— Nós... você... isso.... errado — tentei formar uma frase coerente mas não deu certo quanto pensava.
— Vejo que você nem gostou — disse sorrindo.
— G-gostei mas isso é errado. — respondi já sabendo que iríamos cair novamente na mesma discussão, e também que já sabíamos a conclusão.
Nossas famílias eram inimigas, e não era só pelo fator natural; como lobos e vampiros se odeiam. Tinha algo mais entre as entrelinhas, contudo não seria tão fácil descobrir, era um segredo guardado há muito tempo.
— Errado por que?
— Uma palavra: família, nossas famílias se odeiam.
— Mas nós podemos mudar isso.
Me entristece as vezes esse ar sonhador do Harry. Sinto que quando nego algo a ele, o estou jogando para baixo, para a realidade.
Porém a vida não tem pena de nós, até porque não sei se posso dizer que tenho vida.
— Já viu Romeu e Julieta? Sabe o que acontece no final? Eles se matam! E a culpa é da família deles — disse ficando de costas para ele.
A última coisa que eu queria a essa altura, era perder o resto de humanidade que tinha em mim, e eu sei que minha família, principalmente o meu pai, conseguiria fazer isso.
Era a única forma que eu entendia como morte.
— Eu que sempre apoiei minha família e nunca me arrisquei estou aqui querendo arriscar tudo por você, você devia fazer o mesmo — olhei em seus olhos sentindo um frio na espinha.
Eu sabia que já estava no limite dele... mas um pouco e ele desistiria, ele sempre desiste.
— Harry... podemos deixar isso pra depois? Eu tenho o problema do Igor e da Isabel e ainda do seu casamento.
— Tudo bem, mas vou cobrar.
— Tá bom — confirmei e fui para casa, já deveriam ter notado minha falta.
Cheguei em casa e estava indo direto para o meu quarto, contudo fui parada no corredor.
— Filha...— minha mãe estava com uma cara abatida e com toda certeza estava chorando.
— O que aconteceu?! — peguei-a pela mão e a levei para o meu quarto.
— E... eu preciso te contar uma coisa... tem haver com a família do Harry.— ela sentou-se na cama e pegou a minha mão.— As nossas famílias são inimigas por minha culpa — sua voz saiu em tom baixo.
— Como assim, mãe?! — perguntei não entendendo o rumo que essa conversa estava levando.
— Meu pai queria me casar com uma pessoa que tivesse uma descendência vampírica, assim como a nossa família, mas eu era apaixonada por um jovem comum, humano. — relatou com brilho nos olhos.
Eu estava entendendo. O meu avô queria continuar com a maldição na nossa família, pois se minha mãe se apaixonasse por um humano e tivesse um filho, a criança nasceria humana — caso a minha mãe ainda não houvesse se transformado. E essa criança cortaria a maldição.
— E quem era o menino que eles queriam que você se casasse? — pergunto com curiosidade.
Talvez eu estivesse enganada, talvez a história do Romeu e da Julieta já houvesse acontecido antes nessa família, o problema é que o enredo continua, no segundo livro, só que dessa vez com outra Julieta.
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Mariposa (Série Vampira e Presas) - Livro Um (Concluído)
VampireEmilly Altermann, uma vampira que é melhor amiga de um lobisomem, tem uma vida normal de rebeldias contra os seus pais e os seus irmãos. Sua vida dá uma reviravolta ao descobrir que ao invés de só uma vampira - que já não é nada comum - ela é metade...