até mais pálida do que o normal, o que não era para menos.

Se sentou de um lado do colchão, enquanto Blosson se sentava do outro, voltando a deixar os cortes amostra.

A mesma respirou fundo, estudando a situação e Enid, como se recordasse de algo que passou a algum tempo.

— É melhor amarrá-la.

— Quer amarrar ela?

Perguntou apenas por desencargo de consciência, porque tinha dúvidas se escutou certo.

— Quando eu a encontrei na ponte e ela estava com os cortes, tive que estancar o sangue — Ela assobiou e mexeu os ombros na tentativa de dissipar a tenção — Eu amarrei ela na cama porque sabia que ela sentiria dor e acordaria bem no meio do processo, estou falando porque sei que isso vai acontecer novamente.

— Eu não vou prender a Enid, ruiva — Não tinha coragem de fazer aquilo — Sem chance.

— A gente vai costurar ela viva, Wednesday — Passou a mão nos cabelos frustrada — Esses cortes estão fundos e não temos anestesia, e nem você seria capaz de parar ela se a loba dela acordar querendo sangue.

— Droga, isso, porra é a Enid — Lhe mostrou o óbvio — Você a conhece.

— Olha, podemos dar sorte dela permanecer desmaiada e não nos atacar, mas também precisamos ver os contras, eu não quero isso, mas é a nossa segurança e a dela — Ponderou — Se ela se mexer enquanto estou fazendo o procedimento as coisas podem ficar piores.

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