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Os pais estavam lado a lado com suas posturas eretas quando adentramos o escritório.

O pai encostou a porta e puxou as cadeiras, tanto para mim, quanto para a mãe. Seus passos o guiaram para a outra extremidade da mesa, o ponto de chefia.

Suas mãos cruzaram em frente ao corpo e ele pigarreou antes de fazer um sinal para eu prosseguir com o assunto que seria tratado.

— Eu quero a permissão de vocês para excluir o Pugsley dos lucros das empresas — Não era de fazer rodeios — As atitudes dele são imprudentes, Pugsley não possui responsabilidade alguma... Somos nós quem estamos trabalhando e ele quem está usufruindo sem fazer nenhum esforço.

— Qual sua ideia, minha morceguinha? — Ele alisou previamente o bigode.

— Designar Pugsley a uma função em algum dos escritórios, não na área administrativa, mas um cargo baixo o suficiente para fazer ele ter coragem para reagir e assumir os estudos.

— Essa é uma ideia maravilhosa — A mãe sorriu para o pai — Eu e seu pai estávamos conversando exatamente sobre seu irmão e a falta de coesão neural dele esses dias.

A mãe me encarou, indicando que sabia o motivo de eu estar recorrendo aquele assunto a eles.

— Qual cargo você acha que é mais adequado a ele nesse momento, minha querida?

— Faxineiro — Ambos afirmaram, não discordando ou achando ruim em nenhum momento — É um cargo digno e recebe uma quantia generosa na empresa, mas em um nível bem baixo do que ele é acostumado. Pugsley tem músculos o suficiente para poder esfregar alguns banheiros.

— Um pouco de água sanitária na mata ninguém — A mãe mexeu no colar em seu pescoço — É uma ideia excelente, Gomes?

— Concordou, querida, além disso, ele estará lidando com bastante pessoas ao redor dele — O pai estava um pouco decepcionado — Espero que ele aprenda que insultar ou tentar intimidar alguém, não é algo que deve ser feito.

— Enid me contou sobre o que ele disse a ela no casamento, as palavras que ele usou para se referir a moça falecida — Ambos me olharam com atenção — Eu de fato tirei conclusões precipitadas na noite, mas pedi a ele que não fizesse nada. O que foi desobedecido.

— Nós sabemos disso, Wednesday. Você está arrependida e conseguimos ver — A mãe tinha uma voz gentil — E estamos felizes que esteja protegendo ela agora.

— Ela é minha esposa, eu faria qualquer coisa por ela, vamos ir embora dessa cidade quando tudo se resolver — Já estava dando o aviso — Mas até lá vou deixar as coisas claras para meu irmão.

— Você tem nosso apoio — O pai estava sério, nada comparado ao homem meloso que costumava ver — Seja para mudar de cidade ou para proteger, Enid. Ela é da família, assim como Lilith agora.

— Temos orgulho de você, Wednesday — A mãe estava com os olhos brilhantes — Você construiu uma família muito bela, não existe conquista maior na vida do que isso.

— Não viemos aqui só para o aniversário da Lilith — Acabou falando o verdadeiro motivo — Viemos para dar adeus a certas coisas... Enid precisa disso.

— E creio que ela vai conseguir esse feito, mas talvez não seja apreciado por certas pessoas.

— Do que a senhora sabe?

— Sei que o encontro familiar virá, é algo que infelizmente tende a acontecer, então esteja preparada para isso — Ela se levantou — Vou botar a mesa do jantar e deixar com que conte a novidade para seu irmão.

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