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Flashes vinham em cenas entrecortadas do que poderia muito bem ser um sonho, ou melhor, um pesadelo.
Tudo o que sentia era dor, uma dor agoniante que vinha da alma. E quem estava causando ela, jazia na minha frente com um olhar maligno.
Outra faísca horripilante me fez gritar, como se o corpo estivesse ligado na tomada para causar choques, mas era só um fio desencapado entrando em contato com meu corpo úmido.
Foi só piscar para que tudo piorasse, olhou para cima e viu as mãos algemadas, onde as algemas queimavam tão intensamente que só poderia ser prata.
O sangue escorria pelas pontas dos dedos pela falta das unhas, fazendo o caminho até meu pescoço e descendo pelo vale dos seios, se misturando com o sangue que jaziam nos mamilos. Onde as jóias já não estavam mais na região, pois haviam sido retiradas à força.
— Sabe, você com toda certeza é a mais resistente que encontrei até hoje — Não o respondeu, apenas o observou — E eu gosto disso.
Sua ação foi pegar uma colher na mesa, e já tinha ideia do que ele faria ao caminhar olhando diretamente para meus olhos.
A cabeça foi puxada para trás com brutalidade e fitou a luz amarelada daquele local. E encarando ela, deixou uma lágrima escorrer, porque talvez fosse a última coisa que veria, a luz amarela de uma sala aos pedaços.
Quando sentiu a dor e o sangue, tentou gritar, mas nada saia da garganta. E foi quando tudo escureceu.
A respiração acelerada e a garganta seca era o mais puro indicador de que havia acordado. Era como se sentisse todo o corpo dolorido, principalmente o olho.
A primeira ação que teve foi ligar o abajur e dar uma olhada geral no quarto, as mãos trêmulas encontraram os cabelos e os puxou com delicadeza em meio ao mar de sensações ruins.
Quando sentiu uma mão no ombro, o susto foi tão grande que caiu da cama.
— Enid! — A voz da esposa preencheu os ouvidos, baixa e preocupada — O que que te deu?
— Esqueci que não estava sozinha no quarto, perdão.
Deu um riso envergonhado e colocou a mão no peito para acalmar o mesmo, os olhos de Wednesday me encaravam tão seriamente que era impossível não ficar intimidada.
Sua mão se entendeu na minha direção e não tardou de entrelaçar, recebendo sua ajuda para se por de pé.
O corpo foi parar ao seu lado e foi imediato o ato de lhe abraçar e colocar a orelha em seu peito, ouvindo seu coração na tentativa de igualar com o próprio.
— Você está tremendo — Também tinha percebido aquilo, suas mãos buscaram a coberta e ela fez questão de jogar sobre meus ombros — O que aconteceu?
— Apenas um sonho ruim, só isso — Um sonho tão ruim que parecia uma realidade alternativa.
— Quer falar sobre?
— Era o Turner — E simplesmente as palavras começaram a sair de forma lenta — Eu estava sendo torturada por ele, não sei, pareceu tão... real.
— Foi só um pesadelo, cara mia, vamos embora dessa cidade e deixar todos os pesadelos para trás — Fechou os olhos e apreciou o cafuné que estava recebendo enquanto se aninhava mais a Wednesday — Esse desgraçado não vai tocar em você ou na nossa filha, eu não vou permitir que isso aconteça.
— Quanto mais o tempo passa, mais eu temo ficar vivendo com esses medos e assombrações — Suspirou — Isso é tão maçante, afeta todos a volta, principalmente você.
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Silence
ФанфикATENÇÃO⚠️⚠️⚠️: Abordará assuntos como, depressão, automutilação, bullying, suicídio, psicose, psicopatia e até mesmo abuso sexual. A gatilhos em todos os capítulos, repito, em todos. Essa fanfic terá assuntos delicados sendo abordados do início ao...