Capítulo 6

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— Estou esperando uma resposta — diz John cruzando os braços.

Como se fosse tão fácil explicar que o ex-namorado da nossa irmã queria o coração do primeiro vampiro, e que nós havíamos feito uma armadilha para mostrar para o nosso pai que nossa história não era mentira. E também para salvar os vampiros de serem dominados por um maluco e para que eu não seja presa no quarto do conserto de novo.

— Não devemos nenhuma satisfação a você, você tem os seus segredos e nós os nossos. — Respondo referindo-me a Isabel, a mim e ao nosso plano quase pior que o do Igor.

— Tudo bem, só vou avisar ao nosso pai que vocês pegaram o preferido dele... — Prediz com frieza.

Ele era exatamente igual a nosso pai, só que ele sempre negava:

— Pode falar, tenho provas contra ele — peguei o gravador no meu bolso e o liguei.

"E sobre aquilo de dominar todos os vampiros, ainda está de pé? Quero participar"

"Hum, sim, preciso do coração do primeiro vampiro. Ainda não encontrei a árvore que o seu irmão escondeu a caixa"

— Seu — John olhou na direção do Igor fuzilando-o.

— Não vai fazer nada com ele, quem vai fazer é o nosso pai — exclamei entrando na frente dele.

Estava com o gravador cruzado em meu peito enquanto a outra mão segurava John, me deixando no ponto de guerra entre ele e o traidor. Senti as mãos da Isabel tirando o gravador de mim e logo sua voz me alcançou:

— Emi, me empresta? — Perguntou falsamente.

Antes que eu pudesse reagir, pois vi em sua mente o que ela faria, o gravador já estava indo para junto do chão, assim como a minha esperança: 

— Por você — ela olhou para o Igor e jogou o gravador no chão.

— Você não seria capaz, Isabel, NÃO! — ela pisou destruindo-o, deixando-o em pedaços.

Me joguei no chão tentando reunir os restos espatifados do gravador, e também dando liberdade para John avançar no Igor.

— Igor, eu te amo — ela cortou a corda que o prendia.

— Obrigado, meu amor — ele deu um selinho nela.

Antes que John os atingisse, sentimos o vento forte do impulso de Isabel contra o chão:

— E para vocês, adeus — Isabel voa e leva Igor em seus braços.

Com os restos do gravador em minhas mãos, os jogo para o alto e solto um urro de raiva:

— Como ela pode?! — indago incrédula.

Pior que tudo, para mim, é a traição. E foi exatamente o que a Isabel fez comigo; se aproximou como uma serpente, devagar a com graça, para no final me enroscar em seu abraço de cobra e me engolir, cuspindo só a minha carcaça sem vida.

— Como ele sabia sobre o baú e a árvore? — pergunta John.

Por que ele tinha de fazer tantas perguntas?

— No dia que ele tentou me agarrar ele estava te seguindo, mas antes o Harry deu um soco nele, aí ele não conseguiu ver aonde ficava a árvore, mas eu vi — respondi hesitante.

— V-você viu?! — fiz que sim com a cabeça.

Ele deu um longo suspiro.

— Tudo bem, eu te conto, vou confiar em você — eu nunca esperei ouvir isso da boca do meu irmão, então o assunto é sério.

Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora