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David só faltou pular de alegria quando descemos do andar de cima. Seus olhos brilharam por ver sua filha com vestimentas um tanto mais justas, era isso o que seus pensamentos flutuantes falavam.

Achou engraçado o mesmo estar com uma câmera fotográfica em mãos e não dizer nada antes de tirar a foto, me fazendo reprimir os olhos por conta do flash.

— Pai, isso é sério?

— Não abomine minha alegria, Bella, você está saindo de casa para se divertir com uma amiga — O homem me recordou uma pessoa, uma pessoa que tinha o nome de Morticia Addams — Tenho que registrar esse momento e colocar na porta da geladeira.

Ri do seu constrangimento, se tivesse um buraco no chão, ela com toda certeza teria enfiado a cabeça.

— Não teriam como se juntar um pouco mais, Enid?

Ele fez um movimento com a mão, pedindo para eu ir para o lado. Era cômico toda situação.

Principalmente por Bella ficar ainda mais vermelha quando minha mão foi parar respeitosamente nas suas costas.

Ela não estava acostumada com toque, com pessoas sem ser seu pai se importando. Era como estar tocando um muro de cimento vermelho, que a qualquer momento poderia desmoronar.

Suas mãos se entrelaçaram e ela deu um sorriso envergonhado para a câmera. Mas ao contrário da sua filha, David estava com um sorriso de rasgar a cara quando tirou mais uma foto. Nos deixando brevemente cegas por conta da luz.

— Maravilha! — Ele observou a foto que tirou — Essa eu vou enquadrar.

— Pai!

Ele estava fazendo de propósito o ato de deixá-la envergonhada, pois riu com gosto e deixou a câmera de lado.

— Tudo bem, desculpe — Ele apontou para mim — Traga ela de manhã, não aceito antes disso.

Bella mais uma vez tentou chamar a atenção do homem à sua frente, que ignorou seu desespero por estar pedindo tal ato para minha pessoa.

Mas pelo seu olhar, diria que sua fala estava tendo um pingo de verdade. Um pedido entre linhas para que sua fala tivesse veracidade.

— Não se preocupe com isso, senhor — Encarei a menina tenebrosa ao meu lado — Ela não vai voltar antes das sete da manhã.

David sorriu, sorriu porque eu e ele estávamos nos tornando uma boa dupla.

Agradeceu imensamente Cheryl por pesquisar o ambiente na qual estávamos indo naquele momento.

Bella estava quieta e não parava de olhar pela janela, ela ficou mais ansiosa quando peguei a rodovia.

— Olha, eu sei que você disse que não ia me falar para onde íamos, mas não teria como me dar ao menos uma pista?

— Para você tentar pular pela janela? — Desviei a atenção da estrada e a fitei rapidamente — Desculpe, mas não vou te dizer... ou estragaria a surpresa.

— Surpresa, que surpresa?

Apontei para a placa acima de nós, com um grande mural de boas-vindas. Bella se debruçou na direção do vidro para olhar o que eu te mostrava.

E sua ficha caiu quando se tocou o que aquilo significava.

— Bem-vinda a Newark — Seu rosto se iluminou — Você acabou de sair da cidade.

Cheryl tinha mandado uma lista de atrações vinte e quatro horas que ocorriam na cidade, cabia a mim decidir qual seria o destino mais adequado para levar uma garota que tinha a história semelhante a da Fiona do filme Shrek. Trancafiada na torre a espera de alguém que a resgatasse.

SilenceOnde histórias criam vida. Descubra agora