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— Nem acredito que a Chloe vai casar.

Pugsley murmurou fazendo uma pequena careta. O mesmo tinha trazido Williams para a casa, como disse que faria.

O filho estava naquele momento comendo um pouco de cereal, apenas escutando a conversa que se sucedia.

Seu cabelo estava com um visual novo, sem a franja que tanto estava acostumada. E quando olhou para Pugsley querendo saber o motivo daquilo, a resposta que teve foi "Ele pediu e a mamãe fez".

O visual combinava com ele, mas ver a velocidade em que o tempo estava passando assustava. Williams tinha crescido alguns centímetros ao longo dos meses e já mostrava seu temperamento lupino nas luas cheias, mesmo não se transformando. Isso significava, apetite maior e caninos afiados nos ciclos.

As mudanças estavam acontecendo rápido demais, e isso era, de sua maneira, desesperador. Chloe estava casando, e o filho crescendo.

— Para mim essa nem é a pior parte.

— Ainda de implicância com a ruiva?

— Tenho meus motivos para isso e você sabe bem.

— O que importa é que Chloe gosta dela e ela a faz feliz. O que achamos em relação à ruiva, não vai mudar nada na vida delas, você sabe disso.

Fiquei quieta com seus dizeres, Williams me fitou e mastigou o cereal com um pouco mais de calma, enquanto pensava.

— O quê? — Sabia que ele queria falar algo.

— Eu gosto da Cheryl — Ele falou acanhado — Ela não é uma bruxa como a senhora ou o tio Jensen vivem falando.

— Nunca chamei ela de bruxa, Williams.

— Bom, basicamente não precisa dizer, já que todos sabem que você pensa assim — Pugsley parou de falar assim que eu o olhei — Foi mal.

— Sabia que ela sempre me leva a uma livraria quando estamos viajando no final de semana? — Pugsley ficou estático ao ouvir aquilo e intercalou o olhar entre mim e Williams — Ela sempre me deixa escolher dois livros. Um é meu e o outro é da....

Ele parou, assim como Melissa fez no shopping, assustado por perceber que estava falando o que não devia.

— O outro é de quem?

— Nada — Ele balançou a cabeça e coçou a nuca — Falei sem pensar, desculpe.

— É para sua mãe? — Ele negou — Então é de quem?.

Ele intercalou o olhar entre a vasilha e meus olhos.

— Eu não vou ficar chateada, Williams.

— É para uma amiga — As sobrancelhas de Pugsley se uniram em dúvida — A gente combinou de ler um livro a cada semana, ela me deixa escolher. Por isso a tia Cheryl sempre compra dois livros.

— Já está na fase das paqueras, Williams — Pugsley lhe empurrou o ombro, o mesmo o olhou de cara feia e com leves traços de vergonha — Um Addams, sempre um Addams.

— Sua mãe sabe dessa amiga, Williams? Não quero você falando com estranhos.

— Sabe, ela a conhece.

Ficava menos preocupada, o filho tinha uma amizade nos finais de semana, pelo jeito onde Enid estava tinha crianças da idade do Williams.

— Qual o nome dessa amiga, garanhão?

— Pugsley! — O irmão riu.

— Está com medo dele começar com as namoradas?

— Ele ainda não tem idade para isso, então para de abitolar esse tipo de ideia na mente dele.

SilenceOnde histórias criam vida. Descubra agora